Evento marcante assinala os 89 anos de instalação da Grande Loja Maçônica do Ceará e os 20 anos de criação da Academia de Letras
As duas entidades comemoraram solenemente o acontecimento com entrega da Medalha Farias a personalidades das esferas empresarial, política e cultural – Excertos do discurso do Grão-Mestre Silvio de Paiva Ribeiro em que disse: “Naquele dezenove de março de 1928, quando abnegados Irmãos decidiram pela criação desta grande escola de moral, teve inicio a bela história que nós, os maçons de hoje, continuamos a escrevê-la”. Cinco Maçons passaram pela Presidência da Academia de Letras, sendo o atual o Dr. João Munhoz Junior.
Por volta das 20 horas, foram abertas as portas do suntuoso Templo da Verdade por onde adentraramos Acadêmicos em seus trajes característicos, seguidos dos convidados que incluíam representantes de outras congêneres literárias , além de grande número de obreiros de Lojas Maçônicas e seus familiares. Grupo de senhoras denominado Samaritanas, entidades paramaçônicas a saber: Ordem das Estrelas do Oriente, Ordem DeMolay, Ordem das Filhas de Jó, Escudeiros e Abelhinhas, todas em suas indumentárias representativas. Em seguida, sob a escolta dos jovens membros das Ordens D’Molay e Filhas de Jó, deu-se o ingresso dos componentes da Mesa Presidente Diretora, anfitrionado pelo Presidente da Academia Maçônica de Letras do Ceará, Dr. João Munhoz Júnior, na seguinte ordem : Lúcio Gonçalo de Alcântara, ex-governador e membro da Academia Cearense de Letras, Grão Mestre Adjunto Dr. Narciso Dorta Fernandes Filho Grão Mestre dos Maçons, Dr. Silvio de Paiva Ribeiro, Inspetor Litúrgico, Dr. José Linhares de Vasconcelos Filho, e o Prefeito do município do Eusébio, Acilon Gonçalves.
Abrindo a sessão
Inicialmente, a cerimonialista Norma Zélia convidou todos para, em posição de respeito, receberem o Pavilhão Nacional que adentrou o recinto conduzido pomposamente por uma comissão em trajes de gala. Durante o cortejo, esta citouo introito: “ “O Hino enaltece a Nação e demonstra, sem deixar dúvidas, o lugar de onde viemos e quem somos. O poeta Olavo Bilac, ao escrever que “sua nobre presença à lembrança, a grandeza da Pátria nos traz”, define o sentimento que permeia o intimo de cada cidadão diante de sua bandeira. Em seguida, invocando a presença de Deus, anunciou o recebimento do livro da Lei, que é a Bíblia Sagrada, cujos ensinamentos amparam os princípios universais da Maçonaria: amor à família, fidelidade e devotamento à Pátria e obediência à lei. O ingresso do Livro Sagrado foi feito por componentes da família maçônica.
Num intervalo, a cerimônia lista fez o registro da presença de outros convidados: jornalista Gutemberg Figueiredo, representando a Associação Cearense de Imprensa; João Araújo Sobrinho, ex-presidente do CDL Fortaleza e atual diretor da Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, e Selma Cabral, Presidente da Associação de Líderes Lojistas Femininos.Voltando à sua preleção, a cerimonialista traçou o seguinte perfil do Silogeu: “A Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará-AMLEC , fundada em 19 de novembro de 1996 e instalada em janeiro de 1997, é uma associação civil autônoma, sem fins lucrativos, de cunho cultural, tem por objetivo a) promover e incentivar as letras e a cultura em geral no seio da sociedade maçônica, com o viso do seu alastramento em prol da população b) reivindicar, junto aos poderes públicos, em defesa dos interesses e das justas aspirações afetas a cultura em geral c) promover manifestações literárias e culturais, através de conferências, palestras, debates, recitais, e encontros, congressos, seminários, cursos, exposições, amostras, concursos, painéis e outras manifestações envolvendo literatura, artes, ciências a cultura em geral. Ao longo dos seus vinte anos, a Academia Maçônica de Letras não tem se descurado do imperioso papel a que se propôs, qual seja de pugnar pelas letras, pelas artes e pela cultura em benefício da sociedade. O número de obras editadas pelos seus titulares, nos mais variados gêneros, é bem uma referência digna de ser assinalada, sem deixar de mencionar a publicação livresca de seus Anais. A revista “Humanitas” também da sua responsabilidade, é o periódico que complementa o acolhimento literário. Com merecido destaque, pela sua intrínseca densidade, temos as obras “Amazônia, a Cobiça do Mundo” e “História da Maçonaria no Ceará”, lavra do acadêmico maçom fundador Zelito Nunes Magalhães, ex-presidente da Associação Cearense de Imprensa. – ACI. Durante seus vinte anos de existência, a Academia teve os seguintes Presidentes: José Augusto Bezerra (1997 a 2007) Francisco Batista Torres de Melo (2007 a 2009) Osmar Maia Diógenes (2009 a 2011) José Reginaldo Lima Verde Leal (2011 a 2013) Etevaldo Barcelos Fontenele (2013 a 2015). A Academia é presidida atualmente por José Munhoz Júnior.
Palavras iniciais
O Grão Mestre dos maçons ,Silvio de Paiva Ribeiro, foi primeiro a fazer uso da palavra em forma de saudação aos presentes. Fazendo uma retrospectiva histórica da instituição que ora dirige, disse: “Naquele dezenove de março de 1828, quando abnegados irmãos decidiram pela criação desta grande escola de moral, teve início a bela história que nós, os maçons de hoje, continuamos a escrevê-la. A despeito das adversidades enfrentadas ao longo desse tempo, nunca deixou cessar suas atividades, mesmo quando teve cerradas suas portas por força de governos autoritários, ocasionalmente instalados em nosso País(…) Nossos trabalhos, entretanto, não se limitam às paredes de nossos templos sagrados. Mas as extrapolam para alcançar as pessoas mais necessitadas, aos órgãos públicos e entidades que desenvolvem trabalhos de natureza humanitária e que precisam do nosso apoio e da nossa ajuda. É assim que a Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, silenciosamente, se coloca como a maior doadora para os bancos de sangue estabelecidos em nosso Estado, tanto ao HEMOCE, como ao FUJISAN. Sangue proveniente das costumeiras e sistemáticas campanhas que realizamos em todo o Estado do Ceará e que se destinam a salvar vidas de pessoa, com as quais nunca mantivemos e, talvez, nunca manteremos qualquer contato”. Em seguida, aquela autoridade abordou sobre a assistência integral a quase duas centenas de crianças, filhos de catadores e de presidiários, através da Fundação Franklin Roosevelt, no bairro da Serrinha; citando ainda Escolas, Creches e Projetos Sociais voltados para populações em situações de risco e de vulnerabilidades sociais. Em todas as ações uma coisa em comum: “a prática da caridade levada a efeito com base na máxima bíblica de que a mão esquerda não saiba o que a direita dá. Por fim, o Grão-Mestre Silvio, ventilando sobre o aniversário da Academia Maçônica, instituição que melhor representa o manifesto cultural e intelectual de nossa Grande Loja. Fundada a 19 de outubro de 1996, completa nesta data de hoje vinte anos de profícuos trabalhos . com resultados marcantes na produção literária em nossa jurisdição. Parabenizamos a todos os intelectuais que ocupando atualmente as suas quarenta cadeiras, são imortalizados por suas próprias obras. O nosso muito obrigado”
Os homenageados
O primeiro dos agraciados indicado para receber a Medalha de Mérito Cultural Faria Brito e o Diploma foi o Dr. Francisco Freitas Cordeiro, ensejo em que foi lido o seu currículo. Formado em Direito pela Universidade Federal do Ceará – UFC, nos anos 70/ Empresário diversificado, constituiu a empresa FZ Imóveis Ltda, além de atuar em atividades de classe. Entre outras funções, foi conselheiro e um dos fundadores do Tribunal de Ética da Ordem dos Advogados do Brasil, secção do Ceará, onde desempenhou a função de conselheiro daquela Corte Disciplinar por muitos anos. Presidiu a Câmara de Dirigentes Lojistas de Fortaleza, gestão 2009/2014. Atualmente é Diretor de DASPC da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, Diretor da CDL Fortaleza e Presidente da Federação das CLs Ceará. Nas suas palavras de agradecimento. Citou inicialmente como epígrafe as palavras do empresário Pio Rodrigues Neto: “ Sonhar, se possível, o impossível. /Ganhar sem que para isso ninguém precise perder/. Perder sem perder a dignidade./ Construir sem nada destruir/. Brilhar sem os outros apagar. /Pedir quando a consciência pedir. /Dar sem pensar em receber./ Receber com a humildade de quem sabe dar./Dividir sempre para multiplicar. /Amar quando o coração mandar. /Rezar só se for com fé na fonte. /Nascer sem medo de morrer”. Meus amigos, minhas amigas! Boa noite. E aqui estamos nós, nesta noite esplendorosa, no templo dos obreiros do Universo, construtores da paz, da harmonia e da mais saudável convivência social. Por acaso escolhi o soneto que descortina essa minha locução. Nele repousa a síntese do comportamento daqueles que tramam para o bem, no dizer do poeta/empresário meu amigo, seu autor. Aqui estamos nós a sermos galardoados com a Medalha do Mérito Cultural Maçônico Farias Brito, maior comenda conferida pela Academia Maçônica de Letras do Ceará, laurel destinado a contemplar personalidades maçônicas ou não, que se tenham destacado na prestação de valorosos e inestimáveis serviços culturais em beneficio da sociedade. (…) Recebo a honraria, que compartilho com meus amigos e familiares, aqui presentes, reservando local de destaque na estante dos demais troféus e no recanto específico do meu coração, onde se hospeda a gratidão. Meu muito obrigado – Freitas Cordeiro”.
O Dr. José Augusto Bezerra foi o segundo agraciado da noite. Bacharel em Administração de Empresas pela Universidade Federal do Ceará (1975) com cursos de Marketing Avançado em São Paulo e Holanda. Ex-professor de Teoria das Organizações da UFC (1977) e conhecido palestrante. Possuidor de importante biblioteca , com 30 mil obras raras, destacando-se as sobre filosofia critica literária e linguística; incluindo a primeira gramática da Língua Portuguesa, editada em 15026; o maior conjunto de dicionários de língua portuguesa (aproximadamente 1.200 volumes; um dos maiores conjuntos de manuscritos raros (originais) sobre o Brasil (aproximadamente 3 mil). Recebedor do Título de Grande Colaborador da Cultura Portuguesa pela Academia Antero Quental de Lisboa (1980) Ex-Governador do Rotary Internacional – Distrito 4490 – Ano 1993-94. Patrono da Biblioteca Maçônica da Grande Loja do Estado do Ceará; recebedor da Comenda “Amigos da Região Martin Soares Moreno, do Comando da 10ª Região Militar; recebedor da Medalha Boticário Ferreira, maior Comenda da Câmara Municipal de Fortaleza (2009); recebedor do Troféu Sereia de Ouro, versão 2010, outorgado pelo Sistema Verdes Mares de Comunicação. É autor das seguintes obras: O Espírito do Sucesso (lançado na Bienal Internacional do livro (Fortaleza, 2004) Uma História do Brasil em Manuscritos, livro bilíngue, ganhador do 1º Prêmio Internacional sobre a Presença de Portugal no mundo (2011). Membro da Academia Cearense da Língua Portuguesa; membro da Academia Cearense de Retórica; membro da Academia Fortalezense de Letras; membro da Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará, eleito seu primeiro presidente; Presidente da Associação Brasileira de Bibliófilos, a mais antiga do gênero em atividade no país (2004); ex-presidente do Instituto do Ceará – Histórico, Geográfico e Antropológico, a mais antiga instituição cultural do Ceará; ex-presidente da Academia Cearense de Letras (a mais antiga do país).
O terceiro agraciado foi o Dr. Silvio de Paiva Ribeiro, Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará. Nasceu em Fortaleza no dia 10 de junho de 1960. É casado com Mara Francisca Sales Ribeiro, pai de Michelle, Sarah e Nathália e avô do Lucas e do Arthur. Graduado em Direito pela Universidade Federal do Ceará com especialização 2em Direito Público. Diplomado pela Associação da Escola Superior de Guerra no 13º Ciclo de Estudo de Política e Estratégia(1986). Pos-Graduado “Lato Sensu” em Política e Estratégia pela Universidade do Vale do Acaraú (1999) É militar da reserva remunerada do Exército Brasileiro, onde exerceu, como última função: Oficial de Relações Públicas do 23º Batalhão de Caçadores. Atual Chefe da Assessoria de Cerimonial do Tribunal de Justiça do Estado do Estado do Ceará. Foi iniciado na Maçonaria em 18 de junho de 1983 na Loja Ignácio Lôlo nº 22 e foi seu Venerável no período de 1988 a 1990. Grande Representante da Grande Loja Connecticut (EUA) e Inspetor Geral da Ordem (Grau 33).Foi eleito Grão-Mestre para o triênio 2013/2016 e reeleito para o triênio 2016/2019
Íntegra do discurso do presidente da Academia de Letras Maçônica Dr. João Munhoz
Senhores e Senhoras
Meu cordial boa noite
Ocupar esta cátedra é sempre muito enaltecedor. Desta feita, avulta-se de forma indescritível, porquanto na qualidade de Presidente da Academia Maçônica de Letras do Estado do Ceará, oficiou-me protagonizar suprema decisão deste Silogeu, enriquecedora da sua história, qual seja, galardoar três personalidades de maior destaque, no contexto da vida gregária do gênero humano.
Ademais, a data é simbólica, visto celebrar o alcance de duas décadas de existência desta Arcádia e os 89 anos de fecunda prática maçônica desenvolvida com denodo pela Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, que também, neste azo a homenageamos na pessoa do seu Batonier. Assim, também há de se reconhecer, que este momento é uma celebração, porque a mobilização quantitativa, e qualitativa, que se verifica, nesta audiência, bem demonstram o interesse e o desprendimento, próprio de quem possui uma vontade férrea de contribuir, para o engrandecimento da família, da pátria e da humanidade.
Lamentavelmente, de logo, cumpre-me também ,o doloroso ofício de comunicar o falecimento, anteontem, dia 22, do querido Irmão Maçom Rembrandt de Matos Esmeraldo, que também compunha o quadro de membros desse Sodalício. Daí, em homenagem póstuma, solicito encarecidamente a todos, que de pé, façamos um minuto de silêncio.Em nome de toda a família maçônica, muito obrigado. A academia, latusensu, sempre foi um dos pilares da Maçonaria porquanto sempre perseguiu a felicidade e bem estar da humanidade. Todos os movimentos intelectuais destacando-se o Iluminismo na Idade Média até os dias atuais estiveram sempre imbricados com os pressupostos propugnados pela Arte Real.
Incabível aqui, maiores aprofundamentos, porém o simples enunciado de que o maçom há que ser livre e de bons costumes, implica num entendimento com alcance físico e metafísico imensurável. Só o conceito de liberdade, ainda hoje suscita grandes embates no campo do saber.
A própria titularidade de pedreiros, vocábulo que encerra extrema simploriedade, avoluma-se desmesuradamente quando o compasso, o esquadro, o maço e o cinzel são esgrimados nas construções de templos às virtudes e masmorras aos vícios.
Nos umbrais do terceiro milênio, está em voga pelos cientistas, a expressão “era da imprevisão”, isto porque, apesar de já se delinearem concretamente os primeiros passos de uma nova maneira de olhar, e de ver, o mundo, as consequências ainda são imprevisíveis.
O novo paradigma é a visão sistêmica transdisciplinar, ou seja, o estudo da noergia, que nada mais é, que a energia específica do pensamento, levando em conta a interface cérebro-mente, acarretando forte interferência nos demais ramos do conhecimento. É do que trata hoje a denominada neorgologia. A troca de paradigmas é sempre revolucionária e por consequência sempre traumática, posto que abala saberes consolidados, fazendo eclodir paralelamente vários efeitos dominó. A história da humanidade, para ficar somente na época denominada, civilização Adâmica, é uma cascata de vítimas de ideais científicos, morais ou sociológicos. É um martirológio tão abundante que o ser humano não consegue distinguir entre pasmar-se com a tenaz perseverança dos heróis ou assombrar-se com a odiosa crueldade dos verdugos. Pinçaremos somente dois exemplos:primeiro o grande filósofo grego Sócrates, condenado à pena capital e executado porque praticava a maiêutica – simplesmente um processo dialético pedagógico criado por ele, que induzia a conceitos amplos. Na verdade, teve a ousadia de conferir ao povo o direito de criar o seu próprio pensamento, o que segundo a ordem jurídica vigente à época, ameaçava a governabilidade. Alguns séculos seguintes, o maior e mais eloquente exemplo foi Jesus de Nazaré. A grandeza do Mestre Nazareno não se baseia só no seu martírio, mas, prevalecentemente, na subversão dos costumes, pela simples mudança de paradigmas pregada pela sua doutrina. O momento é grave. A sociedade mundial está em crise, conturbada por desentendimentos, corrupção, injustiças e violência. No mesmo passo, o nosso país, talvez até em vanguarda. Desse modo, impossível deixar de aproveitar platéia tão especial, para abordar o momento aflitivo e constrangedor, que atravessa a Nação brasileira. Aqui não emitirei nenhuma opinião pessoal embora a tenha, com convicção, a uma em respeito aos ouvintes de escol presentes, a duas porque não devo confundi-la como expressão oficial da maçonaria, porque seria indébita. Entretanto, posso adiantar-lhes que a maçonaria, está como sempre esteve, vigilante e, nunca se furtará ao enfrentamento, em prol da concórdia e da harmonia. Assim, nada mais digno e respeitoso do que socorrer-me dos ensinamentos dos sábios para oferecer-lhes uma semente, como contribuição, que vicejará dentro de cada qual, conforme sua pessoalidade. A lição de Bertrand Russel: “Quando ouço falar que um povo não está bastantemente preparado para a democracia, pergunto se haverá algum homem bastantemente preparado para ser déspota.”Por seu turno preleciona George Clemenceau:“…em matéria de desonestidade, a diferença entre o regime democrático e o déspota é a mesma que separa a chaga que corrói as carnes, por fora, e o invisível tumor que devasta os órgãos, por dentro. As chagas democráticas curam-se ao sol da publicidade, com o cautério da opinião livre; ao passo que os cânceres profundos do despotismo, apodrecem internamente o corpo social e são, por isto mesmo, muito mais grave.”Ninguém segura mais a violência que grassa no país. Temos deter coragem ou humildade de reconhecer a sintomatologia da insatisfação popular. O povo é bom, é ordeiro, pacífico e trabalhador, é a nossa gente é o nosso chão, é a nossa família é a nossa pátria que se esboroa. Urge uma nova postura, qual seja, abandonar-se esse velho e carcomido paradigma do passivismo psíquico. Um novo paradigma se impõe. Há que se perguntar: É chegada a hora?“Nada tem mais força que uma ideia, quando é chegada a hora.”No dizer de Victor Hugo ou Goethe.Aí,os laivos da alma do poeta Geraldo Vandré complementa“Quem sabe faz a hora não espera acontecer.Por fim, para não dizer que não falei de flores, estamos no mês de março quando se comemora no dia 8 o Dia Internacional da Mulher, e aqui, nesta oportunidade, desejo dedicar encômios à mulher, especialmente nordestina, nas figuras guerreiras que,fizeram a hora, a cearense Rachel de Queiroz, quando a Academia Brasileira e Letras, teve de modificar seus Estatutos para tê-la em seus quadros; as pernambucanas “heroínas de Tejucupaco”, que estando sozinhas, pois todos os homens do lugarejo estavam no front, conseguiram com utensílios domésticos e até molho de pimenta, expulsar a tropa holandesa que ali desembarcara; a baiana Maria Quitéria que teve de travestir-se de homem para se alistar na tropa brasileira como soldado Medeiros, na renhida batalha contra os portugueses na Bahia, tendo sido após a vitória condecorada pelo próprio D. Pedro I; e aqui mais pertinho de nós, por representação simbólica, as cunhadas, Ana Maria Linhares e Graça Araújo a quem peço uma eloquente salva de palmas.
Recebam pois, por meu intermédio, os mais efusivos agradecimentos da Academia Maçônica de Letras e da Grande Loja Maçônica do Estado do Ceará, por vossas honrosas presenças.
(João Munhoz Junior, Presidente)