Semana Mundial da Amamentação reforça necessidade de cuidados com a saúde óssea dos bebês

Pesquisas comprovam que amamentar faz bem para a formação da criança, previne problemas ósseos, além de contribuir para a prevenção da osteoporose nas mulheres.

Entre os dias 1 e 7 de agosto, é celebrada em todos o planeta a Semana Mundial da Amamentação. Instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1948, tem o objetivo de debater a importância do ato de amamentar, o que contribui, entre outros aspectos, para a saúde óssea. “A amamentação é um processo natural e essencial para o crescimento saudável do bebê, pois, além dos aspectos emocionais de interação entre a criança e a mãe, fornece os nutrientes necessários para o desenvolvimento adequado, contribuindo para a formação óssea do indivíduo em médio e longo prazos”, resume a médica ortopedista Christine Muniz, Presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia – Seção Ceará (SBOT-CE).

Durante a amamentação, o leite materno fornece uma variedade de nutrientes essenciais, como cálcio, fósforo e vitamina D, cruciais para a mineralização óssea adequada. “Antes mesmo do nascimento, os ossos do bebê estão em formação. O cálcio é fundamental para fortalecer os ossos, enquanto o fósforo desempenha papel importante na formação dos tecidos ósseos. A vitamina D, por sua vez, auxilia na absorção desses minerais pelo organismo”, descreve Christine Muniz.

Um estudo publicado no Journal of Bone and Mineral Research mostrou que crianças amamentadas por mais de 6 meses apresentaram uma maior densidade mineral óssea, na comparação com aquelas alimentadas apenas com fórmulas lácteas. Isso sugere que o leite materno fornece nutrientes bioativos que promovem o desenvolvimento ósseo ideal. “Isso resulta em uma melhor saúde óssea e, consequentemente, previne futuros problemas ósseos”, reforça a Presidente da SBOT-CE.

Saúde da mulher

A amamentação também pode ter efeito protetor contra a osteoporose e a perda óssea nas mulheres. Um estudo publicado em 2004 na revista Journal of Bone and Mineral Research observou que mulheres que amamentaram por mais de 6 meses tinham uma densidade mineral óssea significativamente maior na coluna vertebral e no quadril em comparação com aquelas que amamentaram por menos tempo.

Outro estudo, publicado em 2013 na revista Osteoporosis International também encontrou uma associação positiva entre a amamentação e a densidade mineral óssea na coluna lombar e no quadril em mulheres na pós-menopausa.

Além disso, a pesquisa sugere que os efeitos benéficos da amamentação na redução do risco de osteoporose podem ser atribuídos ao fato de que a lactação promove uma maior absorção de cálcio dos alimentos, bem como à supressão dos níveis hormonais e do ciclo menstrual durante esse período.

No entanto, é importante ressaltar que a amamentação é apenas um dos fatores que contribuem para a saúde óssea. “Uma dieta equilibrada, exposição solar adequada para síntese de vitamina D e atividade física também desempenham papéis importantes nesse aspecto. Ainda assim, a amamentação deve ser sempre incentivada, para promover ossos fortes e saudáveis ao longo de toda a vida”, explica Christine Muniz, Presidente da SBOT-CE.

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