Agenda semanal: projeções para as economias brasileira, norte-americana, chinesa e europeia
O professor e mestre em Economia Política, André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online, principal plataforma digital brasileira de transferências internacionais, traz análises sobre os principais fatores na economia
· Setor de serviços deve retomar parte do terreno perdido. No geral, os números da atividade econômica no país estão surpreendendo positivamente. A indústria, apesar de ter crescido apenas 0,1% no mês, foi capaz de evitar a retração que era prevista pela maioria do mercado. O comércio, por sua vez, avançou 0,6%, acima das expectativas. Nesse sentido, projeta-se uma variação de 0,7% do setor. Embora o resultado não seja o suficiente para compensar a queda de agosto, mostra um momento melhor para a economia brasileira durante o período, em parte puxado pelo aumento da massa salarial e pela manutenção das taxas de inflação em patamares ligeiramente mais baixos. · Índice de Atividade Econômica do Banco Central – IBC-Br deve voltar a avançar em setembro. Após os números acima do esperado tanto para a indústria quanto para o setor de serviços, as expectativas são de que o IBC-Br cresça 1,3% em setembro, mais do que compensando a queda observada em agosto. · Índice de preços dos Estados Unidos (EUA) pode levar a inflação anual para o nível mais baixo desde março de 2021. O Federal Reserve (Fed) estima que a variação dos preços aos consumidores americanos no mês de outubro tenha ficado ligeiramente abaixo de 0,1%. Caso se concretize, a variação mensal levará o índice acumulado em 12 meses para perto de 3,3%, o nível mais baixo desde março de 2021, quando o indicador havia alcançado 2,6%. Com isso, as taxas de juros de longo prazo devem continuar relativamente estáveis com viés de queda. A redução dos juros, no entanto, deve ser moderada em função da deterioração do quadro fiscal norte-americano. · Na esteira da leitura de pouso suave da economia norte-americana, o varejo deve mostrar algum arrefecimento em outubro. Depois de surpreender positivamente por três meses consecutivos, com números robustos de expansão, o varejo norte-americano deve, finalmente, registrar moderação no ritmo de alta. A expectativa do mercado é de que a divulgação oficial aponte para um recuo de 0,1% na margem, mas ainda vemos uma queda mensal com algum ceticismo, uma vez que diversos indicadores antecedentes sugerem resfriamento meramente marginal da maior economia do mundo. · Agentes veem queda na produção industrial dos EUA em outubro. Assim como na Europa, as projeções americanas sugerem uma queda na produção industrial. Tais números, porém, devem ser tomados com um grau consideravelmente maior de ceticismo. Essa não seria a primeira vez que os mercados apostam em uma desaceleração da economia dos EUA, apenas para serem contestados nas semanas seguintes. Embora seja verdade que os últimos dados do mercado de trabalho realmente apontem para um arrefecimento, ainda se tratam de um ponto isolado, sendo insuficientes para determinar as perspectivas de outros setores. · A produção industrial da Zona do Euro caminha novamente para a retração. Após o avanço registrado em agosto, a indústria europeia deve retomar a trajetória de queda, recuando 0,6% em setembro. O contexto desafiador da economia do bloco econômico não é novidade, e vem se alastrando por praticamente todo o período de 2023. Dessa forma, os novos dados apenas fortalecem a tese, aceita por grande parte dos mercados, de que a Zona do Euro deve entrar em recessão técnica (novamente) ainda em 2023. Com os dados recentes da economia chinesa, que voltaram a sugerir uma desaceleração, tal possibilidade torna-se ainda mais provável. · Projeções da economia chinesa apontam para desaceleração. Após dados positivos em setembro, que sugerem uma tímida retomada da atividade econômica, os números de outubro devem apontar para um novo arrefecimento da atividade na China, sobretudo, na produção industrial prevista para crescer apenas 4,3%, o que representaria uma queda em relação aos últimos dois meses. O resultado mais intenso, porém, deve vir dos novos empréstimos de outubro, que podem recuar de ¥2,3 bilhões (Yuan chinês) para apenas ¥0,6 bilhões. |
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André Galhardo, consultor econômico da Remessa Online |