Diminuição da renda familiar e segurança sanitária: novos fatores são levados em conta em época de matrículas escolares

Decidir qual a melhor escola para o filho sempre foi um desafio capaz de tirar o sono de qualquer pai. Com a pandemia, inúmeros fatores se somaram a essa questão, tornando a decisão ainda mais difícil. De um lado, escolas que tentam administrar não apenas o contexto pedagógico que precisou ser repensado por conta da pandemia, mas também a gestão operacional e financeira, abalada pela redução no número de alunos e pelos investimentos necessários para a implantação do ensino remoto e híbrido. E de outro, pais que precisam decidir em meio a uma pandemia que ainda não acabou qual a melhor (e mais segura) opção para o filho.

Para tentar recuperar os alunos perdidos, as escolas particulares abriram a temporada de matrículas mais cedo, neste ano. Muitas estão com as vagas para 2022 abertas desde o primeiro semestre. Mas, de acordo com a diretora pedagógica do Sistema Positivo de Ensino, Acedriana Vogel, conquistar a preferência dos pais em um cenário de pandemia não será uma atividade simples. Uma pesquisa realizada pelo site Melhor Escola ouviu mais de 1.200 pais e responsáveis em todo o país. Entre os participantes do levantamento, 71,4% afirmam que a renda familiar diminuiu e 96% dizem que pretendem checar a segurança sanitária da escola antes de realizar a matrícula.

Segundo Acedriana, tanto escolas quanto pais devem considerar alguns fatores. “Gestores escolares estão em busca também de recuperar as finanças da instituição e, para isso, devem estar cientes de que terão que ampliar a capacidade de negociação e de oferta considerando que alguns alunos terão que ser acompanhados mais de perto – tanto para diagnóstico como para o desenvolvimento de um plano de recuperação personalizado”, afirma Acedriana. “Será necessário engajar e acolher os estudantes no formato presencial, portanto atividades socioemocionais, oficinas “mão na massa” e ampliação de língua inglesa podem ser ótimas oportunidades de interação e convivência entre eles”, acrescenta.

A diretora pedagógica destaca alguns pontos de atenção para os pais: “além dos cuidados que já eram necessários na hora da matrícula, atualmente é importante considerar as opções de ensino híbridas oferecidas, além das medidas de segurança sanitária. O ensino presencial está voltando, mas o modelo híbrido veio para ficar; então, é importante avaliar o planejamento da instituição para o ensino remoto e presencial e as hipóteses mapeadas pela equipe pedagógica para equilibrar essas duas alternativas”, explica a diretora.

Por fim, a especialista destaca também que os pais não podem esquecer de observar questões como materiais didáticos exigidos, formas de avaliação e acompanhamento, volume das tarefas de casa e das reuniões na escola, localização da escola, espaços alternativos para além da sala de aula, atividades extracurriculares com e sem custo adicional. E, ainda, “se a escola analisada for religiosa é importante se informar sobre a abordagem do ensino religioso no currículo e o alinhamento com a prática vivida pela família”, lembra Acedriana. A especialista termina enfatizando que “vale o tempo investido para escolher a escola do seu filho, pois continua atual o velho ditado: tudo o que é combinado, não custa caro!”

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