Produtos de origem animal são os que possuem maior quantidade de agrotóxicos

O Brasil é o quarto país no mundo que mais consome pesticidas, ingeridos pelos humanos principalmente por meio da ingestão de produtos de origem animal, em especial carnes. A nutricionista Maria Júlia Rosa em palestra intitulada “Veganismo para a prevenção da contaminação por poluentes químicos (Agrotóxicos)”, proferida na manhã deste sábado (10), ressaltou essa informação para alertar quanto à importância do consumo de frutas, legumes e verduras para uma dieta mais saudável.

A palestra aconteceu no IX Congresso Vegetariano Brasileiro, no VegFest 2022, que vai até domingo, no Centro de Convenções Anhembi.

De acordo com a nutricionista, citando diversos estudos no Brasil e no mundo, 70% a 90% da nossa exposição aos poluentes vêm em decorrência da dieta. Isso se dá pela chamada bioacumulação, isto é, um processo de acumulação de poluentes através de uma “teia” alimentar, que no geral parte dos agrotóxicos aplicados em lavouras de soja e de milho, por exemplo, usados como ração de animais (como frangos e gado) e que chegam posteriormente à refeição das pessoas.

No Brasil, cerca de 40% de todos os pesticidas são aplicados na plantação de soja e 10% na de milho, notadamente os produtos mais utilizados em ração animal, lembra Maria Julia.

Outro ponto muito importante que impacta diretamente na dieta alimentar dos seres humanos é quanto ao consumo de gorduras de origem animal: quanto mais a ingestão, maior a absorção de poluentes, devidos à suas características lipofílicas. Em outras palavras, são contaminantes que têm afinidade química com gorduras, e aí inclui principalmente manteiga, queijos, carnes de peixe, azeites comestíveis etc.

Ainda segundo a nutricionista, diferentemente da ideia de que os alimentos vegetais possuem maior concentração de agrotóxicos, devido às pesquisas com esses alimentos serem mais divulgadas, os mais contaminados são os de origem animal, na ordem de até 40 vezes mais, de acordo com pesquisas realizadas em países como Índia, China e EUA.

Suplementação de vitamina B12 não é uma invenção da indústria farmacêutica, garante especialista

A necessidade de suplementação de vitamina B12 não é uma invenção da indústria farmacêutica para ganhar mais dinheiro, é uma necessidade. O alerta é do médico especialista em nutrologia, com ênfase em alimentação vegetariana, Eric Slywitch, em sua palestra “Vitamina B12 e uso de Suplementos Nutricionais: Tudo o que Você Precisa Saber”, durante o Congresso VegFest, que acontece até este domingo no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo.

Slywitch lembrou que não são apenas os vegetarianos ou os veganos que precisam suplementar a B12. “Os onívoros também apresentam deficiência da vitamina”, garantiu. “Estudos mostram que cerca de 40% dos não vegetarianos têm carência de vitamina B12 e 50% dos vegetarianos têm essa carência, podendo chegar até a 86% entre os veganos”.

A vitamina B12 só é encontrada em carnes, leite, queijos, ovos e suplementos, segundo o médico. “A B12 encontrada em algas e alimentos fermentados é diferente da que necessitamos para o nosso metabolismo”, garantiu.

Mas a suplementação, esclarece Slywitch, precisa ser feita com orientação de um profissional de saúde. “É preciso um acompanhamento para definir as dosagens necessárias para o equilíbrio da vitamina no organismo. A suplementação por conta própria pode não ser eficaz mantendo os níveis baixos, mesmo que a pessoa siga a bula das farmacêuticas, pois cada indivíduo tem uma necessidade diferente de dosagem”.

Com os mesmos direitos que os humanos, animais podem ser “autores” de ações em sua defesa na Justiça

Animais não são coisas, nem mercadorias. Assim como os seres-humanos, eles têm os mesmos direitos de não sofrer, não passar fome ou frio e de também não estar afastados do grupo da sua espécie. Os direitos dos animais estão ganhando cada vez mais relevância na Justiça brasileira, principalmente na “judicialização terciária”, quando o próprio animal é o autor da ação.

Esse foi o mote principal da palestra “Animais nos tribunais. Humanos no banco dos réus”, proferida por Evelyne Paludo, advogada, especialista em Direito Animal pela Escola da Magistratura Federal. O evento fez parte do  IX Congresso Vegetariano Brasileiro, no VegFest 2022, que vai até domingo, no Centro de Convenções Anhembi.

A advogada cita o exemplo concreto do cão Jack, cujo antigo tutor teve de pagar uma indenização ao animal. O processo tramitou no Tribunal de Justiça do Estado do Paraná tendo como autor o próprio animal da raça american pitbull terrier, que “alegou” ter sido vítima de elevados maus-tratos por parte de seu antigo tutor. O cão foi resgatado por uma organização não governamental (ONG), que foi o polo ativo da demanda judicial.

Evelyne afirmou que até há pouco tempo, não era comum que advogados fizessem a defesa dos animais nos tribunais com base na “regra da proibição da crueldade”, respaldada pela Constituição Federal, no artigo 225, parágrafo 1º, inciso VII. Diz o texto: “proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade”.

“Hoje há o reconhecimento de que os animais também têm dignidade”, ressalta a especialista. Contudo, continua ela, o que ainda prevalece infelizmente é a antiga mentalidade de que os bichos ou o bioma são “inferiores” aos humanos e precisam ser submetidos aos interesses do mercado ou à cultura individualista do homem.

“Chef amador” defende que qualquer pessoa pode cozinhar

“Um mero mortal pode cozinhar”. Com esta nova leitura da frase do chef que orienta a história do desenho animado Ratatouille, Rafael Oliveira, paulista vegano que atualmente mora em Alto paraíso de Goiás, na Chapada dos Veadeiros, apresentou duas receitas veganas na Cozinha Show, durante o VegFest, que prossegue até este domingo (11) no Centro de Convenções  Anhembi, em São paulo.

Seu bobó de pequi com grão-de-bico e a sua farofa de castanha-de-baru atraíram o público visitante da feira. Co-fundador da Booma Dream Ventures – grupo de investimentos e aceleração de negócios de impacto, atualmente Oliveira atua como palestrante e consultor de multinacionais e startups. A cozinha é um hobby.

Mesmo assim, ele não deixa de defender os produtos nacionais na culinária. Durante sua apresentação, com ingredientes bem brasileiros, Oliveira lembrou de outros itens produzidos no Brasil e que, segundo ele, devem ser privilegiados em detrimento de outros, importados. “Temos uma grande diversidade de ingredientes que devem ser usados na gastronomia nacional pois são extremamente ricos em nutrientes”, destacou.

 

Brasil é o único país do mundo que tem fundamentos constitucionais 

do Direito Animal

O Brasil é o único país do mundo a ter fundamentos constitucionais do Direito Animal, mas ainda precisa avançar para garantir que haja ordenamento jurídico que impeça que animais sejam tidos como coisa. A afirmação é do Juiz Vicente de Paula Ataíde Júnior, da 4ª Região, no Paraná, coordenador do Programa de Direito Animal da Universidade Federal do Paraná – UFPR. O juiz palestrou no terceiro dia do Congresso VegFest.

Para ele, a inclusão, na Constituição de 1988, da questão animal e de seus direitos, foi muito importante, colocando o país na vanguarda mundial. “Mas o mesmo texto também favorece a pecuária, fazendo com que não haja equidade”, critica. “Ninguém pode dizer que os animais domésticos e os de criação são tratados de forma igual pela Justiça”.

Ainda na sua visão,  a principal questão que a Justiça e os legisladores brasileiros precisam trabalhar é com relação ao direito à vida de todos os animais. “A legislação protege os cetáceos, gatos e cachorros contra maus tratos. Se uma pessoa matar um deles pode ser condenada de dois a cinco anos de prisão, multa e, no caso de pescadores, à perda da embarcação. Já o mesmo não acontece com o gado, as galinhas e os suínos”, exemplifica.

Guia de Nutrição Vegana para Adultos já tem mais de 10 mil downloads

A União Vegetariana Internacional (IVU) e a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) planejam levar o “Guia de Nutrição Vegana para Adultos” para universidades, principalmente para cursos da área da saúde para que sirva como fonte para estudos.

Lançado no início deste ano na versão em português, o documento foi desenvolvido pelo Departamento de Medicina e Nutrição da IVU com a proposta de ser uma fonte de informações cientificamente embasadas que sirvam de referência para condutas médicas e nutricionais no mundo inteiro, o Guia também serve de orientação para profissionais na visão do médico Eric Slywitch e da presidente honorária da SVB, Marly Winckler, durante o painel “Guia de Nutrição Vegana da União Vegetariana Internacional: dos Bastidores às perspectivas Futuras”, do Congresso VegFest, que termina neste domingo (11), no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo.

“Desenvolvemos o  guia mais completo do mundo sobre vegetarianismo”, garantiu Slywitch. “E está à disposição, totalmente gratuito, no site da SVB”. De acordo com Marly, até agora já foram feitos mais de 10 mil downloads do arquivo. “Além do guia, estão disponibilizados mais de 100 vídeos que podem ser acessados pelos QR Codes presentes em suas páginas”, explica a ativista. “É praticamente uma pós-graduação gratuita sobre vegetarianismo para profissionais de saúde”, completa Slywitch.

Especialistas tratam dos benefícios que os produtos que imitam carnes propiciam aos animais

Para falar sobre os benefícios de produtos à base de plantas ou de células que imitam a textura, o sabor e o aroma das carnes de origem animal, o  IX Congresso Vegetariano Brasileiro, escolheu um time de especialistas com considerável bagagem no tema. De imediato, eles afirmaram que é fundamental destacar que a produção desse tipo de carne significa contribuir de forma efetiva com a não exploração de animais sob todos os aspectos, considerando a atual produção de proteína animal.

Fizeram parte da mesa que tratou do tema “Imitações da Carne, por que usá-las?”, neste sábado, dia 10, Taylison Santos, diretor executivo no Fórum Nacional de Proteção e Defesa Animal (FNPDA) e primeiro brasileiro contemplado com o Social Media Fellow na Sentient Media (organização jornalística sem fins lucrativos que trabalha para divulgar fatos relacionados ao sofrimento animal); Fabio Zukerman, fundador do Grupo Planta, conglomerado de negócios de alimentos à base de plantas, que atua na produção, distribuição, restaurantes e comunicação criando assim soluções para todos que fazem parte da cadeia de produção e consumo; e Gustavo Guadagninimanaging director da organização The Good Food Institute no Brasil, além de ser listado pela revista GQ como um dos brasileiros na lista dos “25 nomes que podem salvar o mundo”.

A mediação ficou com Larissa Maluf, diretora de Comunicação da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB). O Congresso é parte do VegFest 2022, que acontece no Centro de Convenções Anhembi.

Na avaliação dos participantes, no caso da produção industrial, o Brasil possui tecnologia compatível a de outros países já mais adiantados nesse campo, com produtos de muita qualidade, inclusive exportando para mais de 30 nações. Contudo, o país ainda não tem a mesma distribuição e o mesmo preço, mais em conta, ao consumidor final, quando comparado a países da Europa, por exemplo.

Com a qualidade sendo cada vez mais aprimorada através da tecnologia, em muitos casos praticamente não há diferença entre carnes e derivados de leite de origem animal com as produzidas à base de plantas (plant-based) ou de células animais (ainda que o objetivo seja eliminar em 100% a participação de qualquer componente animal na produção).

Isso causa impacto altamente positivo no meio ambiente, uma vez que a produção de proteína animal exige grande quantidade de consumo de água, emissão de poluentes na atmosfera, ocupação de terras etc.

O oceano pede socorro e dele depende a vida de todos nós

O oceano é o verdadeiro pulmão do Planeta, pois produz pelo menos a metade do oxigênio que a gente respira. Nathalie Gil, CEO da Sea Shepherd Brasil, começou sua palestra “A Vida no Oceano pede Socorro” como forma de alerta pela importância do tema, apresentado no  IX Congresso Vegetariano Brasileiro, no VegFest 2022, que vai até domingo, no Centro de Convenções Anhembi. A Sea Shepherd é uma organização internacional de conservação marinha sem fins lucrativos.

O fato alarmante, nas palavras de Nathalie, é que esse pulmão está em seríssimos riscos pela quantidade inimaginável de poluentes, sobretudo plásticos e apetrechos de pesca, presentes na superfície e em regiões mais profundas do oceano. Os dados que indicam a poluição, e consequentemente o prejuízo à vida marinha, são assustadores:

  • O que mais se encontra no Pacífico são “ilhas de plástico” compostas por garrafas pets, restos de materiais de pesca, canudos e micro plásticos;
  • 50% dos corais e 20% dos mangues nas zonas costeiras já foram afetados ou destruídos:
  • Mais de 90% dos animais mortos por ano para consumo humano são todos selvagens;
  • A pesca industrial é responsável pela morte de 3 mil peixes por minuto e 800 cetáceos (baleias, botos e golfinhos) por dia;
  • 90% dos peixes grandes são dizimados pela pesca predatória;
  • 693 espécies marinhas estão em risco de extinção;
  • A julgar pelos acontecimentos atuais, a previsão é de que em 2048 os oceanos entrem em colapso. E em 2050 haverá mais plástico do que peixes no mar.

“O que estamos falando é que o problema dos oceanos não é apenas ambiental, mas uma questão de sobrevivência da vida na Terra”, afirma Nathalie. Diante disso ela é categórica ao afirmar que cabe a todos nós não consumir nenhum produto de origem dos mares, o que inclui todos os tipos de peixes, cetáceos, plantas e ainda as espécies que são cultivadas em “fazendas marinhas” e afins, uma vez que o que serve de alimentação para os peixes em cativeiro são também os animais marítimos.

ONGs em prol da proteção dos animais participam do VegFest 2022

Para conscientizar a população e chamar a atenção sobre a causa animal, o VegFest contou com a presença de ONGs que lutam contra o abandono e a negligência dos direitos animais.

Destaque para a participação da AMPARA – maior ONG de proteção animal do Brasil, que ajuda cerca de 650 ONGs de animais, com arrecadações de fundos, doações de ração e castração.

A ONG acredita que a conscientização deve acontecer desde a educação das crianças até os adultos, e para isso promove campanhas como a “somos todos vira-latas”. De acordo com Karina Certeza, gerente da Ampara Store, loja conceito da instituição, “a campanha mostra às pessoas que o cão SRD (Sem Raça Definida) também é um animal normal como qualquer outro cão, que precisa de afeto e cuidados. Para nós, essa visibilidade, dentro do VegFest é muito importante, é algo de maior que podemos fazer pelos animais, tanto para os pets quanto para os animais selvagens”.

Há 31 anos, os animais transformam a vida de Silvia Pompeu e Marcos Pompeu, fundadores do Rancho dos Gnomos. A ONG trabalha arduamente para amenizar o sofrimento dos animais, e a convite da Sociedade Vegetariana Brasileira – SVB, participam do VegFest. Para Silvia, “esse convite foi muito significativo, porque além da conscientização que passamos para as pessoas pró veganismo, temos a oportunidade de mostrar o nosso trabalho e os produtos que fazem parte da sustentabilidade dos animais no Rancho dos Gnomos”.

A maior parte dos animais resgatados pelo Rancho dos Gnomos são exóticos e silvestres de grande porte com ênfase maior nos ursos, muito em prol de Rowena, a primeira ursa resgatada pelo rancho. Ela foi considerada a ursa mais triste do mundo pela mídia e isso fez com que a população abrisse os olhos para o sofrimento da espécie, que muitas vezes são explorados em circos e zoológicos. Esses animais, cujo habitat natural são países de clima mais frio, foram encontrados no nordeste do Brasil.

“Por meio dos animais, conseguimos atingir as pessoas para o veganismo, pois o animal desperta essa compaixão em nós, independente da espécie. É uma porta de entrada para falar e conscientizar as pessoas em relação ao amor pelos animais, seja ele qual for.  Não dá para falar de animais sem considerar o veganismo, que é a base para grandes mudanças”, diz Silvia Pompeu.

Como a escolha alimentar afeta a sociedade e o planeta

Durante a palestra “Muito além do prato”, que aconteceu neste sábado (10) no IX Congresso Vegetariano Brasileiro, no VegFest 2022, terceiro dia do evento que está acontecendo no Centro de Convenções Anhembi, em São Paulo, a nutricionista Alessandra Luglio, falou sobre como os impactos da escolha alimentar afetam a sociedade.

“Quando falamos sobre a evolução da humanidade, descobri que o futuro da humanidade é ancestral, é voltar ao básico”, afirma Alessandra. Ao relembrar toda sua trajetória profissional  diante o público, ela cita como suas raízes no campo e próxima aos animais a ajudaram a moldar sua profissão e instigou a conhecer mais sobre o poder dos alimentos.

Alessandra trouxe para os congressistas um olhar, como nutricionista, sobre a alimentação, principalmente no estilo de vida das pessoas, muito além das calorias, das proteínas que tanto se fala dentro da nutrição, ela apresentou um conceito mais sistemático dos impactos causados cada um por nossas escolhas, usando argumentos que abrangem desde questões ambientais, éticas e morais.

“Participar do VegFest é sempre uma experiência inesquecível, muitas vezes até mais fácil porque falamos com pessoas que apoiam aquilo que fazemos, claro que, o grande objetivo é sempre trazer mais informações para que saindo daqui as pessoas possam influenciar mais pessoas e, assim, esse movimento cresce”, conclui.

Youtuber ensina a fazer queijo polenguinho vegano com castanha 

“Hoje aqui no final dessa aula eu vou fazer com vocês um desencapetamento da carne”. A aula no caso era uma receita de produção de queijo polenguinho vegano, à base de castanhas. E o “desencapetamento” foi a parte bem humorada do evento da Cozinha Show, no VegFest 2022, apresentado pelo youtuber Flavio Giusti, no Centro de Convenções Anhembi.

Aliás, Giusti se apresenta como palhaço, ator, projetista, designer gráfico e o “primeiro youtuber de culinária vegana do Brasil”. Ele afirma que está há 30 anos “sem carne” e há 11 como vegano. Seu canal do Youtube, o VegetariRango, tem mais de 460 mil inscritos.

Só pode chamar de queijo o que é fermentado. Esse é o primeiro aviso que Flávio transmite à plateia, que lotou a Cozinha Show na tarde deste sábado (10). Por isso ele recomenda que a castanha-do-pará usada como base da receita do polenguinho vegano tem de ficar de molho durante alguns dias como início do processo de fermentação.

Para a receita, o youtuber usou, além de castanhas, uma colher de sopa de missô (pasta fermentada de soja), água, um envelope (embalagem sachê) de probiótico (“comprado em farmácia”), uma colher e meia de Agar Agar (produto à base de alga que possui propriedade espessante, gelificante e estabilizante), sal a gosto e, por fim, um terço de xícara de óleo de coco sem sabor.

Com esses ingredientes, ele misturou tudo no liquidificador, sem dar muita importância a método, cuidado ou atenção. O que valia, na verdade, era fazer a plateia descontrair. E assim foi feito.

VegFest atrai  congressistas de várias cidades do país 

Em busca de mais informações sobre quem produz e onde é possível encontrar alimentos e produtos veganos de qualidade,  o VegFest tem sido o ponto de encontro de pessoas vindas de diferentes cidades do Brasil.  Além da feira com 119 marcas expositoras, os temas debatidos no  IX Congresso Vegetariano Brasileiro,  ampliaram o horizonte dos participantes sobre o crescimento do mercado vegano.

Elisa da Silva Prado, de São Paulo, diz que “as edições do VegFest são sempre muito bem organizadas. O espaço da feira está melhor, muito mais bonito, e as minhas expectativas são enormes. Os temas são muito interessantes. É a minha segunda participação no VegFest. Sou ovolactovegetariana e visitante como consumidora final”.

Interessados em empreender no setor, como Leandro Mariano da Silva, de Araçatuba, contam que o Congresso está sendo bastante esclarecedor. “Vim para ter mais informações sobre esse mundo vegano, pois tenho a intenção de investir em uma loja com produtos para esses consumidores, que têm poucas opções na minha região. Eu também aderi, há dois anos, ao veganismo e tenho muita dificuldade em conseguir alimentos realmente veganos. Aqui estou tendo a  oportunidade de ter contato com produtores”.

Já Edson Antonio Correia, de Curitiba, diz que decidiu participar do congresso para conhecer melhor o vegetarianismo. “Me simpatizo com essa ideia, mas ainda não decidi ser vegetariano. Tenho visto muita coisa bacana nas palestras e debates. Também vi que há comidas gostosas que podem muito bem substituir a carne”.

Para Marly Winckler, socióloga, tradutora e criadora do Sítio Vegetariano, “a existência de eventos como o VegFest é especialmente importante para a difusão do veganismo, pois a prática tem tudo a ver com comida e é preciso que as pessoas saibam onde encontrar os produtos. E o Congresso, que sempre vem acompanhado da feira, traz a oportunidade de conhecermos quem produz e onde é possível encontrar alimentos de qualidade e certificados. Também ajuda a desmistificar o veganismo que ainda tem muito preconceito por parte da população”.

Chef Sarah Trindadet prestigia o VegFest

Sucesso nas redes sociais com suas receitas práticas e saborosas que mostram que a comida vegana não precisa ser apenas arroz, feijão e salada, a chef Sarah Trindadet esteve neste sábado (10) no VegFest. A nutricionista defende que existe um universo gastronômico a ser explorado para aqueles que amam os animais e querem experimentar novos sabores.

“Eu estudei nutrição justamente para saber os poderes dos vegetais e como eles podem cuidar de nós de dentro para fora. Juntando todo o meu conhecimento e esse gosto por cozinhar, ensino as pessoas que comer vegetais pode ser prático e muito gostoso”, afirma a chef.

Embaixadores da campanha  Segunda sem Carne defendem furar 

a bolha para expandir o veganismo

 

A campanha “Segunda Sem Carne” propõe  conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso de produtos de origem animal para alimentação têm sobre a sociedade, a saúde humana, o planeta, e também sobre os animais. E convida todos a descobrirem novos sabores ao substituir a proteína animal pela vegetal pelo menos uma vez por semana. Mas ainda é preciso encontrar formas de furar a bolha do movimento para alcançar a sociedade como um todo, analisaram os embaixadores do evento, que têm apoio da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB).

Os embaixadores Emiliano D’Ávila, ator, roteirista e diretor; Dani Moreno, atriz global; e Natalia Rosa, atriz com atuação no teatro, cinema e televisão, falaram sobre a opção pelo movimento vegano e quais os desafios para levar essa proposta para seus seguidores nas redes sociais.

Serviço 

VegFest 2022

De 8 a 11 de dezembro – das 9h às 19h

Local: Centro de Convenções do Anhembi

Av. Olavo Fontoura, 1.209 – Santana – São Paulo/SP

Mais informações: www.vegfest.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

0 Compart.
Twittar
Compartilhar
Compartilhar