Lideranças indígenas nacionais debatem novos caminhos de desenvolvimento para a Amazônia

Importantes lideranças indígenas do Brasil estão confirmadas na segunda edição do Festival de Investimentos de Impacto e Negócios Sustentáveis na Amazônia (FIINSA), que tem o objetivo de reunir empreendedores, investidores, organizações da sociedade civil e outros atores que integram o ecossistema de impacto na região para debater caminhos, oportunidades e desafios para o desenvolvimento do ecossistema de impacto amazônico, a bioeconomia e o futuro da floresta.

O 2º FIINSA ocorre nos dias 29 e 30 de novembro, no Studio 5 Centro de Convenções. Para participar, é necessário fazer a inscrição por meio do site Sympla, com valores a partir de R$ 150, até a próxima sexta-feira, dia 25 de novembro.

O evento tem a proposta de ser um ponto de encontro para investimentos de impacto e desenvolvimento de negócios sustentáveis na Amazônia. A programação inclui oficinas temáticas, lançamento de projetos, sessões de pitch, feira de negócios, mercado com produtos sustentáveis da Amazônia, rodadas de negócios e investimentos, além de estandes de parceiros.

“Não podemos falar de desenvolvimento sustentável na Amazônia sem incluir as populações tradicionais e indígenas na discussão. O festival tem a proposta de reunir atores que acreditam na conservação da floresta amazônica e na necessidade de uma nova economia com o propósito de resolver os problemas ambientais e socioeconômicos da região. Então, a visão e contribuição das lideranças indígenas é fundamental e precisa estar na base desses novos modelos de desenvolvimento para a região amazônica”, afirma a cofundadora do Impact Hub, Juliana Teles, que está na organização do evento.

As lideranças

No dia 29, às 9h30, a cacica Juma Xipaia participa do painel ‘Visão de Futuro para a Amazônia e para o Brasil’. Juma é ganhadora da Medalha de Resistência Chico Mendes, cacica da aldeia Kaarimã, na Terra Indígena Xipaya, no rio Iriri, Pará, e também é presidente da Associação Rede Terra do Meio. Em 2020, fundou o Instituto Juma, que tem como missão a proteção da floresta, do patrimônio cultural, da propriedade intelectual e dos territórios dos povos indígenas e comunidades tradicionais da Amazônia brasileira.

No mesmo dia, o líder do povo Yawanawa, Tashka Peshaho Yawanawa, integra dois painéis: ‘Choque de realidade: tempos difíceis em meio a violência e alta do desmatamento’, às 10h30, e ‘A moda e grandes marcas como aliadas na valorização da floresta e seus povos tradicionais’, a partir das 16h30. Cineasta e fotógrafo, Tashka é um dos responsáveis pelo renascimento cultural e espiritual dos Yawanawa.

Ao lado de Tashka, no painel sobre moda indígena, estará Vanda Witoto, ativista e um dos símbolos na luta contra a Covid-19 no Amazonas, sendo a primeira pessoa a ser vacinada contra o vírus no estado. Além da atuação política, Vanda desenvolve o movimento Ruaringo – Mulheres que Dançam, que inclui mulheres indígenas que comercializam roupas, biojoias e artesanatos indígenas.

Outra importante participação do 2º FIINSA é o líder maior do povo Paiter Suruí, Almir Suruí, reconhecido internacionalmente por sua luta pelo direito dos povos indígenas e atuação na questão climática. Ele recebeu, em 2008, o Prêmio de Direitos Humanos da Sociedade Internacional de Direitos Humanos, em Genebra. Dentro do 2º FIINSA, ele debate, no dia 30, às 10h30, do painel ‘Mercados de carbono: a oportunidade da década para conservação e restauração de florestas?’.

Para representar a juventude indígena no 2º FIINSA, a ativista ambiental e comunicadora Samela Sateré Mawé também é presença confirmada. Samela é integrante de movimentos como Fridays for Future, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade (Anmiga), Associação de Mulheres Indígenas Sateré Mawé (Amism) e Movimento de Estudantes Indígenas do Amazonas (Meiam).

Sobre o FIINSA

O 2º FIINSA é realizado pelo Instituto de Conservação e Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (Idesam) e Impact HUB Manaus. É correalizado pela AMAZ aceleradora de impacto, Programa Prioritário de Bioeconomia (PPBio), Fundação Amazônia Sustentável (FAS) e Uma Concertação pela Amazônia.

Conta com patrocínio do Fundo Vale, Instituto Clima & Sociedade (iCS), Partnerships For Forests, Uk Government, Amazon Investor Coalition, Instituto Sabin, Fundo JBS pela Amazônia, Americanas S.A, SAP, GBR, Coca-Cola, Swarovski, MJV e Cooperação Alemã GIZ, e apoio de vários parceiros como Rede Amazônica e Fundação Certi.

Durante a primeira edição do evento, realizado em 2018, o festival reuniu 252 pessoas e mobilizou 64 palestrantes e moderadores, cinco painéis principais e 12 paralelos. Foram investidos R$ 1,1 milhão em quatro negócios de impacto durante a rodada de investimentos. Para mais informações, acesse https://fiinsa.org.br.

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