Corte de gastos: bolsa reage positivamente, dólar e juros futuros caem

Especialistas do mercado financeiro comentam sobre reação do mercado após declarações do governo em relação ao arcabouço fiscal e repercutem sobre o que esperar para os próximos dias

O Ibovespa fechou com alta aos 126.163,98 pontos nesta quinta (04), um ganho de 502 pontos. Já o dólar caiu 1,46% chegando a R$ 5,48. Enquanto isso os juros futuros também caíram.

O clima de otimismo no mercado veio após Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, ter dado declarações que agradaram o mercado. De acordo com o ministro, o presidente Lula disse que haverá o cumprimento do arcabouço fiscal “a todo custo”. Além disso, autorizou a equipe a cortar R$ 25,9 bilhões em despesas obrigatórias. Haddad comentou também que o novo arcabouço fiscal se conjuga com outras normas, como a Lei de Reponsabilidade Fiscal (LRF), e deve ser seguido na garantia da rigidez das contas públicas.

Segundo Rodrigo Cohen, analista de investimentos e co-fundador da Escola de Investimentos, o que o mercado mais quer é responsabilidade fiscal e com o Lula mostrando isso com certeza é uma notícia positiva. “É ótimo para a nossa Bolsa e uma notícia boa para o dólar também, para que a gente possa ver a moeda cair mais. Mercado também ficou positivo nesta quinta porque foi feriado nos EUA e, com isso, sofreu zero impacto do cenário externo”, diz.

Nicolas Gass, especialista em mercado de capitais e sócio da GT Capital, comentou que os juros futuros projetam o risco que o país tem. E, com o risco diminuindo, os juros futuros também caem em movimento de correção significativo.

O que a gente pode esperar agora nos próximos dias é o que, de fato, vai vir ali desse corte de gastos. A gente vê o governo falando muito sobre credibilidade fiscal, mas a gente tem que ver agora quais serão as atitudes de fato. Não adianta só falar, falar, falar e não executar nada na prática, porque aí o mercado não vai dar credibilidade ao governo, que é o que vem acontecendo“, afirma.

Andressa Bergamo, sócia-fundadora da AVG Capital, acredita que a bolsa pode reagir positivamente no curto prazo. “O controle de gastos e o compromisso fiscal sinalizam responsabilidade e estabilidade, atraindo investidores. Setores sensíveis a juros, como consumo e construção, podem se beneficiar diretamente de uma queda nos juros futuros. Empresas exportadoras podem ter ganhos reduzidos se o real se valorizar, mas o impacto geral tende a ser positivo”, ressalta.

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