Câmara aprova PEC de reforma eleitoral retira “distritão”
O Plenário da Câmara dos Deputados rejeitou, por 35 votos favoráveis, 423 contrários e quatro abstenções, a possibilidade do “distritão” ao sistema eleitoral brasileiro. Pouco antes, por 339 votos favoráveis, 123 contrários e cinco abstenções, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 125/2011, que promove a reforma eleitoral, com a instituição do voto preferencial para os cargos de presidente, governador e prefeito foi aprovado.
Após horas de debate, a relatora do texto, Renata Abreu (Podemos-SP), concordou em retirar do texto a menção ao chamado “distritão”. Por não ser um acordo unânime, a retirada da proposta ocorreu apenas em votação de destaques.
A análise da PEC nesta quarta representou uma reviravolta: os deputados analisavam, até o início da noite, o texto da MP 1045, que institui o Novo Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) então interrompeu a análise de destaques, e abriu nova sessão para analisar a reforma eleitoral.
A decisão pegou os deputados de surpresa, já que a proposta deveria ser votada apenas nesta quinta-feira (12). A deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR) já anunciou que a bancada entrará em obstrução, mesmo antes de a sessão ser aberta.
O deputado Cacá Leão (PP-BA) defendeu a inclusão do texto na pauta. Ele defendeu o texto como uma proposta “fruto de discussão pela Câmara”.
Pegos de surpresa
Para ele, o sinal que se passa é ruim, e que o Plenário deveria respeitar a agenda original, que previa a Reforma Tributária nesta quarta-feira. Tanto sua bancada quanto outras nove (PT, PSD, MDB, PDT, PSOL, Avante, Cidadania, PV e Rede) anunciaram obstrução da pauta.
“Era para esperar a conversa [de Arthur Lira] com o Pacheco amanhã”, apontou um parlamentar com bom trânsito entre as bancadas, que chamou a manobra de “cavalo de pau”. Sua aposta é que Lira, mesmo contrariado, irá comandar ao menos a primeira votação da PEC nesta noite. Apesar da pressa na votação, os debates só se iniciaram após às oito da noite.
Por Congresso Em Foco