Em hospital que atende indígenas, técnicos de Enfermagem falam dialetos dos pacientes e usam ervas locais para tratar doenças
Localizado na divisa com a Bolívia, no interior de Rondônia, Hospital Bom Pastor dedicou um quarto dos atendimentos aos pacientes indígenas |
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Nesta quarta-feira (19/4), dia em que é celebrado o Dia dos Povos Indígenas, o Hospital Bom Pastor, localizado em Guajará-Mirim, Rondônia, destaca as iniciativas desenvolvidas que incorporam o entendimento e o respeito à cultura indígena na assistência humanizada oferecida para uma população de mais de cinco mil indígenas da região. Na fronteira com a Bolívia, em meio à floresta Amazônica, a unidade atua como referência para 54 aldeias da região, das quais cerca de 90% só são acessíveis por meio fluvial. Entre as iniciativas desenvolvidas no hospital, ganham destaque a presença de técnicos em enfermagem indígenas, com fluência no dialeto para facilitar a comunicação, serviço de nutrição voltado aos hábitos alimentares indígenas, e a horta medicinal, para atender a cultura das aldeias com tratamento fitoterápico. Por meio do projeto ‘Semear com Amor’, a unidade hospitalar faz uso farmacêutico de ervas e hortaliças no combate a diversas doenças e sintomas. A horta está atividade há cerca de quatro anos e possui cerca de 35 plantas de espécies diferentes. “São ervas que estão no cotidiano e cultura de nossos pacientes indígenas. Após a colheita, transformamos em chás que podem ajudar em diversos sintomas, como alívio de dores, gripes, problemas no fígado e no intestino e calmantes, além de fortalecermos o vínculo com pacientes e comunidade”, explica o diretor Técnico do hospital, médico Juan Carlos Boado. A unidade também conta com outras adaptações especialmente para acolhimento dos povos originários, como instalação de redes nas enfermarias, horário livre para visita e a permissão para mais de um acompanhante, quando liberado pelo médico e enfermeiros. “Podemos destacar ainda o ambiente com uma oca indígena, construída para humanizar o atendimento dos pacientes e visitantes, buscando trazer para dentro do hospital um local próximo do vivido nas aldeias”, complementa o diretor Hospitalar, Geraldo Fonseca. “Eles conhecem nosso trabalho, se sentem acolhidos e seguros em nos procurar”, ressalta o gestor.
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