Psicóloga atenta para os danos do preconceito no tratamento de pessoas com TDAH

O Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) é uma condição neurobiológica, que tem como uma das causas fatores genéticos. Os sintomas aparecem desde a infância, e perduram por todas as fases do desenvolvimento. Segundo dados da Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA), 2 milhões de brasileiros apresentam essa característica em seu desenvolvimento. Apesar dessa grande quantidade, a psicóloga e professora do Centro Universitário Fametro (Unifametro), Karen Crisostomo, alerta para o preconceito que essas pessoas sofrem, e como isso pode prejudicar no tratamento.

O TDAH se caracteriza por sintomas como a desatenção, inquietude e impulsividade, e pode ser diagnosticado por um neuropediatra a partir dos 7 anos de idade. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM V), o TDAH pode ser classificado da seguinte forma: do tipo desatento, do tipo hiperativo e do tipo misto. “As pessoas que apresentam o TDAH do tipo hiperativo costumam apresentar um comportamento mais agitado externamente, ou fisicamente. Já as que sofrem do tipo desatento apresentam inquietação interna, na mente, o que gera mais ansiedade e dificulta que elas foquem em qualquer atividade que exerçam”, explica Karen

De acordo com Karen, o preconceito direcionado a pessoas com TDAH existe principalmente pela falta de informação sobre o transtorno, o que dificulta a compreensão sobre os comportamentos presentes. “A falta de informação impede que a maioria das pessoas entendam que quem tem TDAH tem um funcionamento de relacionamento diferente. São indivíduos que apresentam um maior nível de desatenção e/ou agitação, mas não porque é uma questão de falta de esforço ou força de vontade”, explica.

O que também causa preconceito é a questão de que são pessoas que geralmente são acompanhadas por profissionais de saúde mental, como neurologistas, psicólogos e psiquiatras. Além disso, fazem o uso de medicamentos específicos para que possam ter um nível de atenção maior, com o objetivo de que as atividades do cotidiano não sejam interrompidas com tanta frequência e não cause tanto sofrimento na rotina.

Para que a comunicação com alguém que tenha TDAH seja mais eficaz, a psicóloga sugere dialogar de maneira amena. “É indicado que a gente fale com uma pessoa que tem TDAH de forma pausada, falar de uma forma sintetizada, para que ela consiga captar a informação e ter uma manutenção dessa atenção. É importante ressaltar que, para desconstruir todo e qualquer tipo de preconceito, precisamos compreender que existe uma pessoa com necessidades de suporte, e precisamos respeitar e aprender a nos relacionar frente a essas necessidades“, enfatiza.

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