Cearense Ana Kelly é uma das promessas do karate feminino
Sem deixar a vaidade de lado, quando a jovem de 15 anos Ana Kelly Aquino Moura entra no dojo, a disciplina e o foco em vencer a adversária mostram o seu lado competitivo. Representando cerca de 40% das mulheres que hoje praticam karate no estado, Ana Kelly se orgulha das 50 medalhas conquistadas até agora, das quais 75%
são de ouro. Com 49 títulos oficiais, ela trouxe o mais recente ouro da competição SulAmericana em Guayaquil, no Equador, no último mês de abril. Treinando duas horas por dia e cinco vezes na semana, com exceção de sexta-feira e domingo, ela já está se preparando para ir para o México neste ano. Essa será sua terceira viagem
internacional.
A carateca Ana Kelly, que também já representou o Ceará nas competições nacionais em Minas Gerais, Recife, Paraíba e Rio Grande do Norte, é uma das promessas nesta modalidade da Federação Cearense de Karate, presidida por Luiz Carlos Cardoso Júnior. Inclusive, os atletas cearenses foram os únicos da Seleção Brasileira de karate
que tiveram o custo das passagens para o Equador pagos integralmente pela federação. Nessa competição, o Ceará foi o terceiro estado com maior número de atletas (08) e a região Nordeste foi a segunda mais representativa, com um total de 21 atletas. “O Estado do Ceará tem o laboratório de todas as experiências aplicadas primeiramente aqui e somente depois a nível Brasil. O país, hoje, ocupa a terceira posição no ranking mundial”, comemora Luiz Carlos.
Treinando há seis anos, Ana Kelly disse que o esporte surgiu na sua vida por recomendação médica. Ela tinha convulsões e, após o tratamento, viu que o karate poderia lhe proporcionar não só a perda de peso, que era necessária, mas trazer disciplina e um novo estilo de vida. Em um mês, a atleta perdeu cinco quilos e hoje
consegue manter o seu peso em 62 quilos. Na família, o pai, o irmão e o sobrinho seguiram seus passos, mas apenas o irmão não levou adiante. Ela e o pai são faixa marrom nessa modalidade, estando os dois a um passo de conseguir a faixa preta. Para conseguir passar por cada uma das fases e receber uma das oito faixas (branca, amarela, vermelha, laranja, verde, roxa, marrom e preta), o atleta passa por uma prova técnica, um teste físico e outro teste prático.
O karate recebe crianças a partir de quatro anos, mas as competições só são permitidas a partir de oito anos. E foi bem cedo que Ana Kelly iniciou nessa modalidade e a dedicação que tem no dojo ela leva também para seus alunos, um total de 16, sendo a maioria na faixa etária de 10 anos. Com apenas 15 anos, a atleta já consegue administrar bem o seu tempo. Atualmente cursa 1º ano do Ensino Médio, treina quase que diariamente, dá aula de karate, viaja para as competições, curte momentos especiais em família e também com seus amigos. Sobre o futuro? “Eu
penso ser uma atleta campeã reconhecida mundialmente e também pretendo continuar levando disciplina para os meus alunos”, comemora a medalhista cearense.
RECONHECIMENTO
Presidida por Luiz Carlos Cardoso Júnior desde 2009, a Federação Cearense de Karate (FCK) vem colecionando muitas vitórias ao longo dos últimos 14 anos. Antes ocupando a 13ª posição no ranking nacional, o Ceará hoje está entre o quarto e o quinto melhor estado nessa modalidade. Somente na gestão de Luiz Carlos, há um atleta mundial,
seis campeões pan-americanos, 18 medalhistas internacionais, 539 faixas pretas e 45 mil novos caratecas. O presidente da FCK comandou, até agora, 35 eventos estaduais com uma média de 180 atletas participantes e público de aproximadamente 400 pessoas por competição. No total, o karate no estado conta com 949 faixas pretas e 75
mil atletas.
Luciana Franco – Jornalista Responsável