AURIBERTO CAVALCANTE. Promover a cultura para alcançar um novo Brasil
Através de uma grande participação popular, e dos artistas, sempre defendeu a conscientização das pessoas acerca dos principais problemas da cidade de Fortaleza. É preciso um trabalho recorrente e contínuo para construção da cidadania, pensar a cidade com políticas públicas racionais, humanas, socioambientais e também é fundamental democratizar a gestão da cidade melhorando a governabilidade aproximando o povo do poder público. Por isso a EDUCAÇÃO e CULTURA são as ferramentas de transformação social e melhoria de nossa gente.
Da redação
O Jornal do Comércio do Ceará, dando sequência nesta edição a uma série de entrevistas que promove em suas páginas, fala com Auriberto Cavalcante, professor, jornalista, poeta, escritor, ator, diretor de teatro e produtor cultural.
Durante duas horas o professor Auriberto conversou com a nossa editoria e reportou da sua missão de homem público sem dinheiro, abnegado à causa da cultura no estado do Ceará.
Natural de Sobral/Ceará, Auriberto Cavalcante, filho de Carlos Alberto Guilherme Cavalcante, e de Maria Aurilena Vidal Cavalcante, veio morar em Fortaleza em 1966, concluiu o ensino médio no Colégio Liceu do Ceará, tornando-se Técnico em Contabilidade.
Na Universidade Estadual do Ceará formou-se em Letras e fez sua Pós-Graduação, Especialista em Planejamento Educacional pela Universidade Salgado de Oliveira – Rio de Janeiro. Trabalhou no Banco do Estado do Ceará por quase 10 (dez) anos e nesse período participou como Delegado Sindical de todas as lutas dos bancários no Ceará, tendo participado de vários Encontros Nacionais dos Bancários. Como Delegado Sindical integrou diversas lutas e conquistas dos Bancários do Ceará.
O professor Auriberto teve uma intensa atividade em sindicatos, entidades estudantis, Centros Acadêmicos e foi Líder Estudantil em diversas escolas em Fortaleza e na Universidade Estadual do Ceará-UECE.
Desde 1982 atua nas lutas do Sindicato dos Professores do Estado do Ceará (APEOC) e já a dois mandatos faz parte da Diretoria. Auriberto também é professor concursado da rede municipal de Caucaia, onde desenvolveu excelente trabalho pedagógico, sendo coordenador do Projeto Primeiras Letras em 40 escolas do município (o objetivo desse projeto de leitura e escrita em sala de aula fazia com que os alunos editassem seu jornal, cada escola tinha o seu jornal). Auriberto foi ainda Coordenador Pedagógico da escola Flávio Marcílio.
CULTURA
Fundador e Presidente do Grupo Chocalho voltado ao incentivo de artistas, escritores e poetas do Ceará.O Grupo Chocalho foi criado em agosto de 1984 com o objetivo de defender a literatura cearense. No momento de sua criação, Auriberto já era veterano. Vinha de muitas lutas. Não só literárias, mas também políticas, como a consolidação da Democracia no Brasil. No entanto, o foco maior da agremiação foi a Literatura Cearense e seus problemas. Seu estatuto prega, principalmente, a luta contra o colonialismo cultural e a divulgação de uma literatura regional. O Chocalho defende também a democratização do acesso às políticas públicas culturais e luta sempre para o incentivo da leitura e a escrita no nosso Estado.
Auriberto na literatura vem desde a década de 80 defendendo nossa cultura, divulgando e promovendo os escritores, poetas e artistas da terra através de publicações, recitais e eventos, onde são discutidos os problemas de nossa produção cultural e sempre procurando soluções. Lançou no ano de 2002 a revista Badalo publicação que homenageia personalidades, agentes públicos de destaques e os que fazem a cultura no Ceará. Em 2019 foi homenageado, no Dia da Literatura, pela Assembleia Legislativa do Ceará. Foi eleito Diretor Cultural da Associação Atlética Banco do Estado do Ceará – AABEC e também eleito para Diretoria da Associação dos Servidores da Secretária da Educação do Ceará- ASSEEC.
Como jornalista é membro efetivo da Associação Cearense de Imprensa – ACI e participou de sua Diretoria, sendo eleito para três mandatos. Criador e editor de vários jornais e revistas culturais; membro da Academia de Letras e Artes de Caucaia e da Academia Cearense de Literatura Popular.
O professor Auriberto Cavalcante possui uma extensa lavra literária. Livros publicados desde 1982:Rastros de Liberdade – 1982; – (Livro lançado na Praça do Ferreira); Ceia Literária nº 01 – 1982, coautor; Revista Comboio Vida & Arte – 1982, coautor. Ceia Literária nº 02 – 1983, coautor; Tome 5 Camarada – 1987, coautor; Berros – 1999; Vinte Anos de Poesia – 2002 – 2004 – 2004; O Liceu do Meu Tempo vol. 01 – 2005, coautor e organizador; O Liceu do Meu Tempo vol. 02 – 2007, coautor e organizador; Antologia de Poesia Estudantil vol. 01 – 2011, organizador; Antologia de Poesia Estudantil vol. 02 – 2013 – organizador. Revista Badalo – 2009 – coautor e editor.Dedica-se à luta contra as injustiças sociais e em defesa da liberdade e democracia tendo como trincheiras a luta sindical e a literatura. Nos sindicatos encontrava apoio para travar os embates necessários do seu tempo. (Sindicalista lutou bravamente pelas Diretas Já, por uma nova constituinte, campanhas salariais, greves, etc.).
Projetos Culturais de autoria do professor tiveram destaque por jornalistas, na época, em grandes jornais como: Escola aborda assunto de forma multidisciplinar; Projeto “Paz, quem ama faz” desenvolve atividades que investem em valores morais e mudança de postura.Podemos abordar o Tema Paz nas aulas de Matemática, (gráficos com dados da violência;), nas de Português, redações com o tema cultura de paz; nas de Química, análises de água que mostram a poluição dos rios, o que não deixa de ser uma violência com a natureza; nas de Biologia, as consequências de uma lesão; nas de História, momentos de conflito que marcaram a humanidade. É assim, de forma multidisciplinar, que neste ano a Escola de Ensino Fundamental e Médio Gonzaga Mota, em Messejana, está pondo em prática com alunos e professores o projeto “Paz, quem ama faz” de autoria do Professor Auriberto.As atividades que foram discutidas em reuniões pedagógicas e com estudantes e seus pais, culminaram com um passeio ciclístico pelas ruas do bairro. De acordo com o Coordenador do Projeto e da escola, Auriberto Cavalcante, na rotina da comunidade escolar, “Matar é o extremo, mas a violência é quase diária”.O professor Auriberto também promove, juntamente com o Grupo Chocalho, a cada dois anos, Congressos de Escritores, Poetas e Leitores do Ceará.
Os congressos tem como objetivos principais:
I- Discutir a produção cultural cearense nos seus aspectos históricos, da produção simbólica, da gestão, da participação social e da plena cidadania.
II- Propor estratégias para o fortalecimento da cultura como centro dinâmico do desenvolvimento sustentável e solidário.III- Promover o debate entre gestores, investidores e demais protagonistas da cultura do Ceará, valorizando a diversidade das expressões e o pluralismo das opiniões.Indagado por esse repórter o Sr. com essa extensa ficha de serviços prestados a cultura do nosso estado. Como analisa as políticas públicas no nosso estado?
Para ele, os Poderes Públicos do Ceará e de Fortaleza, não valorizam, o trabalho do artista, não prestigiam a Educação Pública e os Professores. Desprezando o trabalho e a experiência de grandes profissionais.. “Não teve melhoria no saneamento, nem na saúde”, lembra, mas destaca que o município perde muito por não ter uma política de Estado, um política definitiva para a cultura, E considera que, devido a essa falta de planejamento político nas questões públicas, as lideranças clássicas – as famílias – vêm perdendo o poder político municipal”.Diz ainda Auriberto Cavalcante que vem há anos defendendo e lutando por elaboração de políticas públicas saudáveis; criação de melhorias para o meio ambiente, no Grupo Chocalho uma de suas metas é “ VAMOS SALVAR NOSSO PLANETA, fortalecimento da ação comunitária e desenvolvimento de habilidades do funcionalismo no trato da EDUCAÇÃO E CULTURA’’.
Através de uma grande participação popular, e dos artistas, sempre defendeu a conscientização das pessoas acerca dos principais problemas da cidade de Fortaleza. É preciso um trabalho recorrente e contínuo para construção da cidadania, pensar a cidade com políticas públicas racionais, humanas, socioambientais e também é fundamental democratizar a gestão da cidade melhorando a governabilidade aproximando o povo do poder público. Por isso a EDUCAÇÃO e CULTURA são as ferramentas de transformação social e melhoria de nossa gente.“ PÃO, PAZ E POESIA ! ’’