Terror em Brasília: a democracia venceu o golpe e a barbárie!
Antonio Matos
Analisando os últimos acontecimentos protagonizados pelos seguidores do candidato derrotado nas recentes eleições realizadas no Brasil, é fácil encontrar na Medicina, na área da psicologia, o diagnóstico clínico para identificar a patologia que assola essas criaturas, pessoas de atitudes bizarras.
Flagradas em comportamento anômalo, assustador e surpreendente, durante mais de trinta dias à frente dos quartéis militares, alimentando ou alimentados por uma ideologia irracional que não acompanha a contemporaneidade dos fatos e que não aceita o resultado dos acontecimentos.
Constituídos por gente de mal e boa formação educacional e religiosos fanáticos em sua maioria, esses grupos defendem a deposição do presidente Luís Inácio Lula da Silva, eleito legitimamente pela população brasileira, desejam o golpe de estado, a intervenção militar, mediante afrontosas e destruidoras manifestações públicas contra a Constituição Federal, atingindo por via de consequência o Brasil em sua unidade nacional e tentando fragilizar e dividir o país ao estabelecer conflito entre os cidadãos brasileiros.
Trata-se de um transtorno de dissonância cognitiva que remete as pessoas com inconsistência psicológica e mental à necessidade de procurar coerência nas suas cognições (convicções). É um distúrbio que ocorre quando surge um conflito mental entre a forma de ver o mundo ou pensar e o jeito de agir e está relacionado com o psicológico de cada pessoa. Cada mente não chega a um consenso, a ponto de suas ideias e ações serem completamente opostas. Isso causa sofrimento, pode piorar crises de ansiedade e, por isso, precisa de tratamento.
Manipulados através de fake news nas redes sociais por pastores evangélicos, políticos reacionários e profissionais mercenários que padecem da mesma patologia, esses grupos foram alvos do bombardeio da mentira, inserindo neles a negação da verdade, ou seja, a negação da realidade. Enganados por manipuladores políticos serviram de massa de manobra e, no final, foram abandonados por quem eles acreditavam.
Nada é tão perigoso quanto a certeza, o dogmatismo, a fé cega ou louca. K. Popper constata que “toda vez que o homem quis trazer o céu para a terra, fez reinar o inferno”.
Incentivados por seus líderes promovem agressões a jornalistas, acreditam na Terra plana e na volta do comunismo, que o Brasil poderia virar Cuba ou Venezuela, no fechamento das igrejas, na implantação de banheiros coletivos nas escolas, em fraude nas eleições de outubro/22, e muitas outras mentiras que os desnortearam e que traduzem o grau da patologia que se assentou sobre esse nocivo agrupamento.
Estamos no século XXI e ainda se encontram na sociedade manifestações medievais que usam a tecnologia para ludibriar, manipular, tripudiar e tentar fazer da sociedade o trampolim para a satisfação da ganância e do poder.
Como se não bastasse, a ilustração e o registro dos episódios revelam a doença da dissonância cognitiva, quando se assiste a barbárie estarrecedora praticada por esses fanáticos, que passam da condição de doentes para serem considerados terroristas, ao depredar o patrimônio nacional do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Superior Tribunal Federal (STF), inclusive o patrimônio cultural e artístico lá existente, expressando aos brasileiros e ao mundo inteiro o perigo que representam contra o estado democrático de direito, as instituições democráticas, a paz e ordem pública, a unidade nacional, as autoridades constituídas, o desenvolvimento do país, enfim, contra a evolução da humanidade e a democracia brasileira.
Portanto, esses crimes de terrorismo que os brasileiros presenciaram através da mídia nacional, no dia 8 de janeiro, em Brasília, com a conivência até de algumas autoridades, não destruiu a nossa democracia. Ela venceu o golpe e a barbárie. Muitos delinquentes já estão presos aguardando julgamento, enquanto outros já cumprem medidas cautelares em liberdade, usando tornozeleiras e outras penas restritivas. Já aqueles terroristas, aprisionados em crenças disfuncionais que limitam a forma de enxergar, imposta por pastores radicalistas e líderes políticos de movimentos de extrema direita, que usam de falso patriotismo ao longo de todo esse processo e agem como se estivessem salvando o Brasil. Cometendo atos esdrúxulos, essas pessoas precisam mesmo é de tratamento e acompanhamento psicológico com o apoio de seus familiares.
O Brasil é um país repleto de riquezas minerais, aquíferas e florestais, artísticas e culturais, geográficas e turísticas, rico em diversidade ambiental, hidrográfica e climática, com uma heterogeneidade e harmonia étnicas incomparáveis, e, apenas, necessita da união dos brasileiros para alcançar o desenvolvimento que levará às futuras gerações uma vida plena e saudável.
Antônio José Matos de Oliveira é jornalista, administrador de empresas e membro da Academia de Ciência, Letras e Artes de Columinjuba – Capistrano de Abreu – ACLA.