Grêmio rebaixado: Conheça as razões para a queda do tradicional clube gaúcho
O treinador mental Lincoln Nunes revela as razões que levaram a equipe a ser rebaixada pela terceira vez em sua história.
De vice-campeão do mundo em 2017 para rebaixado no Brasileirão de 2021, o rebaixamento do Grêmio assusta não apenas seus torcedores, mas também os amantes do bom futebol. Afinal, é preciso encontrar razões que explicam a queda de uma equipe que chegou a conquistar o título estadual no primeiro semestre deste ano.
Por ironia do destino que só o futebol reserva, o rebaixamento foi decretado após uma bela atuação em casa nessa quinta-feira, quando o Grêmio venceu o novo campeão brasileiro, o Atlético Mineiro, por 4 a 3. Mas, como o tricolor gaúcho dependia dos resultados de outros adversários, a queda pela série B foi inevitável.
Para entender o que levou o Grêmio ao terceiro rebaixamento em sua história, o treinador mental para atletas de alta performance, Lincoln Nunes, explica: “É claro que há uma enormidade de fatores nos últimos anos, uma hora ou outra eles acabam influenciando no coletivo. Porém, cabe aos atletas não sucumbirem a nenhum tipo de problema interno da diretoria ou externo com a torcida e imprensa, por exemplo. O atleta precisa discernir, ter o mental e emocional muito bem equilibrados para que esse tipo de situação não seja reflexo dele em campo. É aí que está a importância do gerenciamento mental e emocional para se blindar de qualquer politicagem ou fator externo para que não aconteça o que aconteceu… cair com um time que, pelo elenco, tinha chances de disputar vaga no G4”.
Outro fator que Lincoln observa é a falta de foco da equipe: “Até certo tempo não havia um objetivo traçado para a equipe o ‘motivador extra’. Eu não estou falando de dinheiro ou bônus, férias e afins. Na verdade, estou falando de algo que todo ser humano precisa para acordar e realizar suas tarefas no dia, para tudo é necessário um objetivo, isso é conhecido como mentalidade de crescimento, sem ela ficamos estagnados vendo a vida passar. Quando o Grêmio traçou seu foco, já era tarde demais”, acrescenta. Com relação ao plantel gremista, o treinador destaca: “Não dá para dizer que o Grêmio tem um elenco limitado, muito pelo contrário, tem um plantel superior comparado a outras diversas equipes do campeonato. Ao mesmo tempo, conta com jogadores que são extraclasse, como: Rafinha e Douglas Costa e Ferreirinha. Dá para notar que o mental conta muito nesses momentos, porque principalmente os “figurões” não estão acostumados com esse tipo de situação”
Agora rebaixado e se juntando a grandes equipes, como Cruzeiro, Bahia e Vasco na série B, Lincoln revela como é possível retomar o caminho para a elite do futebol brasileiro: “Por isso, friso a questão de saber vencer, você tem que entender que aquele momento não é eterno, que altos e baixos acontecem. Quando os atletas entendem isso, a recuperação de situações adversas é muito positiva. Sem contar a instabilidade no cargo técnico, e no comando interno do clube. Isso, obviamente, não ajuda ninguém e o elenco está sempre em adaptação ao novo estilo de trabalho. Ou seja, não há uma manutenção tática e a desorganização reina na diretoria, o que se reflete nos gramados”, completa.