Como nasceu a Cesta de Natal

Com a a proximidade do final do ano as empresas e as famílias começam a se preparar para as festas e comemorações do Natal e Réveillon. Uma das datas mais esperadas é a entrega das Cestas de Natal aos colaboradores realizadas por empresas no Brasil e no Mundo. A Cesta de Natal é um presente dado ao colaborador em nome da empresa. Significa que a empresa planejou dar algo para aquela pessoa e este presente representa um agradecimento pelo ano em que realizaram esta parceria. É uma forma de motivar e ao mesmo tempo agradecer pela jornada mas, principalmente, uma forma de se comunicar e transmitir valores que a empresa acredita, como solidariedade, cidadania, cultura, amizade e sustentabilidade. Mas, você sabe de onde vem essa tradição das Cestas de Natal?

No século XVII, no Império Britânico, os empregados da aristocracia ficavam para ajudar na festa de Natal dos patrões e apenas no dia seguinte era concedida uma folga para visitarem as famílias. Como agradecimento, os patrões entregavam caixas com comida e presentes. Desde essa época, no dia 26 de dezembro, é celebrado o Boxing Day nos países de origem Inglesa como Inglaterra, Escócia, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia, Canadá e em alguns estados americanos, sendo feriado em muitos destes. Esta tradição teve origem e inspiração no clérigos da idade média, que viajavam nos barcos nos tempos das explorações marítimas, e disponibilizam uma caixa para que os marinheiros deixassem uma contribuição em nome da segurança da expedição. Quando os barcos retornavam ilesos, as caixas eram abertas e as esmolas eram distribuídas aos pobres.

No Brasil as Cestas de Natal se tornaram populares nos anos 50. As famílias passavam o ano todo pagando prestações mensais das Cestas de Natal, muitas vezes com dificuldade e sacrifício. As cestas eram recebidas no final do ano e eram motivo de muita alegria e festa para as famílias.

As Cestas de Natal Amaral foi a pioneira e marcou a época. Fundada em 1945, pelo empresário Rui Amaral lemos, na Mooca, mais precisamente na rua Canuto Saraiva nº 429, a empresa foi pioneira do ramo do empacotamento de alimentos e venda ao consumidor. As cestas foram criadas em 1953 e eram uma espécie de Baú da Felicidade, em que o consumidor pagava um carnê para receber a cesta no final do ano e concorria a diversos prêmios, desde eletrodomésticos a imóveis. Por motivos desconhecidos, Rui Amaral resolveu encerrar as atividades da empresa no ano de 1967.

 

A tradição mudou e atualmente são as empresas as principais compradoras de Cestas de Natal. Segundo um estudo do Infojobs, mais de um terço das pessoas, empregadas nos países do Ocidente, recebem Cestas de Natal das empresas em que trabalham. Neste estudo também foi observado que algumas empresas começaram a dar o valor das cestas em dinheiro para o funcionário. Mas segundo Adriano Trindade, sócio da Capital das Cestas, empresa que comercializa cestas de alimentos, “a Cesta de Natal é uma tradição que jamais será substituída por um cartão, pois seria muito impessoal”, concluindo que “Natal é amor, é amizade, é solidariedade e receber um presente tem um significado muito maior para um funcionário”. Outra mudança perceptível nas Cestas de Natal foi a aproximação com o departamento de Recursos Humanos das empresas e a transformação da Cestas de Alimentos numa forma de comunicação entre empresa e colaborador. Entregar os valores que a empresa acredita e gostaria de passar para seu colaborador se tornou o novo desafio, informou Everton Helfstein, diretor de marketing da Capital das Cestas. A empresa neste ano está fornecendo, junto com os alimentos da cestas de Natal acesso gratuito ao cinema, numa parceria com a Paris Filmes e acesso gratuito a e-books numa parceria com a Livraria Cultura, além da possibilidade da empresa personalizar uma mensagem de Natal para os colaboradores nas cestas.

 

A Cesta de Natal é uma tradição secular e que já faz parte da história do país e da tradição dos brasileiros. Quando receber, ou entregar, uma cesta, lembre-se de que tudo começou com um pensamento, sentimento e compromisso que permaneceu por todos estes anos, a solidariedade.

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