Com Selic em 2 dígitos, renda fixa é a preferida dos investidores no Ceará
Levantamento feito pelo Santander Brasil mostra que a renda fixa representa 39% do total da carteira em todo o Brasil e 40,9% entre os clientes cearenses.
Assim como ocorre em todo o País, a crescente alta nos juros está motivando os investidores cearenses a migrar seus investimentos para a renda fixa. De julho de 2021 a março deste ano, a parcela investida nesta modalidade por clientes moradores do Ceará cresceu de 38,48% para 40,9%. Neste mesmo período, a Selic (taxa básica do País) passou de 4,25% para 12,75% – desde semana passada, passou a 13,25%. Os dados fazem parte de um levantamento realizado pelo Santander Brasil com clientes em todo Brasil.
No Brasil, toda a parcela na renda fixa representa em média 39% da carteira de investimentos, segundo o estudo. São considerados os investimentos em Certificados de Depósitos Bancários (CDB), Letras de Crédito Imobiliário (LCI), Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) e títulos públicos do Tesouro Direto.
“A renda fixa sempre teve um protagonismo grande entre os brasileiros e, com os dois dígitos na taxa de juros, isso fica ainda mais evidente. Esse aumento na modalidade também mostra um apetite menor ao risco em um ano bastante desafiador para os investimentos”, afirma Luciane Effting, superintendente executiva de Investimentos do Santander Brasil.
Com a busca por mais segurança, os investidores analisados no Ceará acabaram apostando em previdência privada, categoria que aparece como a segunda mais investida, assim como ocorre no restante do Brasil. De acordo com o levantamento, de julho de 2021 a março de 2022, essa parcela caiu de 26,54% para 24,71%. De janeiro a março deste ano, a Zurich Santander Seguros e Previdência captou quase R$ 500 milhões, nos planos de previdência entre investidores pessoa física.
Os fundos de investimento, que nacionalmente tiveram uma queda para 24,89% em março de 2022, são o terceiro investimento preferido dos cearenses com 24,71%. Em julho de 2021, essas aplicações ocupavam 25,72% da carteira dos moradores do Ceará.
Junto com a renda fixa, os Certificados de Operações Estruturadas (COEs) também tiveram crescimento entre os investidores do estado ano passado para este ano, crescendo mais de três vezes para quase 2% em março de 2022 do total.
De acordo com a pesquisa do Santander, a captação foi destaque, saindo de R$ 184 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 555 milhões no mesmo período deste ano, o que representa um crescimento de mais de 300%.
“Num cenário de tanta incerteza, como o atual, essas estruturas são uma oportunidade para os clientes, já que é possível apostar na alta de um determinado índice com garantia do capital protegido. As mais demandadas têm sido do tipo ganha-ganha, onde o cliente acredita na valorização de um índice (como Ibovespa, S&P500 ou IPCA) e, caso não aconteça, ele ganha um retorno fixo como 10% ao ano, por exemplo”, afirma Luciane.
Outros investimentos
Mesmo com o avanço da renda fixa, a renda variável não acabou perdendo espaço, registrando aumento nos investimentos em ações. Já os fundos imobiliários acabaram perdendo terreno.
Por outro lado, os títulos de crédito privado, como Debêntures, Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) e Certificados de Recebíveis do Agronegócio (CRA), que também se beneficiam da alta dos juros, avançaram de um ano para outro entre os clientes baianos.
O levantamento levou em conta os investidores do Santander em todo o País, sem considerar a caderneta de poupança.