Manejo da irrigação localizada permite controle vegetativo de videiras

Por Maxwell Soares da Silva, especialista agronômico da Netafim.

O vale do São Francisco se destaca na produção de uvas de mesa, com frutas de excelente qualidade que atendem janelas de exportação cada vez mais competitivas, além de abastecer um mercado interno também exigente em qualidade. Diversos fatores contribuem para este oásis produtivo no meio do semiárido nordeste, dentre eles a irrigação.

A planta nesta região tem abundância em luminosidade, temperatura e água, que fornecem condições ideais que estimulam a produção da auxina, hormônio responsável pelo alongamento da célula, resultando em mais crescimento vegetativo pela planta. No entanto, um crescimento vigoroso da parte aérea pode se tornar um problema, pois afeta negativamente a produção e a qualidade das frutas, devido a redução de alguns componentes dependentes da luz e controle fitossanitário dificultado pela distribuição deficitária de luz no interior do parreiral, além de folhas mais palatáveis para insetos sugadores.

Manter o balanço ideal entre produtividade e o vigor da planta é um desafio no cultivo da videira, pois assegurar a planta com seus ramos com crescimento controlado via trato cultural através do ser humano, tem se tornado cada vez mais oneroso. Surge então a irrigação localizada como uma ótima alternativa que os produtores na região têm adotado, através do manejo da irrigação e fertirrigação. Este tipo de sistema proporciona ao produtor um nível de eficiência de aplicação maior que 90%, além de proporcionar um manejo aliado a ferramentas como os tensiômetros, estações meteorológicas e extratores de solução do solo. Ferramentas que municiam o produtor de informações técnicas, mas acessíveis financeiramente e de fácil entendimento.

Este tipo de manejo reflete diretamente no vigor vegetativo da planta, de forma que com a utilização de kc (coeficiente de cultivo) de acordo com cada fase, seja ofertado água na quantidade que realmente a planta necessita para aquele momento fenológico.

Com o aumento no custo da mão de obra, este tipo de manejo de controle vegetativo da videira se torna uma importante ferramenta trazendo resultados agronômicos e econômicos na cultura.

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