Produtor de rosas cearense alia-se ao Sebrae para criar novos negócios e incentivar o turismo
Agricultor abriu suas estufas na Serra de Ibiapaba, em Ubajara, a 340 quilômetros de Fortaleza, para a visitação turística e, com as pétalas que iriam para a compostagem, lançou uma linha de perfumes e aromatizadores. Os projetos, que também envolvem sustentabilidade, têm proporcionado renda e economia de custos, como a obtida com o reaproveitamento das redinhas que envolvem as pétalas das flores e representam uma contenção de cerca de R$ 65 mil por ano.
O negócio principal continua sendo o cultivo de rosas, mas o Grupo Swart, um dos maiores produtores do Brasil, descobriu que poderia gerar economia e renda empregando a sustentabilidade e abrindo a fazenda para atrair os turistas que visitam o Ceará.
Tudo começou quando, em meados de 2018, o Sebrae – Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas – do Ceará criou a Rota Mirantes da Ibiapaba, um passeio turístico envolvendo as cidades de Tianguá, Ubajara, São Benedito, Guaraciaba do Norte, Viçosa do Ceará, Carnaubal, Ipu e Ibiapina para mostrar aos turistas suas peculiaridades, como bebidas artesanais personalizadas, comidas típicas ou atrativos turísticos naturais.
Na visita, os turistas conhecem, ainda, o refinado tratamento pós-colheita que garante a maior durabilidade das rosas e os cuidados com a cadeia de frio, armazenamento e transporte adequado. O grupo Swart é referência nacional no cultivo de rosas de corte e de kalanchoes e um dos principais produtores de alta qualidade no Brasil.
Os turistas pagam apenas R$ 25,00 pelo passeio que estreou como novo negócio para a fazenda em janeiro de 2019. O percurso dura entre 45 minutos e uma hora e é realizado de quarta-feira a sábado, das 9h às 15h, e, aos domingos, das 8h às 14h. É necessário o agendamento pelos telefones (88) 99256-8486 e (88) 99239-2884 ou pelo e-mail swartrosasubajara@gmail.com. De acordo com o livro de visitas, mais de 300 turistas já estiveram na fazenda desde o início do ano, a maioria deles proveniente do Ceará, do Piauí e do Maranhão.
Reaproveitamento e reúso
O produtor foi mais além. Ele pediu também orientações ao Sebrae para transformar em essências e aromatizadores as pétalas das rosas que eram destinadas à compostagem. Assim, surgiu um segundo novo negócio – batizado de Swart Souvenir Aromas.
O laboratório está instalado na própria fazenda e, também, é visitado durante o passeio, assim como a estufa de secagem das pétalas de rosas. A linha conta com perfume botânico, difusor, água de lençóis, aromatizantes, sais de banho e escalda-pés, pot-pourri, incensos, sabonetes e velas.
A Fazenda São Expedito está localizada na Cidade de Ubajara (Chapada da Ibiapaba), a 340 quilômetros de Fortaleza. Ela faz parte do Grupo Swart, referência nacional no cultivo de rosas de corte e de kalanchoes e considerado um dos principais produtores de flores de alta qualidade do Brasil. Além dela, o Grupo Swart conta com mais uma fazenda de rosas em Andradas (MG) e duas de Kalanchoes em Holambra, cidade do interior de São Paulo fundada por imigrantes holandeses e que responde, hoje, por quase a metade de todo o comércio brasileiro de flores.
Somente cerca de 15% da produção abastecem diretamente os mercados do Ceará, Pernambuco e Piauí, uma vez que a maior parte (85%) viajam semanalmente para Holambra onde as flores são comercializadas e distribuídas para todo o Brasil – inclusive para o Nordeste – por intermédio da Cooperativa Veiling.
Sustentabilidade
A sustentabilidade na Fazenda São Expedito pode ser vista em diversos setores. O reservatório de captação de água da chuva foi construído em 2012 e tem capacidade para armazenar 60 mil metros cúbicos, garantindo a produção de rosas nos meses de estiagem. A empresa também vem reduzindo gradativamente o uso de defensivos químicos. Mesmo com pragas remanescentes, a opção é pelo controle biológico, como o ácaro predador, ajudando na preservação do meio ambiente e no bem-estar dos colaboradores e da comunidade.
Por ano, eram gastos cerca de R$ 75 mil com as redinhas. A fazenda utiliza, em média, 810 kg de redinha por mês, ao custo de R$ 13,00 o quilo, e duravam apenas o tempo de uma colheita (aproximadamente 50 dias). Então, diversos coletores – feitos de recipientes plásticos – foram instalados próximo aos canteiros para o depósito das redinhas. Recolhidas, elas são lavadas e reaproveitadas. Com isso, o produtor derrubou os custos para R$ 10.500,00 por ano, uma vez que o tempo de substituição por novas chegou a doze meses. A economia, somente com a reutilização das redinhas, chega a quase R$ 65 mil por ano.
Empolgada com os resultados, tanto financeiros quanto para o meio ambiente, Lucivanda já estuda montar na fazenda uma Escolinha de Educação Ambiental. E, quem sabe, um spa bem moderno, aproveitando áreas livres na fazenda.