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Armas para todos

 por Ediel Ribeiro

Rio – Parece que há no Senado Federal uma divisão entre os que querem que a população se arme, e os que não querem que a população se arme.

O acesso mais fácil da população às armas de fogo foi uma das principais promessas de campanha de Bolsonaro em 2018. Outra, foi não entregar o Brasil ao Centrão. Mas, essa, ninguém levou a sério. Nem ele.

“Armas para todos. Comida para poucos.” Este seria o slogan do governo Bolsonaro, que, dizem, foi vetado em cima da hora pelo Mourão.

Entrariam em vigor nesta terça-feira, os decretos editados pelo presidente Jair Bolsonaro que flexibilizariam as regras de compras de armas de fogo.

No entanto, a ministra do Supremo Tribunal Federal, Rosa Weber, suspendeu alguns trechos. Com isso, os decretos entraram em vigor, desidratados.

Por isso, o presidente reuniu às pressas os senadores no Palácio do Planalto, para discutir o caso.

No encontro, os senadores “Por uma nação mais armada” tiveram uma terrível discussão com os senadores “Por um Brasil com mais livros e menos armas”.

Os dois grupos já estavam quase saindo no tapa, quando o presidente iniciou a reunião:

– Quem esses ministros do STF pensam que são? Quem manda no país sou eu, taokey?

Quero todo mundo armado! No meu governo, todo cidadão de bem vai poder portar um fuzil na rua, dentro do cinema ou em um supermercado. O povo tem o direito de se defender.

Um senador contra o armamento disse:

– Presidente, é dever do Estado garantir a segurança da população. O governo, no entanto, não quer gastar dinheiro com a segurança do cidadão, quer dar uma arma a cada um e que cada um se vire, se defenda como puder. Isso não será o caos?.

– O governo não é babá de ninguém – disse um senador “Por uma nação mais armada” -, temos que defender nossa família e o nosso patrimônio. Ainda ontem, o meu vizinho pisou no meu gramado e eu dei um tiro no pé dele. O que ele pensou que estava fazendo? Se eu não reajo, o que ele faria, depois disso?

– No seu decreto, presidente, o senhor permite que crianças, a partir dos 14 anos, manuseiem armas de fogo e pratiquem tiro ao alvo – disse um senador “Por um Brasil com mais livros e menos armas”.

– Meus filhos, desde a infância, praticam tiro ao alvo, e sempre foram crianças pacíficas e educadas. O Zero 4 é que outro dia cuspiu na cara da mãe, mas foi sem querer, taokey?

– O fato de o cidadão andar armado não significa que vá diminuir a violência e os assaltos – disse um senador “Por um Brasil com mais livros e menos armas” – o senhor mesmo, armado, foi assaltado e perdeu a moto e a pistola.

– Essa daí já foi outra ‘cuestão’. Eu estava num dia, Bolsonaro-paz-e-amor, entende?

– No mesmo decreto, o senhor permite que o cidadão compre duas armas de fogo de uso restrito das Forças Armadas, mais seis de uso permitido e cinco mil munições – questionou um senador – para que tanta arma?

– Isso daí, é só uma ‘cuestão’ de proteção do cidadão – disse o presidente. – Vaí que, na hora, uma falha.

– O senhor também quer acabar com o controle de armas feito pelo Comando do Exército e pela Polícia Federal. Seu decreto acaba também com as exigências de laudo de capacidade técnica para o manuseio de armas de fogo e aptidão psicológica para aquisição de arma de fogo – o senhor não acha que qualquer louco vai poder andar armado?

– Você não está com inveja deles? – perguntou o presidente.

– E depois, presidente, a população não tem dinheiro nem para comprar um quilo de carne, como vai comprar uma arma? Seu decreto não estaria armando os ricos contra os pobres?

– Para dizer a verdade, não sei. Vou pedir a opinião do Olavo de Carvalho.

*Ediel Ribeiro é jornalista e escritor.

 

 

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