Unifor apoia concurso que premiará inovação para a cadeia da carnaúba
O trabalho com a carnaúba é uma atividade tradicional no Nordeste brasileiro, com valor muito relevante para a economia da região (Foto: Divulgação)
lunos que estejam regularmente matriculados nos cursos do Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da instituição podem participar da premiação
Estão abertas as inscrições para o Concurso de Inovação da Carnaúba. O objetivo do concurso é buscar soluções inovadoras para diferentes etapas na cadeia da carnaúba, como o corte e a derrubada da palha e o próprio processo de extração do pó. A premiação é uma oportunidade para o público universitário aproximar as atividades de produção do campo às inovações desenvolvidas no contexto de pesquisa acadêmica. As inscrições podem ser feitas até 13 de maio de 2023. Edital e ficha de inscrição estão disponíveis em https://bit.ly/
Poderão se inscrever estudantes que estejam regularmente matriculados no Centro de Ciências Tecnológicas (CCT) da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz. Será aceita uma submissão por pessoa. Além da pessoa responsável pela inscrição, poderão compor a proposta até mais quatro colaboradores. As melhores ideias receberão premiação em dinheiro e certificação. O primeiro lugar receberá R$ 6.000,00, o segundo R$ 3.000,00 e o terceiro R$ 1.000,00.
“O objetivo desse concurso é proporcionar uma maior aproximação de estudantes com os problemas reais que existem no mercado e oportunizar o desenvolvimento de um raciocínio para soluções de problemas, o que é extremamente necessário para estudantes do CCT. Com isso, os alunos têm a oportunidade de estimular o pensamento crítico e a capacidade de relacionar o conteúdo teórico estudado em sala com as aplicações reais”, ressalta Julietty Barreto Maia de Morais, coordenadora do curso de Engenharia Mecânica da Unifor.
O concurso é promovido pelo projeto Carnaúba e Desenvolvimento Sustentável, uma parceria entre a Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ) GmbH e as empresas Foncepi, Brasil Ceras e Pontes, financiado no âmbito do programa develoPPP do Ministério da Cooperação Econômica e do Desenvolvimento da Alemanha (BMZ). Além disso, o concurso conta com apoio da Universidade de Fortaleza e do projeto ArticulaFito – Cadeias de Valor em Plantas Medicinais, implementado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) com o Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA).
Por que inovar na cadeia da carnaúba?
A palmeira da carnaúba, conhecida como árvore da vida, faz parte da história e da identidade de vários estados do Nordeste brasileiro. Em outros estados do Brasil e no mundo, a carnaúba também está presente na vida de milhares de pessoas: o pó extraído de suas folhas vira uma cera que compõe desde produtos de beleza, como batons, produtos alimentícios, até balas e chocolates, além de fazer parte da composição de ceras automotivas, entre inúmeros outros produtos.
“Apesar da atividade do extrativismo da carnaúba não oferecer risco de degradação ao meio ambiente, acreditamos no potencial de novas soluções inovadoras e sustentáveis. Com o entusiasmo e criatividade da nova geração e o respeito pelas tradições locais, é possível acelerar o processo de desenvolvimento sustentável desta cadeia de valor”, explica Laís Pontes, diretora da empresa Pontes Indústria de Ceras.
Essa é uma cadeia de valor muito relevante para a economia do Nordeste, gerando renda e conservando a biodiversidade da caatinga. Ana Carolina Fontenele, diretora da empresa Foncepi, acredita muito no potencial da inovação para a cadeia da carnaúba. “Esperamos que as inovações tragam melhoria nos processos, aperfeiçoamento tecnológico, desenvolvimento de novos produtos, mas também maior segurança para os extrativistas e possibilidades de aumento da produtividade. Queremos estimular que pessoas vinculadas às universidades consigam dar escala às suas pesquisas”, destaca Ana.
O ciclo da carnaúba e seus desafios
O trabalho com a carnaúba é uma atividade tradicional no Nordeste brasileiro, sendo feita da mesma maneira há anos. Soluções criativas, baseadas na realidade de trabalho com a carnaúba, podem facilitar os processos e dinamizar o trabalho com a palmeira.
Em suas várias etapas, desde a coleta da folha até a secagem, vários desafios são encontrados por quem trabalha no dia a dia de campo:
Etapa |
Características |
Desafios |
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Trabalho no carnaubal |
Limpeza dos carnaubais |
Trabalho anual de limpeza, que facilita a posterior retirada da folha. Feito em equipes. |
– Manutenção da área de carnaubais, plantio de mudas e controle de plantas invasoras. |
Retirada da folha |
Entre os meses de julho e dezembro, época da safra, a coleta das folhas verdes é feita com destreza por trabalhadores experientes, utilizando uma vara longa com instrumento cortante no topo. |
– Manejo inadequado, que pode matar a planta; – Equipamentos mais eficientes e seguros para o manejo da planta, que proporcionem uma ergonomia adequada e menos risco de acidentes. |
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Secagem das folhas |
Recolhidas, as folhas são postas para secar ao sol. |
– Variações climáticas; – Armazenamento das folhas; – Acúmulo de impurezas que diminuem a qualidade do pó. |
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Bateção do pó |
Somente com as folhas secas é possível desprender delas o seu pó. Esse processo pode ser feito por bateção com um bastão de madeira chamado de cassete, como também por meio de uma máquina de bater palha. Esta é a técnica mais comum nos dias de hoje. |
– Melhorias do processo para melhorar rendimento; – Alto risco de acidentes. |
Para saber mais sobre as etapas de processamento da carnaúba acesse este conteúdo, com vídeos e manuais sobre boas práticas na cadeia da carnaúba.