Bancários da Caixa: essenciais para o Brasil
*Sergio Takemoto
Enquanto uma parte dos trabalhadores brasileiros se recolheu em casa e continua em home office para se proteger da Covid-19, trabalhadores que prestam atendimentos essenciais ao país se mantém na linha de frente do atendimento à sociedade.
Neste 1o de Maio, Dia do Trabalhador, não podemos esquecer que há cerca de 400 dias, os bancários da Caixa Econômica Federal se desdobraram para garantir a melhor assistência possível para mais da metade da população brasileira.
Só no ano passado, 160 milhões de pessoas — entre aprovados para receber o auxílio emergencial e outros benefícios sociais pagos pela estatal — foram atendidos por esses trabalhadores. Dia após dia, eles enfrentam diferentes dificuldades no trabalho, além da exposição aos riscos de infecção pelo novo coronavírus especialmente neste momento, em que, liderada pelo Brasil, a América do Sul registra o maior número de infecções e mortes por Covid-19 em todo o mundo.
Com grande demanda nas agências, cargas horárias exaustivas, expedientes que se estenderam aos sábados e ainda pressionados pela cobrança de metas inalcançáveis em um cenário de pandemia, os empregados da Caixa se mantém firmes na missão de não abandonar os brasileiros.
Este ano, a previsão é que cerca de 50 milhões de brasileiros tentem sobreviver com os valores (reduzidos) do auxílio emergencial. Em todo o país, cerca de 84 mil bancários da Caixa já atuam para socorrer os brasileiros com direitos a este e a outros benefícios sociais.
Assim como a população, os empregados da Caixa Econômica Federal penaram com a falta de informações e planejamento, por parte da direção do banco e do governo federal, para o pagamento centralizado do auxílio emergencial. Bancários que saíam cedo de casa e não sabiam o cenário que encontrariam nas agências. Mães e pais de família que arriscaram e continuam arriscando a própria saúde e a saúde dos filhos por terem um nítido propósito: servir à nação.
Os atropelos de 2020 voltaram a se repetir este ano. E a culpa não é dos beneficiários, que precisam buscar solução para os problemas e se dirigem às agências, sujeitas a se transformarem em focos de disseminação do vírus.
Além de amplas e efetivas ações informativas à população, a Fenae sempre defendeu que o pagamento do auxílio emergencial fosse descentralizado para outros bancos. A Federação também entende que o benefício deveria ter sido mantido no valor mínimo de R$ 600 mensais, aprovado pelo Congresso Nacional, e até quando durassem os efeitos econômicos da pandemia.
Entendimento semelhante têm, por exemplo, os nove governadores que compõe o Consórcio do Nordeste. O governador do Piauí e presidente do colegiado, Wellington Dias, recentemente enviou ofícios aos ministérios da Fazenda e da Saúde para pedir mudanças na forma de concessão do auxílio, incluindo mais bancos nesta operação. Dias também defende a inclusão dos trabalhadores da Caixa no Programa Nacional de Imunização do Sistema Único de Saúde (SUS) contra a Covid-19.
Além dos governadores do Nordeste, os empregados do banco público contam com o apoio de parlamentares de diferentes partidos e regiões do país, que defendem a vacinação prioritária dos bancários da Caixa por reconhecerem os serviços essenciais prestados à população por estes trabalhadores.
Incluir o pessoal da Caixa Econômica Federal como público prioritário na vacinação contribuirá para que não se eleve ainda mais a disseminação do vírus, dado o atendimento bancário ocorrer em ambiente fechado, com manipulação de cédulas e documentos que passam por várias pessoas. No último mês de março, a Fenae enviou ofício ao Ministério da Saúde reforçando a solicitação para que os trabalhadores do banco tenham prioridade na vacinação pelo SUS. A Federação também defendeu celeridade e garantia de imunização para toda a sociedade.
Garantir condições dignas de trabalho para os empregados da Caixa é zelar pela preservação desta estratégica estatal que, além de um déficit de quase 20 mil bancários, ainda enfrenta a privatização de subsidiárias e outras áreas rentáveis ao país.
Entre um passo e outro, entre uma manobra e outra, o governo vai entregando ao mercado este nosso patrimônio. Fechar os olhos para uma instituição que há 160 anos é o Banco dos Brasileiros representa não só o fim da Caixa Econômica Federal como também dos programas sociais e dos investimentos necessários para o desenvolvimento da nação.
Enquanto existir desigualdade no Brasil, instituições como a Caixa são essenciais, imprescindíveis, assim como provaram ser os 84 mil brasileiros que, todos os dias, vestem a camisa e se orgulham de ser trabalhadores da única empresa 100% pública do país.
* Sergio Takemoto é presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae)