Em anúncio publicado nesta terça-feira (19) em jornais de grande circulação, cinco entidades ligadas ao comércio e serviços pedem ao ministro Fernando Haddad que não deixe mexerem no parcelamento sem juros no cartão – os bancos apresentaram ao governo recentemente uma proposta sugerindo retirar a competitividade desse tipo de parcelamento. A campanha (intitulada Vai nos dar a mão, ministro?) parte de um movimento iniciado pela Abrasel e que agora ganha força com a adesão da Abad (atacadistas), da Afrac (empresas de automação) da Anamaco (varejo de materiais de construção) e CNDL (dirigentes lojistas). No anúncio, a primeira de uma série de iniciativas conjuntas em defesa do parcelado, as entidades destacam a importância do parcelado sem juros para milhões de empresas de varejo e de serviços.
“A proposta dos bancos, admitida por eles mesmos, é mexer no parcelado sem juros. Ora, essa é a modalidade de pagamento preferida dos brasileiros, e dá acesso a bens e serviços a quem não teria como outra maneira de pagar. Retirar a competitividade do parcelado sem juros iria afetar não somente os cidadãos, mas também toda uma enorme cadeia de pequenas empresas, causando um imenso impacto na nossa economia. E tudo para que três ou quatro bancos se beneficiem. Não faz sentido algum”, explica o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci.
No anúncio, as entidades também elogiam o esforço do governo para limpar o nome dos consumidores, por meio do programa Desenrola Brasil. Segundo elas, isso ajuda o país a crescer e propicia o surgimento de novos negócios, movimentando a economia.
“Não podemos deixar que essa boa iniciativa seja prejudicada na sequência por uma mexida no parcelamento sem juros no cartão. Ao contrário, o Brasil precisa aproveitar este momento de resgate da dignidade e do poder de compra dos cidadãos para criar um ciclo virtuoso na economia. A proposta dos bancos tem o poder de frear o bom momento, se implantada. É preciso que o governo esteja atento para não permitir essa rasteira no povo brasileiro”, completa José César da Costa, presidente da CNDL.
O presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), Geraldo Defalco, reforça que o parcelamento no cartão de crédito é uma forma de pagamento muito utilizada no setor e, acabar com o parcelado sem juros, pode gerar uma reação em cadeia.
“O setor de material de construção entende que o parcelamento sem juros é muito importante porque grande parte das compras realizadas, da classe média até as classe E e D, precisam desse tipo de financiamento no cartão. É muito essencial que se mantenha o parcelamento no cartão de crédito ou isso poderá gerar uma queda muito grande nas vendas e, por consequência, demissões que afetarão os empregos no setor”, afirma.