Payroll: Investidores não devem cair na narrativa “más notícias para a economia são boas notícias para ações”
*Por Thomas Monteiro
Os números do payroll de maio foram uma surpresa para aqueles que esperavam que a tendência de queda continuasse em “uma trajetória reta para baixo”.
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Imagem 1: Criação de empregos não-agrícolas nos EUA (payroll) (junho/2022 a maio/2024)
Fonte e elaboração: br.investing.com
No entanto, os números por si só não implicam necessariamente que um novo caminho ascendente nas contratações esteja ocorrendo em termos estruturais. Os números ainda caíram muito próximos da média de 12 meses e, além disso, vários catalisadores cíclicos podem ter ajudado a elevar os números, particularmente após a surpresa negativa anterior.
Como teremos o dado de inflação ao consumidor de maio e a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) na próxima semana, esta é a primeira peça de um quebra-cabeça que provavelmente definirá o caminho do mercado nos próximos meses.
No entanto, o fator chave a considerar aqui é que a economia continua a mostrar sinais de força, apesar das crescentes preocupações com uma recessão. Embora isso, a curto prazo, possa não ser tão bom para um mercado cada vez mais caro, deve ser visto como um bom sinal para investidores de longo prazo.
A resiliência econômica muitas vezes leva à resiliência dos lucros, que, no final das contas, é o principal motor dos ganhos do mercado acionário.
Isso significa que os investidores não devem cair na narrativa de que “más notícias para a economia são boas notícias para o mercado de ações”, pois, dados os níveis atuais do mercado, nada menos que um cenário perfeito é necessário para manter as ações subindo.
*Thomas Monteiro é estrategista-chefe do Investing.com