Como montar uma carteira de investimentos para a aposentadoria

(Por Ana Carolina Siedschlag)

Investing.com – Não é de hoje que a poupança tem afugentando brasileiros que buscam rendimentos maiores quando o assunto é o longo prazo, e isso tem ficado cada vez mais fácil com o aumento de produtos financeiros no mercado e a facilidade com que os investidores têm em acessá-los.

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Segundo especialistas consultados pelo Investing.com, montar uma carteira de investimentos pensando na aposentadoria pode começar aos poucos, seja qual for o montante que a pessoa tem a investir, desde que ela siga algumas dicas que ajudam a garantir a segurança das suadas economias.

Para Murilo Breder, analista da Easynvest, por exemplo, o mais importante é definir os objetivos do dinheiro no curto, médio e longo prazo, para assim saber quais os melhores tipos de ativos colocar no bolso e em quanto tempo eles podem começar a devolver retornos interessantes.

Ele lembra ainda que é importante revisar essas metas de tempos em tempos, para adaptar melhor a carteira conforme os objetivos e até a renda mudam, além de conferir se os ativos escolhidos continuam trazendo o retorno desejado.

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“É ‘buy and hold’, não ‘buy e esquecer’”, brinca, fazendo referência ao conceito de “comprar e manter” usado no mercado financeiro para determinar quando um ativo é comprado com a intenção de ficar por um bom tempo na carteira, em vez de ser vendido nos próximos dias ou semanas.

Veja mais sobre essas e outras dicas de como montar uma reserva para a aposentadoria:

1) Estabeleça um ou mais objetivos

Segundo os analistas, o primeiro passo é saber para quê os seus investimentos serão usados no futuro. Ter uma reserva exclusivamente para a aposentadoria é importante para que esse investimento não se perca ao longo do tempo com outras demandas, como comprar um imóvel, pagar a faculdade dos filhos ou fazer uma viagem. Os objetivos podem mudar, mas quanto mais claros eles forem, mais fácil é encontrar o tipo de ativo ideal para cada um.

2) Conheça e respeite a sua tolerância ao risco

O perfil de risco de um investidor é o quanto ele está disposto a deixar os próprios investimentos em ativos mais voláteis, mas que prometem mais retorno.

Isso vai depender da necessidade desse dinheiro no curto prazo, por exemplo, já que, nesse caso, pode não haver muito espaço para grandes oscilações diárias ou mensais.

Agora, quando o assunto são investimentos como para a aposentadoria, essas variações são mais facilmente corrigidas com o tempo e, dependendo do ativo, valem a pena pelos retornos esperados.

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“Quando o mercado cai e sou um investidor de longo prazo, tenho que comemorar. Se eu não tenho necessidade de resgatar aquele dinheiro logo, mercado em queda quer dizer mais oportunidades para comprar ativos baratos”, pondera Marcelo Guterman, especialista de investimentos da Western Asset.

Ele orienta que o investidor de longo prazo precisa ter “estômago” para aguentar as variações do mercado, mas que eventos que mexem muito com o preço dos ativos precisam ser olhados com atenção.

Um grande exemplo é a pandemia de Covid-19 e o desenrolar dela. Antes, apesar das boas perspectivas para o mercado de varejo online, não se sabia que companhias que atuam nesse segmento, como as de logística, teriam um crescimento tão exponencial. Quem percebeu essa tendência ao longo de 2020, conseguiu se posicionar bem para aproveitar o momento.

3) Carteira saudável é a carteira diversificada

Igor Cavaca, gestor de investimentos da Warren, lembra que, para investimentos de longo prazo, faz sentido investir pelo menos uma pequena fração em renda variável, como no mercado de ações.

E para evitar os riscos que as oscilações típicas desse mercado representam para a carteira, a solução é diversificar os investimentos entre empresas de diferentes segmentos e setores.

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“Diversificação é achar papéis que tenham uma correlação baixa entre si. É claro que existe uma grande influência geral do cenário político, por exemplo, ou do que acontece na economia americana. Mas cada empresa é afetada de uma maneira diferente por esses eventos”, explica.

Ele exemplifica citando que faz sentido para um investidor de longo prazo ter tanto as ações de um banco tradicional, como o Bradesco (SA:BBDC4), como de uma empresa que até então era uma startup e estreou recentemente na bolsa.

“Observando a minha tolerância ao risco, as duas cabem na carteira”, diz.

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