Até 2025, tempo gasto com atividades no trabalho será igual entre humanos e máquinas, aponta relatório do Fórum Econômico Mundial
Para pesquisadores da Universidade de Harvard, big data e inteligência artificial podem tornar os atuais diferenciais competitivos das empresas obsoletos em pouco tempo; tema é debatido em livro traduzido no Brasil pela Editora AlfaCon
Em tempos de crise e instabilidade financeira, o setor corporativo vem experimentando um processo intenso e cada vez mais acelerado de digitalização dos modelos de negócio. Ao redor do mundo, a procura por soluções tecnológicas baseadas em sistemas inteligentes vem crescendo de forma exponencial dentro das empresas.
Especialmente durante a pandemia, muitas corporações passaram a investir em tecnologias de análise de dados para automatizar processos e mapear novas oportunidades. Essa tendência registrou um crescimento de quase 30% na aplicação de ferramentas com inteligência artificial, segundo pesquisa realizada pelo Gartner em setembro do ano passado.
Marco Iansiti e Karim Lakhani, professores e pesquisadores da Harvard Business School, explicam em “A Era da Inteligência Artificial”, com tradução da Editora AlfaCon, que os softwares baseados na análise de dados estão remodelando a dinâmica do mercado e, com isso, as corporações tradicionais precisarão enfrentar novos desafios e responsabilidades para vencer a concorrência, já que seus diferenciais competitivos não se sustentarão nos médio e longo prazos.
Ambos afirmam que as organizações centradas em Inteligência Artificial exibem uma nova arquitetura operacional, redefinindo como criam, capturam, compartilham e entregam valor ao consumidor. As pesquisas feitas para a produção do livro mostram como os processos com base em IA conseguem níveis de crescimento de negócio maiores do que os processos tradicionais, possibilitando que as empresas ultrapassem os limites da indústria e criem oportunidades de conduzir os negócios com maior precisão.
“As organizações centradas em softwares ficam cada vez maiores”
Conhecido por pesquisas sobre gestão da inovação, ecossistemas de negócios e transformação digital, Iansiti defende que, nos dias de hoje, o uso estratégico de dados e algoritmos é o principal fator responsável pelo crescimento de uma marca. “Ao contrário de uma organização humana que é realmente difícil de escalar, as organizações centradas em softwares ficam cada vez maiores, já que conseguem se conectar com um número maior de usuários em menos tempo”, explica.
Segundo ele, a transformação digital das corporações pode oferecer experiências mais assertivas aos consumidores, fornecendo soluções personalizadas aos clientes e otimizando os resultados. Recursos de inteligência artificial podem melhorar ferramentas de atendimento, interagir com os usuários, aprender suas preferências e antecipar seu comportamento, fidelizando o consumidor à marca de forma mais eficiente.
Através de ferramentas baseadas na análise de dados, as corporações também podem antecipar riscos e diminuir a chance de erros em processos. Os softwares podem auxiliar no aprimoramento do sistema de segurança de uma empresa, identificando tentativas de ataques digitais e protegendo as informações da organização.
Todos esses novos processos alcançarão, de acordo com dados divulgados pela consultoria Gartner, um ganho de produtividade de até 6,2 bilhões em horas de trabalho a partir do próximo ano. Apesar disso, Iansit reforça que as tecnologias não devem ser adotadas de modo isolado nos negócios, mas em diálogo com estratégias de atuação específicas para a marca.