Em 2022, comércio cearense recupera contingente de pessoal ocupado pré-pandemia
DESTAQUES:
- Em 2022, as empresas comerciais cearenses alcançam 282,2 mil pessoas ocupadas e recuperaram o contingente de pessoal ocupado no ano pré-pandemia (2019).
- O segmento do comércio por atacado, com 46,3 mil pessoas ocupadas em 2022 (16,4% do total do comércio), atingiu o maior número desde o início da série histórica em 2007.
- Em 2022, o universo de 42.190 ULs comerciais do Ceará auferiu R$ 149,2 bilhões de reais em receita bruta de revenda. Deste total, 53,1% foram provenientes do comércio varejista, um crescimento de 2.3 p.p. em relação a 2013 (50,8%).
- No Ceará, o setor de comércio pagou R$ 6,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações em 2022. O rendimento médio das pessoas ocupadas aumentou em relação a 2021, de 1,4 para 1,5 salário mínimo.
- Entre 2013 e 2022, o número de ULs comerciais no Ceará caiu 27,5% (ou menos 14.587 mil empresas). A média de pessoas ocupadas por UL no comércio passou de 5,9 em 2013 para 6,7 em 2022.
- Em 2022, a margem do comércio chegou a R$ 31,1 bilhões, dos quais 61,0% vieram do varejo.
- O Ceará permaneceu com a 3ª maior participação na receita bruta do Nordeste (14,3%), atrás apenas dos Estados da Bahia (26,8%) e de Pernambuco (19,8%).
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE conduz, desde 1996, a Pesquisa Anual de Comércio – PAC, que fornece um panorama detalhado das características estruturais do segmento empresarial da atividade de comércio no Brasil. As atividades comerciais são divididas primordialmente em três grandes segmentos, baseados nas divisões da Classificação Nacional de Atividades Econômicas – CNAE 2.0: comércio de veículos, peças e motocicletas; comércio por atacado; e comércio varejista. Essas atividades são detalhadas e desagregadas em 22 agrupamentos de classes com o objetivo de ajudar na análise e comparação dos dados.
A atividade comercial, caracterizada por expressiva heterogeneidade setorial, é um importante termômetro da economia do País, na medida em que tende a repercutir os ciclos das atividades econômicas, particularmente as variações na renda das famílias e nas condições de oferta de crédito. Nesse sentido, os dados obtidos pela pesquisa podem ser empregados na análise, planejamento e implementação de estratégias tanto no setor privado quanto no público.
A PAC 2022 revelou que, no Ceará, as empresas comerciais, distribuídas em 42,2 mil unidades locais (ULs), ocuparam 282,2 mil pessoas, as quais receberam R$ 6,5 bilhões de reais em salários, retiradas e outras remunerações. As quantias monetárias mencionadas estão valoradas a preços correntes de 2022.
Atacado apresenta maior número de pessoal ocupado na série histórica
Em 2022, no Ceará, as empresas comerciais cearenses ocuparam um total de 282,2 mil pessoas, contingente maior do que o verificado no ano da pré-pandemia da Covid (2019), de 271,3 mil pessoas. Do total de trabalhadores, 211 mil estavam empregados no comércio varejista; 46,3 mil no comércio por atacado; e 24,8 mil no comércio de veículos, peças e motocicletas.
Apesar de continuar como primeiro colocado em representatividade (74,8%), o segmento do comércio varejista apresentou leve redução no número de pessoal ocupado em relação a 2021, de 221,7 para 221 mil pessoas.
Pessoal ocupado – Total e segmento varejista – Ceará 2013 a 2022
O segmento do comércio por atacado, mesmo sendo apenas o segundo em representatividade, com 16,4% do total de pessoas ocupadas em 2022 (46,3 mil), superou, neste ano, o patamar do número de pessoal ocupado em 2014 (42,9 mil), que figurava como o maior da série iniciada em 2007. Em relação a 2021 (14,4%), o crescimento foi de
2.0 pontos percentuais ou 13,9%.
Pessoal ocupado em segmentos específicos – Ceará 2013 a 2022
Já o comércio de veículos, peças e motocicletas representou 8,8% do total de pessoas ocupadas, 1.25 p.p. acima da marca de 2020 (7,55%) e 0.4 p.p. acima da de 2021 (8,4%), quase alcançando a representatividade de 2013 (8,9%).
Participação do varejo na receita bruta de revenda cresce em relação a 2013
Em 2022, o universo de 42.190 ULs comerciais do Ceará auferiu R$ 149,2 bilhões de reais em receita bruta de revenda. Deste total, R$ 14,3 bilhões foram provenientes do comércio de veículos, peças e motocicletas (9,6%); R$ 55,6 bilhões, do comércio por atacado (37,3%); e R$ 79,2 bilhões, do comércio varejista (53,1%). Em 2021, os percentuais dos segmentos no total da receita bruta eram de 10,4%, 36,7% e 53,0%, respectivamente.
Em relação a 2013, o crescimento foi de 2.3 p.p. para comércio varejista (50,8% em 2013) e de 2.1 p.p. para o comércio por atacado (35,2% em 2013). Já o comércio de veículos, peças e motocicletas teve redução de 4.4 pontos percentuais.
Rendimento médio apresenta crescimento em relação a 2021
Em 2022, o setor de comércio ocupou um total de 282,2 mil pessoas no Ceará, que receberam R$ 6,5 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações, enquanto o rendimento médio das pessoas ocupadas no comércio ficou em torno de 1,5 salário mínimo (s.m.), um incremento em relação a 2021 (1,4 s.m.).
Em 2022, o segmento do comércio por atacado no Ceará pagava os maiores salários médios (1,9 s.m.), mesmo valor de 2021. Já nos segmentos do comércio de veículos, peças e motocicletas (de 1,9 para 1,7 s.m.) e do comércio varejista (de 1,3 para 1,2 s.m.), o salário médio apresentou redução entre 2021 e 2022.
Número de ULs continua em queda em 2022
Entre 2013 e 2022, o número de ULs comerciais no Ceará caiu 27,5% (ou menos 14.587 mil empresas). Ao longo da década, observa-se alguns períodos com diminuição na quantidade de ULs, com destaque para os anos de 2012-2013 (14,0%) e 2018-2019 (17,2%). Em sentido contrário, tem-se a passagem de 2017-2018 com incremento de 7,7% no número de ULs no Estado.
A média de pessoas ocupadas por UL no comércio passou de 5,9 em 2013 para 6,7 em 2022. No varejo, que em 2022 ocupava 74,8% dos trabalhadores do comércio no Ceará, essa média era de 6,5 pessoas, enquanto no atacado era de 7,9 pessoas e no comércio de veículos, peças e motocicletas, 6,6 pessoas por UL.
Varejo concentrou 61% da margem do comércio em 2022
Em 2022, a margem do comércio chegou a R$ 31,1 bilhões, dos quais 61,0% vieram do varejo, 30,0% do atacado e 9,0% do comércio de veículos, peças e motocicletas. Em 2021, os percentuais eram de 59,4%, 30,5% e 10,1%, respectivamente.
Ceará permanece com a 3ª maior participação na receita bruta do Nordeste
Em 2022, no Nordeste, observou-se que Bahia (26,8%), Pernambuco (19,8%) e Ceará (14,3%) foram os responsáveis por gerar a maior parte da receita bruta da Região, mesmo ranking de 2021.
Porém, os percentuais de participação dos três estados foram menores que os de 2021 (27,2%, 20,0% e 14,4%, respectivamente), diante do crescimento do Maranhão (10,9% para 11,7%) e do Rio Grande do Norte (6,1% para 6,4%).
O Nordeste gerou 14,5% da receita bruta de revenda do comércio do país, mesma participação de 2021, mas uma queda (0,7 p.p.) em relação ao ano de 2013 (15,2%). O Ceará também registrou redução de 0,6 p.p. em comparação com 2013 (14,9%).
Dados gerais das empresas comerciais, por segmento – Ceará – 2022
Participação das Unidades da Federação na receita bruta de revenda – Região Nordeste – 2013 => 2022
Fonte: IBGE/DPE/CESET, PAC 2013-2022