Confiança dos micro e pequenos empresários abre o ano em alta e marca 65,7 pontos em janeiro, mostra indicador da CNDL/SPC Brasil

Índice é o maior desde maio de 2015, início da série histórica. Diminui de 49% para 34% o número de micro e pequenos empresários que veem piora nas condições da economia. Cenário político mais estável é principal razão do otimismo com o futuro

A confiança da micro e pequena empresa abriu o ano de 2019 com um índice recorde de expectativas positivas. É o que mostra um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito. Os dados de janeiro mostram que o Indicador de Confiança apurado com esses empresários marcou 65,7 pontos, o maior desde maio de 2015, início da série histórica. Na comparação com janeiro de 2018, houve uma alta de 20,2% e, se comparado a dezembro, o crescimento é de 3,9%. Pela sexta vez consecutiva, o resultado ficou acima dos 50 pontos, indicando que o clima de otimismo prevalece entre os entrevistados. Pela metodologia, o indicador varia de zero a 100, sendo que, acima de 50 pontos, reflete confiança desses empresários e, abaixo dos 50 pontos, reflete desconfiança com os negócios e com a economia.
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O avanço da confiança dos empresários de menor porte coincide com o início de um novo governo e da posse do Congresso. Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, há a expectativa de que o capital político dos recém-eleitos possa garantir a aprovação de medidas que destravem a economia, como a reforma da previdência, a simplificação tributária e a abertura econômica, fazendo acelerar o crescimento do PIB e a geração de empregos. “Se confirmadas as expectativas ao longo de 2019, a confiança poderá consolidar-se acima do nível neutro e encorajar os micro e pequenos empresários a investirem e, por consequência, iniciar um ciclo virtuoso para a economia. Porém, isso dependerá de um ambiente político estável para garantir que acordos avancem no Congresso”, explica o presidente.

O Indicador de Confiança é composto pelo Indicador de Condições Gerais e peloIndicador de Expectativas. Por meio da avaliação das condições gerais, busca-se medir a percepção dos micro e pequenos empresários sobre os últimos seis meses. Já através das expectativas, busca-se medir o que se espera para os próximos seis meses.

Para 55% dos otimistas com economia, cenário político está mais favorável. Indicador de Expectativas avança de 64,3 pontos para 77,8 pontos

Indicador de Expectativas para os próximos seis meses marcou 77,8 pontos em janeiro de 2019, ante 64,3 pontos em janeiro do ano passado. O número reflete o fato de que a ampla maioria dos entrevistados está confiante com o futuro da economia (82%) e com o futuro dos próprios negócios (83%).

O levantamento mostra que para 55% dos micro e pequenos empresários a confiança no futuro da economia vem da percepção de que o cenário político está mais favorável do que em períodos anteriores. Outro ponto de destaque é a concordância com as medidas econômicas do governo (38%). Há 22% de entrevistados que não sabem explicar as razões do sentimento positivo, ao passo que 21% relatam a percepção de uma melhora dos indicadores econômicos.

Quando a análise de detém sobre o otimismo com relação ao próprio negócio, 31% mencionam o entendimento de que a economia já dá sinais de melhora, enquanto 25% relatam terem realizado investimentos na empresa. Além disso, 25% não sabem ao certo as razões do sentimento e 22% apontam uma boa gestão do empreendimento.

Cai de 49% para 34% o percentual de micro e pequenos empresários que veem piora nas condições da economia. Para 66%, faturamento do negócio deve crescer

Outro avanço detectado no levantamento é sobre a avaliação do momento atual. Neste caso, o Indicador de Condições Gerais subiu de 41,6 pontos em janeiro de 2018 para 49,4 pontos em janeiro de 2019. O índice abaixo do nível neutro de 50 pontos mostra que os empresários ainda não enxergam os últimos seis meses de forma favorável, embora o crescimento do índice aponte uma interrupção na trajetória de piora e uma melhora gradual do ambiente de negócios.

Em termos percentuais, 30% dos micro e pequenos empresários acreditam que as condições da economia melhoraram, em algum grau, nos últimos seis meses. Há um ano, apenas 23% tinham essa percepção. Os que acham que a situação melhorou formam 34% da amostra, mas no mesmo período do ano passado, esse percentual era de 49%. Já com relação aos próprios negócios, 35% relatam ter notado um melhor desempenho na sondagem deste ano. “Embora não tenha se formado uma maioria na quantidade de empresários que notaram melhora em seus negócios, o que se percebe é um avanço na comparação com os meses anteriores, o que esboça um cenário de situação mais equilibrada”, afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

Considerando os micro e pequenos empresários que notaram melhora em seus negócios, 59% observaram aumento das vendas e 30% disseram ter implementado melhorias na gestão da empresa. Há ainda 21% que modificaram o mix de produtos e 17% que promoveram redução de custos para tornar a empresa mais eficiente. Outro dado corrobora essa visão é que, em dezembro, 56% disseram ter vendido mais. Já com relação aos próximos seis meses, 66% aguardam um faturamento maior, contra apenas 3% que projetam queda. Outros 27% possuem uma expectativa de estabilidade. Para os otimistas com as vendas, 32% garantem estar buscando novas estratégias comerciais e 25% consideram o período favorável para as vendas.

Metodologia

O Indicador de Confiança do Micro e Pequeno Empresário leva em consideração 800 empreendimentos do setor comércio varejista e serviços, com até 49 funcionários, nas 27 unidades da federação, incluindo capitais e interior. Quando o indicador vier abaixo de 50, indica que houve percepção de piora por parte dos empresários. A escala do indicador varia de zero a 100. Baixe a integra do indicador em https://www.spcbrasil.org.br/imprensa/indices-economicos

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