Alerta: uso descontrolado de corticoides pode trazer graves efeitos colaterais à saúde
Cada vez mais, as pessoas estão utilizando sem prescrição a medicação de corticoides quando estão gripadas, com dor na garganta ou com alergia sem saberem dos riscos. Embora esses medicamentos tenham um papel vital nos tratamentos médicos, seu uso inadequado ou excessivo pode ter sérias consequências para a saúde. Segundo dados do Instituto de Pesquisa e Pós-Graduação para o Mercado Farmacêutico (ICTQ) referentes a 2022, o número de pessoas que se automedicam no Brasil é de 89%. Em 2014, esse número era de 76%
Os corticoides são medicamentos anti-inflamatórios poderosos que têm sido essenciais no tratamento de doenças agudas ou crônicas, como artrites, dermatites, reações alérgicas graves, asma, doenças auto-imunes, algumas infecções como meningites, vários tipos de câncer e outras condições. E em formulações tópicas para doenças da pele, olhos, sistema respiratório e outras. Quando usados de maneira adequada e sob supervisão médica, eles podem resolver problemas significativos e melhorar a qualidade de vida.
No entanto, o uso de corticoides sem prescrição e sem as orientações médicas representa uma ameaça à saúde. “Os corticoides não podem virar uma farmácia caseira. Sim, eles podem melhorar sintomas de gripe, resfriados, dores na garganta, pois a maioria desses sintomas decorre da inflamação, só que essa reação é necessária para nossas defesas. Isso quer dizer que usar o corticoide de forma aleatória pode causar, por exemplo, uma redução da nossa resistência contra infecções”, alerta a farmacêutica da Farmácia Santa Branca, Lucíola Bandeira.
Por conta da mudança de clima, a população vem sofrendo com problemas de saúde, principalmente com quadros de gripe, e aí está o risco da automedicação. Os riscos associados a esse comportamento estão: Supressão do Sistema Imunológico, tornando o corpo mais suscetível a infecções e doenças; Problemas Metabólicos, que podem causar ganho de peso, diabetes e osteoporose; Efeitos Colaterais Sistêmicos, como pressão alta, problemas cardíacos, distúrbios mentais e distúrbios de visão; e Complicações Cutâneas, como afinamento da pele e aparecimento de estrias entre outras.
“Em regra geral, o corticoide deve ser usado em um curto espaço de tempo, mas isso depende das condições de saúde do paciente, porque pode ser necessário um tratamento mais prolongado. Nesse caso, é importante que o médico acompanhe de perto o paciente, até a suspensão do medicamento que deve ser de forma lenta e gradual”, conclui a médica ginecologista Kathiane Lustosa, diretora da Clínica Salvata.