“A Lei de Cotas é o pagamento de uma dívida de 350 anos de escravidão”, diz Lula

Em debate na TV Globo, ex-presidente também ressaltou que em seus governos ampliou o acesso à universidade ao filho da empregada doméstica, do faxineiro e do lixeiro.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a Lei de Cotas, aprovada durante o governo do Partido dos Trabalhadores, e apontou que foi um metalúrgico quem construiu um país com mais inclusão social, coisa que a elite financeira nunca conseguiu.

“A lei de cotas é o pagamento de uma dívida que o Brasil tem de 350 anos de escravidão. Ela permite que a gente recupere a possibilidade de enfrentar o racismo, o preconceito e a marginalização. De dar ao povo periférico a oportunidade de estudar e ter direitos. E você não sabe o prazer que eu tenho de ter sido um presidente sem diploma universitário que tirou a universidade brasileira de 3,5 milhões de estudantes para 8 milhões”, declarou, durante debate da TV Globo, na noite desta quinta-feira (29/09).

Lula também afirmou que tem orgulho de ter sido o presidente que colocou os jovens da periferia nas universidades. E citou que filhos de empregadas domésticas, de faxineiros, e de lixeiros que hoje podem fazer “medicina, engenharia, diplomacia”. “Essa é a coisa importante que nós temos que fazer: dar às pessoas que durante tanto tempo não tiveram direitos ganhar cidadania”, comentou.

Cuidar do povo

Por fim, o ex-presidente relembrou que candidatos ‘outsiders’, com Felipe D’ávila, “que querem entrar na política e aparecem com salvadoras do mundo”, nunca dão certo no Brasil.

“Você está diante de uma pessoa que foi o presidente que mais teve preocupação com inclusão social neste país, e é por isso que eu vou voltar. Eu vou voltar porque o povo brasileiro está com saudades de ter emprego, aumento do salário mínimo, farmácia popular, de ter o SAMU funcionando melhor”, disse.

“O povo quer que eu volte porque eu não sou boquirroto. Eu gosto de cuidar do povo. Eu quero que as crianças possam comer, tomar café, almoçar e jantar. Ir para a escola bem vestida, que as pessoas possam trabalhar e serem respeitadas, que a empregada doméstica tenha registro em carteira, horário de almoço, que não seja tratada como cidadã de segunda categoria. É esse Brasil que aprendi a construir que vocês nunca construíram”, completou Lula.

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