Decisões da Cúpula do G20 e o Contexto Político Brasileiro
(Por Antonio Matos)
No encerramento da Cúpula do G20, de 2024, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um balanço dos avanços significativos alcançados no último ano e transmitiu a presidência do grupo à África do Sul.
Neste artigo vamos refletir sobre as decisões da cúpula no contexto dos atuais problemas globais, e as implicações políticas internas do Brasil. Mas também vamos abordar o momento sensível da política interna brasileira, diante desses fatos que vieram à tona no exato momento em que as 20 maiores economias do mundo estavam no Rio de Janeiro discutido o futuro da humanidade – pela paz, direitos de homens, mulheres, idosos, jovens e crianças, crescimento econômico com sustentabilidade, regras para combater a fome e a miséria global, e justamente a nova governança das nações -, uma bomba explode no colo dos brasileiros com a notícia de repercussão internacional, dando conta da operação da Polícia Federal denominada de Contragolpe, que sufocou a trama golpista de direita encabeçada por um agrupamento de militares do Exército dentro e ao final do próprio desgoverno anterior do direitista Bolsonaro.
Durante sua presidência na referida cúpula dos 20 países mais ricos do planeta, o líder mundial Lula da Silva, lançou a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, promovendo um debate inovador sobre a taxação dos super-ricos. A mudança climática foi inserida de maneira relevante na agenda dos Ministérios de Finanças e Bancos Centrais de cada país participante do evento, culminando na aprovação do primeiro documento multilateral sobre bioeconomia. Além disso, foi feito um Chamado à Ação, pedindo reformas que tornem a governança global mais efetiva e representativa. O G20 Social, com sua declaração final, enfatizou três pilares centrais: combate à fome, à pobreza e à desigualdade; enfrentamento das mudanças climáticas e transição justa; e reforma da governança global. Este documento foi construído com a contribuição de grupos historicamente marginalizados, promovendo a necessidade de maior participação desses segmentos na governança mundial.
Lula apontou para os demais líderes mundiais o solucionamento que o mundo deve seguir, qual seja, o mesmo caminho que o governo do Brasil vem construindo na gestão do Partido dos Trabalhadores, incluindo na sua governança a participação das mulheres (negras principalmente), indígenas e as demais minorias que são excluídas das decisões governamentais.
A Reunião da Cúpula do G20 de 2024 foi um marco significativo para o Brasil, que recebeu elogios e reconhecimento da mídia internacional pela sua organização e pela condução das discussões. Líderes de diferentes nações parabenizaram a competência brasileira em articular temas cruciais, como a luta contra a fome, a pobreza e as mudanças climáticas, destacando a habilidade do país em promover um diálogo inclusivo e representativo. Essa aprovação global não apenas reforça a posição do Brasil no cenário internacional, mas também evidencia o papel ativo e propositivo da nação na busca por soluções coletivas para os desafios globais contemporâneos.
O plano e a tentativa de assassinato do presidente Lula
Por outro lado, enquanto o presidente Lula se dedicava em mostrar o resgate das políticas públicas que foram prejudicadas pela administração extremista do governo que o povo do Brasil expulsou de Brasília, surgiram ameaças à sua segurança, mediante a descoberta de um plano de assassinato com conivência de políticos ultradireitistas e segmentos da população manipulados por líderes religiosos e grupos de militares utilizando a conveniência da desinformação nas redes sociais. Essa realidade evidencia a fragilidade do ambiente político brasileiro e a necessidade de medidas duras e exemplares para restaurar a confiança nas instituições e reconhecer a liderança do líder internacional Lula da Silva.
O ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), Celso de Mello, comentou sobre a operação da Polícia Federal que sufocou a articulação de um golpe de Estado por militares do Exército brasileiro. O ex-presidente do STF classificou a ação como “grave” e “inaceitável”, ressaltando que os dias sombrios que marcaram o processo democrático no Brasil estão se distanciando no tempo histórico. Ele enfatizou que, em um período das liberdades fundamentais, a vontade hegemônica dos militares do regime político vigente sufocou, de maneira irresistível e ditatorial, o exercício da democracia.
Celso de Melo lembrou, ainda, que fatos como este se repetem, como em 1964, poucos dias antes do dia 30 de janeiro desse mesmo, na chamada “Revolta dos Sargentos”. Tal qual aquele momento, a ideia foi matar o presidente Lula, o seu vice Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Morais
A anistia aos autores dos atos de 8 de janeiro
Sobre a questão da anistia em relação aos participantes dos eventos de 8 de janeiro é complexa. Para os mentores desse ato, como Jair Bolsonaro e seus aliados, a responsabilidade deve ser proporcional às suas ações: prisões. No entanto, aqueles que foram cooptados por falsos líderes religiosos e que não participaram da violência devem ter suas penas reconsideradas, levando em conta seu engano e fé.
A credibilidade dos políticos, especialmente os que representam a ultradireita, está em questão diante de comportamentos que envergonham a índole pacifista do povo brasileiro. É fundamental que os eleitores recebam informações claras e educativas sobre pautas relevantes. A regulação das redes sociais, como já observado em iniciativas na União Europeia e defendida em artigo anterior, é essencial para enfrentar a desinformação disseminada por figuras influentes.
Brasil-China
O presidente Lula teve extensa reunião com o primeiro dirigente Xi Jinping, da China, quando assinaram 38 (trinta e oito) diversos acordos bilaterais Brasil-China, que vão na linha de desenvolvimento do nosso país.
PT e PSB no Ceará
Em outra vertente, enfim, o recente desentendimento do senador Cid Gomes da aliança com o PT trouxe uma ligeira preocupação a todos. Entretanto, acredito que a intervenção de Camilo Santana foi providencial e necessária para restaurar a normalidade política. A escolha do presidente da Assembleia Legislativa do Ceará (ALECE) deve ser compartilhada com os partidos aliados, evitando os erros do passado e promovendo a união em prol do bem-estar do estado.
Antonio José Matos de Oliveira é jornalista, Administrador de empresas e membro da Academia de Ciências, Letras e Artes/ACLA de Columinjuba Capistrano de Abreu.