Empresas afirmam que pluralidade nas equipes é chave para produtividade e inovação

Durante evento realizado pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), representantes de multinacionais explicaram como diversidade e inclusão enriquecem ambiente de trabalho

“Inovação só se consegue com inclusão e pluralidade de pensamento”. A afirmação foi dita pelo holandês Ramon Jubels, sócio-líder da KPMG Brazil, durante o evento Quebrando Muros – Diversidade e Inclusão, realizado pelo CEBDS. O debate também contou com a participação de Camila Weber, gerente de Relações Públicas da WeWork, Mariana Simões, supervisora de Sustentabilidade e Diversidade da White Martins, e foi mediado pelo jornalista Alexandre Gaspari.

Para introduzir o tema das barreiras de preconceito que ainda existem no Brasil, Ramon Jubels contou um pouco de sua experiência pessoal ao chegar no País. “Eu vim da Holanda como homossexual assumido, mas cheguei a pensar a ‘voltar para o armário’. Eu e meu marido tivemos nossa associação em um clube paulistano negada com a justificativa de que outros sócios não gostariam que os filhos dividissem a piscina com homossexuais”, contou o executivo. Segundo Jubels, esse é um erro que gera perda financeira para uma organização tanto em relação ao cliente final, como ao público interno. “O profissional LGBT não assumido gasta 30% de tempo e energia para representar dentro da empresa um personagem que não existe.  Isso significa perda de produtividade e engajamento”, explica.

O risco de perda de valor de marca e de vendas por empresas preconceituosas e não-inclusivas foi debatido pelos profissionais, mas a ideia central que mais apareceu na fala dos convidados foi como um ambiente de trabalho diverso em cor de pele, estética, idade, gênero, CEP, orientação sexual,  classe social e sotaque aumentam a produtividade, a criatividade e a potência de inovação nos negócios.

Mariana Simões contou que a White Martins tem política de inclusão para pessoas com deficiência (PCDs) desde 1975, mas há 10 anos o grupo trabalha com a ideia de pluralidade no quadro de funcionários como estratégia global. Desde então, busca ampliar cada vez mais inclusão de mulheres e outros grupos de minoria nas equipes. “Nosso grande salto foi quando o valor da diversidade como negócio chegou à alta liderança. Se queremos ser uma empresa inovadora, como conseguiríamos reproduzindo o viés de pensamento de funcionários socialmente iguais?”, argumenta.

A gerente de Relações Públicas da WeWork, Camila Weber, levou ao debate a inciativa da empresa de inclusão de imigrantes refugiados. De origem norte-americana, o programa WeWork Refugee Initiative tem a meta de contratação de 1500 refugiados até 2022. Em julho deste ano, a filial brasileira se mobilizou para trazer o programa para o País por conta do aumento do fluxo de refugiados venezuelanos. “Além da contratação direta, temos a missão de ampliar a visibilidade da iniciativa para nossas empresas terceirizadas e às empresas que ocupam nossos prédios de coworking no Brasil. Nossa ideia é multiplicar a ideia e ajudar a conectar empresas e talentos imigrantes”, conta.

A gravação na íntegra do evento  Quebrando Muros – Diversidade e Inclusão está disponível para visualização na página do CEBDS no Facebook. A proposta do evento é levar às empresas discussões sobre sustentabilidade por meio de temas transversais a todas as áreas.

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