Instituição criada há 137 anos: Instituto do Ceará (Histórico, Geográfico e Antropológico)

• Histórico e finalidades da Instituição • Data de fundação e seus fundadores • Por onde passou o Instituto
• O Palacete Jeremias Arruda • A sede definida • O primeiro número de sua revista • Obras de autores cearenses e periódicos • Reconhecido de Utilidade Pública • A Revista • Posse de Acadêmicos Correspondentes

Cristiane Buco, Juarez Leitão, José Augusto Bezerra, General Júlio Lima Verde Campos de Oliveira, ex-governador Lúcio Alcântara, Artur Bruno e Dra. Paula Cavalcante.

Texto: Zelito Magalhães/Antonio Matos

O Instituto do Ceará foi fundado em 4 de março de 1887, sob a inspiração do cearense Barão de Studart e mais onze importantes figuras da sociedade, tendo por finalidade divulgar o estudo e a difusão da História, da Geografia, da Antropologia e Ciências correlatas, especialmente no que diz respeito ao Ceará. É reconhecido de utilidade pública por lei estadual, municipal e por decreto federal.

Por onde passou o Instituto

Estabeleceu-se inicialmente numa divisão da Biblioteca Pública, à Rua Formosa, 92 (hoje Guilherme Rocha); em seguida no Teatro da Concórdia à Rua Guilherme Rocha esquina com Coronel Bezerril, até 1896, transferiu-se depois para o pavimento térreo da Assembleia Provincial, na Rua São Paulo, cedido pelo presidente Antonio Pinto Nogueira Acioli. Recebeu sede definitiva em 1921, no atual endereço, onde esteve a Chefia de Polícia do Estado e o Ginásio Municipal. Foi construído nos anos de 1919 e 1920, mediante projeto do engenheiro João Saboia Barbosa, para servir de residência do comerciante Jeremias Arruda. Depois, o prédio foi incorporado pela família Gentil, que fora adquirido pela Universidade Federal do Ceará que trocou o Instituto pelo prédio na Avenida Visconde de Cauípe, 2431. Em 20 de fevereiro de 2019, o Palacete foi tombado em definitivo pelo Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural do Estado do Ceará-COEPA.

Os fundadores da entidade

  1. Paulino Nogueira Borges da Fonseca, desembargador, o primeiro presidente. 2. Guilherme Studart, (posteriormente agraciado com o título de Barão por Leão XII, figura maior na Cadeira de São Pedro, em Roma. 3. Joakim de Oliveira Catunda, autor da primeira História do Ceará. 4. José Augusto da Frota, (padre). 5. João Baptista Perdigão de Oliveira, autor da obra Questão de Grossos, referente a limite entre o Ceará-Açu e Ceará-Mirim (Rio Grande do Norte). 6. Dr. Antonio Augusto de Vasconcelos Leite, catedrático da Faculdade de Direito do Ceará. 7. Antonio Bezerra de Menezes; que disse: “Morreria pelo Brasil e mataria pelo Ceará”. 8. Júlio Cesar da Fonseca Filho, natural de Aracati. 9. Juvenal Galeno da Costa e Silva, o poeta das Lendas e Canções Populares, nascido em Fortaleza. 10. José Sombra, médico, natural de Maranguape. 11. Virgílio Brigido, natural de Itapajé-Ce, 12. Virgílio Augusto de Morais.

Estrutura física

O Instituto do Ceará constitui-se de três auditórios: General Carlos Studart, Barão de Studart e Pompeu Sobrinho, com espaços destinados a reuniões, solenidades e eventos da entidade. Hemeroteca, cujo acervo disponibilizado dispõe de publicações de diversos períodos produzidos nos séculos XIX, XX e XXI, dentre elas, os periódicos da terra A República, O Ceará, O Nordeste, Correio do Ceará e Unitário. Parte do acervo da Hemeroteca encontra-se digitalizado. O setor de Audiovisual é composto por coleções de fitas cassete, discos de vinil, CD’s DVD’s, etc. Este setor homenageia o colecionador Francisco Paceli.

Ex-Presidente Lúcio Alcântara, recebendo do Presidente Júlio Lima Verde seu exemplar da Revista do Instituto de 2023

A Revista

A Revista do Instituto do Ceará é considerada o maior patrimônio gráfico do Ceará, que vem sendo adotada, de forma ninterrupta, desde 1887 ano de fundação da entidade. Consta de trabalhos produzidos, preferencialmente, por seus sócios efetivos, particularmente voltados ao Estado do Ceará. Além das Revistas, o Instituto publica Tomos Especiais alusivos a fatos históricos específicos. Até o presente, dispõe o acervo dos seguintes enumerados:1–1924 Centenário da Confederação do Equador; 2 – 1929 –Falecimento do Dr. Thomaz Pompeu de Sousa Brasil; 1938 – Falecimento do Barão de Studart; 1956 – Centenário do Barão de Studart; 1972 – Sesquicentenário da Independência do Brasil; – 1977 90º aniversário do Instituto do Ceará; 1984 – Centenário da Abolição da Escravatura no Ceará; 1987 – Centenário do Instituto do Ceará; 2022 –Bicentenário do Instituto do Ceará; 2022–Bicentenário da Independência do Brasil.

Digitalização do Acervo

Utilizando-se dos meios da Lei Rouanet, o Instituto vem obtendo os benefícios concedidos pelo Ministério da Cultura na implantação do projeto de Organização e disponibilização do acervo documental da entidade, executando-o integralmente como por exemplo a digitalização das Revistas do Instituto disponíveis no site institucional (Instituto do Ceara.org.br) para leitura ou Download.

Como setor de pesquisas

Apurou a reportagem que o setor de pesquisas do Instituto dispõe, para fins de pesquisas, de Índice pelo qual o consulente localizaria o verbete ou tema de seu interesse. Os pesquisadores e historiadores José Honório, Pedro Alberto e Raimundo Girão estiveram à frente da oferta desse Índice. Por outro lado, o Índice das Revistas do Instituto cobre o período que vai do Tomo I (1887) ao Tomo CVIII (2008) sendo um índice na forma de catálogo dicionário

O Sócio Geraldo Nobre

Geraldo da Silva Nobre foi empossado como sócio efetivo do Instituto do Ceará em 28 de novembro de 1969; foi presidente no período de 04 de março de 1991 a 1995 e de 4 de março de 2001 a 2003. Foi professor do Liceu do Ceará e de outros estabelecimentos de ensino. Como jornalista, teve militância em vários periódicos de Fortaleza, inclusive a Gazeta de Notícias, onde adotou os pseudônimos Adrião Barbosa, Aníbal Diniz, Hagadê e HD. Deixou publicadas as seguintes obras: A Capital do Ceará, Assete vidas de Gilberto Câmara, O Ceará na II Grande -Guerra –Ceará, Energia e Progresso, Estudo sobre a   da Capitania do Ceará (como original inédito do Naturalista Feijó), História da Associação Cearense de Imprensa (1925-1975) História Eclesiástica do Ceará (1980) Introdução à História do Jornalismo Cearense, Nova História da ACI – Associação Cearense de Imprensa, com a participação de Zelito Magalhães (Edição UFC – 2000) Lions Norte e Nordeste, Estudo sobre Antonio Cardoso de Barros (1968) História de Morada Nova (2 volumes) o DNOCS e o Novo Nordeste, História do Tribunal de Justiça do Ceará, Ceará, Energia e Progresso, O Legislativo Cearense, (ao todo, mais de 50 obras). Geraldo da Silva Nobre (*Morada Nova – 31agosto 1924 – + Fortaleza, 26 de junho de 2005). “Perde o Ceará o seu maior historiador. Aquele que substituiu, em importância, outro grande nome da historiografia cearense, Raimundo Girão. Ao meu ver, Girão e Geraldo são dois nomes mais respeitados de nossa historiografia no último quartel do Século XX” (Transcrito do jornal Diário do Nordeste, de Fortaleza, edição de 28 de junho de 2005 – Caderno 3), disse Eduardo Campos.

Walter Veloso (presidente da Acla), Margarida Studart (genitora do acadêmico Hugo Studart, Dona Beatriz Alcântara, Ofélia Matos (escritora), e ex-governador Lúcio AlcântaraO aniversário do Instituto

As comemorações alusivas aos 137 anos de fundação do Instituto do Ceará ocorreram na noite de quatro de março de 2024, no edifício de sua propriedade, à Rua Barão do Rio Branco,1594.

A Mesa Diretora foi composta pelo General Júlio Lima Verde Campos de Oliveira (atual presidente do Instituto do Ceará); e os sócios efetivos Lúcio Alcântara (ex-presidente do Instituto do Ceará); José Augusto Bezerra (presidente de honra do Instituto); Juarez Leitão (2º Vice-presidente do Instituto); Artur Bruno (Assessor Especial de Assuntos Municipais); Ana Paula Cavalcante, (2ªSecretária do Instituto) e Cristiane Buco (Superintendente do Iphan/CE).

No uso da Palavra, o Presidente fez uma retrospectiva da instituição ao longo dos seus 137 anos de existência, citando ilustres e inesquecíveis nomes que fizeram a agremiação literária. Foram lembrados os nomes do engenheiro João Saboia Barbosa, que construiu o prédio e do proprietário, o comerciante Jeremias Arruda. Dentre os fundadores, citou os nomes de Juvenal Galeno, Barão de Studart e outros. Agradeceu sobremaneira os nomes de José Augusto Bezerra e Lúcio Alcântara que contribuíram decisivamente, na qualidade de sócios e diretores. Na parte lítero musical, foi entoada a canção Casinha de Palha, do poeta Patativa do Assaré, com acompanhamento do cantor e arranjador Calé Alencar, ao violão, Adelson Viana (acorden) e Haroldo Araújo (baixo-acústico) A ilustração ficou a cargo de Luiz Karimai.

Em seu discurso o presidente da entidade general Júlio Lima Verde lembrou que existiam apenas 3 Institutos congêneres mais antigos: Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, 1838, Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico Pernanbucano,1862 e o Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas 1869. Aproveitou para homenagear nesta significativa data um grupo de intelectuais que em 04 de março de 1887, em um dos salões da biblioteca pública desta capital, presentes; Paulino Nogueira, Joaquim Catunda, João Perdigão, Dr. Guilherme Studart, Júlio César, Dr. Fábio Frota, Dr. Antonio Augosto e Antonio Bezerra resolveram fundar uma sociedade sobre o título Instituto do Ceará, com fim de fazer conhecida a história e a geografia da província e de concorrer para propagação das letras e ciências da província declarando nesta ocasião alguns sócios presentes que aderiram ao pensamento da sociedade e que iam tomar parte dela o Dr. Sombra, Dr. Virgílio de Morais e Juvenal Galeno que foram considerados também como sócio fundadores’’.

Acadêmico Adailton Andrade recebe o diploma das mãos do presidente General Júlio Lima Verde Campos de Oliveira

Posse de Acadêmicos correspondentes

Na oportunidade o presidente Júlio Lima Verde entregou os diplomas de posse aos novos acadêmicos correspondentes, dentre eles Hugo Studart atuando na cidade de Brasília, inclusive neto do antigo ilustre presidente do Instituto, Carlos Studart. Também recebeu o diploma de posse o sergipano: Adailton Andrade – historiador Sancristovense, membro fundador e presidente da Confraria Sancristovense de História e Memória, membro correspondente da ACLA e ALMECE como sócio correspondente.

General Júlio Lima Verde entrega o diploma ao Sócio acadêmico brasiliense Hugo Studart

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