Violência política mata: por uma democracia livre de ódio
As organizações da sociedade civil aqui subscritas vêm a público repudiar a escalada da violência política observada no período recente. Se não contida imediatamente pelas autoridades competentes e combatida firmemente pelos democratas das mais variadas matizes ideológicas, a violência prejudicará a realização de eleições pacíficas e seguras e afetará a estabilidade social no período pós eleitoral e a sobrevivência da democracia no Brasil.
Nas últimas semanas acompanhamos com grande preocupação ataques de radicais bolsonaristas contra militantes do Partido dos Trabalhadores (PT) em comícios políticos; atentados à imprensa, incluindo um tiro contra o escritório da Folha de S.Paulo e ameaças de morte a jornalistas do Congresso em Foco; acompanhamos ainda o ataque contra o carro do juiz que determinou a prisão do ex-ministro da Educação Milton Ribeiro. No último sábado (09), a escalada atingiu novos patamares com o assassinato de um militante do PT, durante o seu aniversário, por um policial penal federal. Segundo relatos da família, o assassino, Jorge José da Rocha Guaranho, invadiu o evento gritando palavras como “Bolsonaro” e “mito” enquanto alvejava o guarda civil metropolitano Marcelo Arruda.
Esses casos de violência política não são fenômenos isolados, mas se inserem em um contexto mais amplo, que vem se agravando ao longo da última década, nutrido desde 2018 por repetidos posicionamentos de Jair Bolsonaro e seus apoiadores. A ampliação da circulação de armas e munições torna ainda mais grave o cenário de radicalização violenta. A apologia à violência armada não deve ser confundida com mero discurso de campanha eleitoral. Nosso país está imerso num cenário marcado pela radicalização da extrema direita, reforçada por uma ampla rede de desinformação e por apoiadores armados. Não se trata de uma disputa entre dois pólos, dois lados de uma mesma moeda. É, sim, o avanço autoritário contra qualquer voz que se oponha a este projeto político extremista.
Cria-se, assim, um quadro de enorme risco não apenas à vida e à segurança pública, mas também ao processo eleitoral deste ano e à democracia brasileira. Convocamos as lideranças político-partidárias e chefes dos Poderes da República a coibir a promoção de discursos de ódio e a disseminação da violência política, em especial durante este processo determinante para a democracia no país.
É inaceitável que o processo eleitoral se dê sob as insígnias do medo, da violência e da intolerância e torna-se fundamental que as instituições de Estado ajam imediata e rigorosamente para impedir o crescimento da violência em curso no Brasil.
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- Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji)
- Agência Ambiental Pick-upau
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- ANPED – Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Educação
- Associação Brasileira de Famílias homotransAfetivas
- Associação Visibilidade Feminina
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- Católicas pelo direito de Decidir
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- CENTRO DE DEFESA DOS DIREITOS HUMANOS DE PETRÓPOLIS
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- Comitê em Defesa da Democracia e do Estado Democrático de Direito
- Conectas Direitos Humanos
- Confederação dos Servidores Públicos do Brasil – CSPB
- Congresso em Foco
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- Departamento Jurídico XI de Agosto
- Elas No Poder
- Fórum Brasileiro de Segurança Pública
- Frente Ampla Democrática pelos Direitos Humanos
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- Goianas na Urna
- Instituto Arueras
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- Instituto Brasil-Israel
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- Instituto de Referência Negra Peregum
- Instituto Democracia e Sustentabilidade
- Instituto Diplomacia para Democracia
- Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade social
- Instituto Igarapé
- Instituto Marielle Franco
- Instituto Physis – Cultura & Ambiente
- Instituto Prios de Políticas Públicas e Direitos Humanos
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- Instituto Sou da Paz
- Instituto Talanoa
- Instituto Terra, Trabalho e Cidadania (ITTC)
- Instituto Update
- Instituto Vamos Juntas
- Ipedd – Instituto Piracicabano de Estudos e Defesa da Democracia
- Laboratório Interdisciplinar de Inovação em Organizações e Políticas Públicas (LABIPOL)
- LOLA Brasil – Liga Organizada das Liberais Associadas
- Movimento Acredito
- Movimento Urbano de Agroecologia
- MUDACENTRO POPULAR DE DIREITOS HUMANOS – CPDH
- Neoliberais Brasil
- Núcleo de Transmasculinidades da Rede Família Stronger
- Observatório Judaico dos Direitos Humanos no Brasil
- Oxfam Brasil
- PerifaLab
- Plan International Brasil
- Politica Viva
- Rede Brasileira de Conselhos – RBdC
- Rede Brasileira de Conselhos -RBdC
- Rede Justiça Criminal
- SEJA DEMOCRACIA/IMJA
- Sleeping Giants Brasil
- Think Twice Brasil
- Transparência Capixaba
- Turma do Bem
- Vetor Brasil
- Vote Nelas SP
- Washington Brazil Office
- WWF Brasil
- Zanzalab
- Centro de Estudos SoU_CIÊNCIA
- Central Única dos Trabalhadores – CUT Brasil
- Ameinu Brasil