Capital de giro: conheça os tipos e como eles são importantes para sua empresa
*Marcello Marin
O capital de giro é o principal indicador da saúde financeira de qualquer negócio. Simplificando, ele representa o dinheiro necessário para cobrir as despesas diárias, mesmo com as oscilações que acontecem no caixa.
A importância do capital de giro se revela na capacidade da empresa de pagar suas contas a curto prazo, como fornecedores, salários e outras despesas. Uma boa gestão desse capital ajuda a evitar problemas financeiros, como atrasos nos pagamentos, perda de credibilidade e até falência.
Um estudo recente da Suno Research, de 2023, destaca que manter o capital de giro em níveis adequados determina a sobrevivência de qualquer empresa. Isso é especialmente verdadeiro para micro e pequenas empresas no Brasil, que muitas vezes não têm acesso fácil a crédito.
Entendendo os tipos de capital de giro
Saber como os diferentes tipos de capital de giro funcionam é importante para garantir o crescimento e a sustentabilidade do seu negócio. Um resumo feito pela Deloitte, em 2023, mostra como o capital de giro variou em vários setores e quais fatores influenciaram essas mudanças, como alterações nas margens de lucro e prazos de pagamento.
Existem quatro tipos principais de capital de giro:
– Líquido: diferença entre o que a empresa tem a receber (ativo circulante) e o que precisa pagar (passivo circulante). Um saldo positivo indica que a empresa tem dinheiro disponível após quitar suas contas.
– Negativo: ocorre quando as dívidas de curto prazo superam o que a empresa tem a receber, o que pode indicar dificuldades para pagar suas contas.
– Próprio: dinheiro que a empresa usa sem recorrer a empréstimos, utilizando apenas seus próprios recursos.
– Associado a investimento: necessário quando a empresa quer crescer ou fazer investimentos específicos, podendo buscar recursos adicionais para isso.
Gestão bem-feita, empresa economicamente saudável
Uma boa gestão do capital de giro pode ser medida por vários indicadores. O principal deles é a sobra de caixa: quanto mais dinheiro a empresa tiver disponível, melhor será sua gestão – outras métricas importantes incluem o ciclo de conversão de caixa e a rotatividade de estoques.
Para evitar problemas financeiros na companhia e otimizar o capital de giro, algumas práticas são recomendadas:
– Planejamento: elaborar um planejamento financeiro e de vendas permite que a empresa defina metas e alcance seus objetivos de forma eficaz.
– Disciplina: seguir o planejamento estabelecido garante que a empresa permaneça no caminho certo em termos financeiros.
– Corte de custos: mesmo quando a empresa está lucrando, a melhoria de custos deve ser uma prática constante; de acordo com uma análise da Boston Consulting Group, a eficiência na redução de custos pode aumentar a margem de lucro em até 20%.
– Renegociação: manter uma comunicação aberta com clientes e fornecedores para renegociar prazos e condições de pagamento pode aliviar a pressão sobre o capital de giro.
É ideal que todas as empresas priorizem um capital de giro líquido positivo; se houver a chance de conseguir financiamentos com juros baixos, essa opção deve ser considerada. Por fim, ao utilizar recursos próprios, é importante planejar bem como esse dinheiro será usado para maximizar o potencial da companhia.
*Marcello Marin é contador, administrador, Mestre em Governança Corporativa e especialista em Recuperação Judicial