Engasgo com leite materno: saiba o que fazer

Pediatra explica quais são os principais sinais de engasgo em bebês. Foto: Freepik

 

Um recém-nascido de apenas 8 dias foi salvo de um engasgo por uma equipe da 1ª Companhia do 6º Batalhão da Polícia Militar do Ceará (PMCE). O incidente ocorreu na tarde da última terça-feira (30), no bairro Vila União, em Fortaleza.

 

Coincidentemente, nesta quinta-feira, 1º de agosto, é comemorado o Dia Mundial da Amamentação, data que destaca a importância do leite materno como a alimentação mais completa para bebês. Para garantir a segurança durante a amamentação, é essencial que os familiares estejam cientes dos riscos e preparados para agir em emergências.

 

Segundo uma pesquisa da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) divulgada em 2022, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking de mortes de crianças vítimas de engasgo. Diariamente, cerca de 15 bebês de até um ano de idade morrem por asfixia acidental com leite materno.

 

Em situações de engasgo, acionar o Corpo de Bombeiros pelo telefone de emergência 193 é crucial. Os atendentes fornecem as primeiras orientações enquanto a ajuda não chega.

 

Como realizar a manobra de desobstrução de vias aéreas em bebês:

 

1. Coloque seus dedos indicador e médio no queixo da criança, mantendo a boca aberta.

2. Coloque a barriga do bebê sobre o seu antebraço, com uma perna de cada lado.

3. Deixe a cabeça mais baixa em relação ao corpo.

4. Inicie leves tapas na região das costas do bebê até que as vias aéreas sejam liberadas.

 

O sinal de que a criança voltou a respirar é quando ela começa a chorar. Neste momento, coloque o bebê com as costas em seu peito e limpe qualquer secreção da boca ou do nariz. Não esqueça de acionar o Corpo de Bombeiros (193) ou o SAMU (192) para que a criança seja avaliada por profissionais de saúde.

Dicas da especialista

 

Lilianny Pereira, pediatra e docente do Instituto de Educação Médica (IDOMED), explica que os principais sinais de engasgo em bebês durante a alimentação são tosse persistente, dificuldade em respirar ou chiado ao respirar, mudança na cor da pele (ficando pálida, arroxeada, azulada ou muito vermelha), olhos arregalados ou expressão de aflição, incapacidade de tossir ou chorar, movimentos bruscos ou inquietos, irritação e sinais de sofrimento e sufocação, além da ausência de som ao chorar e ao engolir.

 

Para prevenir os engasgos, Lilianny Pereira recomenda:

 

– Manter o bebê em uma posição adequada e elevada no colo, aproximadamente a 45 graus, evitando alimentá-lo deitado.

– Observar atentamente o bebê enquanto ele se alimenta, prestando atenção aos sinais de desconforto, engasgo e tosse persistente.

– Garantir que o bebê esteja calmo e tranquilo antes de se alimentar, evitando distrações e criando um ambiente calmo e silencioso.

– Alimentar o bebê lentamente, permitindo pausas e intervalos para que ele respire e tenha uma alimentação adequada.

 

Lilianny Pereira ressalta que a preocupação com engasgos durante a alimentação deve ser constante nos primeiros anos de vida da criança, especialmente durante a introdução de alimentos sólidos e o período de adaptação à mastigação e deglutição. À medida que a criança cresce e desenvolve habilidades motoras e de mastigação, o risco de engasgo diminui, mas os pais devem sempre estar atentos e tomar medidas preventivas para garantir a segurança durante a alimentação. Ela destaca a importância da supervisão atenta, escolha de alimentos adequados à idade da criança e adoção de práticas seguras durante a alimentação, além de aprender as manobras de desengasgo.

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