Fundo Brasil de Direitos Humanos vai apoiar 21 organizações antirracistas; veja resultado da seleção
Grupos contemplados são de 17 estados brasileiros. Apoio total é de R$ 1 milhão | ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Neste 20 de novembro, dia da Consciência Negra, o Fundo Brasil de Direitos Humanos divulga a lista de grupos, coletivos e organizações selecionadas para receber apoio no edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base: Fortalecimento Institucional e Mobilização Para Defesa de Direitos. Os 21 grupos contemplados são de 17 estados brasileiros e receberão apoios de até R$ 50 mil cada. Os recursos doados por meio deste edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base são de natureza flexível, ou seja, podem ser destinados ao que a organização considerar como prioridade: atividades de mobilização, condições materiais para a continuidade do trabalho de enfrentamento ao racismo que o grupo já realiza e outras demandas. “O formato foi pensado como uma resposta às necessidades urgentes que muitas organizações vivenciam em meio à crise sanitária e social trazida pela pandemia de Covid-19”, disse Ana Valéria Araújo, superintendente do Fundo Brasil. Confira a lista:
Cenários de pandemia Durante o período de inscrições, o edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base recebeu 549 projetos. Os conteúdos dos formulários de inscrição, vindos de grupos de base de todo o país, permitiram ao Comitê de Seleção elaborar uma leitura da situação das organizações negras e da própria população negra brasileira em meio à pandemia de Covid-19, que ainda não acabou. “Percebi que a fome é um problema que voltou a ser uma realidade para grande parte da população negra brasileira”, disse Jaqueline Lima, doutora em Antropologia Social e consultora em promoção da equidade de raça e gênero no Geledés Instituto da Mulher Negra. “Também ficou evidente a necessidade de uma comunicação nas comunidades voltada à prevenção: muitos grupos trabalham nesse enfoque”, completou. Além de Jaqueline, o Comitê de Seleção externo foi formado por Iêda Leal de Souza, coordenadora do Centro de Referência Negra Lélia Gonzales e coordenadora nacional do Movimento Negro Unificado; Felipe Freitas, doutor e mestre em Direito, Estado e Constituição e coordenador do projeto Infovírus: pandemia e prisões: e Mônica Oliveira, militante feminista da Rede de Mulheres Negras de Pernambuco e do Fórum de Mulheres de Pernambuco. “A crise social aprofundada pela pandemia nos trouxe um momento de disputa ainda mais intensa pelas políticas de assistência. O CadÚnico, por exemplo, que dá acesso a todos esses programas, não é facilmente acessado por vários setores da população e não identifica precisamente o seu público”, disse Mônica Oliveira. Entenda o processo de seleção Os editais do Fundo Brasil seguem uma metodologia de seleção que prioriza o olhar de ativistas com atuações relevantes nas diversas pautas dos direitos humanos. A primeira fase de seleção é uma triagem que verifica a adequação de cada proposta aos focos do edital. Em seguida, o Fundo Brasil convida um Comitê de Seleção externo e independente. É este Comitê que prepara uma lista de projetos recomendados para apoio. A decisão final é do Conselho de Administração do Fundo Brasil. O edital Enfrentando o Racismo a Partir da Base: Fortalecimento Institucional e Mobilização Para Defesa de Direitos foi lançado em 20 de agosto, durante um debate online promovido pelo Fundo Brasil em parceria com a unidade 24 de Maio do Sesc São Paulo. O debate analisou a conjuntura da pandemia e dos ataques aos direitos da população negra no Brasil de 2020, com as participações da socióloga Vilma Reis, ativista referência para os movimentos negros no Brasil; de Gimerson Roque, coordenador do Coletivo Brincadeira de Negão, projeto apoiado pelo Fundo Brasil em Cachoeira, na Bahia; de Mayana Nunes, assessora de Projetos do Fundo Brasil responsável pelo edital Enfrentando o Racismo; e de Douglas Belchior, coordenador de Articulação do Fundo Brasil de Direitos Humanos. A superintendente adjunta do Fundo Brasil, Allyne Andrade, mediou a conversa. Clique para assistir à íntegra do debate. Sobre o Fundo Brasil de Direitos Humanos Somos uma fundação independente e sem fins lucrativos, instituída em 2006 por ativistas de direitos humanos de indiscutível relevância para a história do Brasil: Abdias do Nascimento (1914-2011), Margarida Genevois, Rose Marie Muraro (1930-2014) e Dom Pedro Casaldáliga. Nossa missão é promover o respeito aos direitos humanos no país, criando mecanismos sustentáveis, inovadores e efetivos para fortalecer organizações da sociedade civil e para desenvolver a filantropia de justiça social. Por meio de editais, promovemos uma seleção isenta de projetos voltados à defesa de direitos. Além do apoio financeiro, os projetos também contam com acompanhamento qualificado de nossa equipe no sentido de fortalecer o trabalho, com respeito às especificidades e estratégias de cada coletivo, e de consolidar redes de ação. Conheça o trabalho do Fundo Brasil: fundobrasil.org.br. Siga o Fundo Brasil nas redes sociais Facebook: /fundobrasil Instagram: @fundobrasil Twitter: @fundobrasil YouTube: c/FundoBrasil LinkedIn: fundo-brasil |