Inadimplência continua em desaceleração, registrando um crescimento de 1,78% em fevereiro, aponta indicador CNDL/SPC Brasil
Assim como no mês anterior, número de dívidas cai, mas avança nos setores bancário e de água e luz. 62 milhões de brasileiros
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Em fevereiro, os sinais de acomodação da inadimplência confirmam a tendência registrada no mês anterior. Dados apurados pelo Indicador de Inadimplência, da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), apontam que mesmo com o crescimento da ordem de 1,78% do número de consumidores negativados na comparação anual, o avanço foi o menor registrado desde dezembro de 2017. Quanto ao número de dívidas, houve queda de 1,01% em relação a fevereiro de 2018. Contudo, assim como registrado nos Indicadores de janeiro deste ano, o volume de pendências continua crescendo em dois setores específicos: o de bancos, com avanço de 2,04%; e o de água e luz, com aumento de 11,38%. Em contrapartida, comércio e comunicação registraram quedas de 6,91% e 9,57%, respectivamente. |
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A economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, destaca que o crescimento da inadimplência em menor ritmo no País se dá simultaneamente ao aumento da oferta de crédito, segundo dados do Banco Central. “Por muito tempo, o avanço da inadimplência foi mitigado pela oferta de crédito diminuída. Agora, a desaceleração ocorre a despeito do crescimento das concessões, indicando um cenário melhor para o mercado de crédito”, explica a economista. Mas o consumidor não pode se descuidar. Uma maior oferta de crédito no mercado pode ser tentadora, chegando a levar as pessoas a contrair dívidas que a levem a negativação. Para não incorrer neste risco, Marcela Kawauti dá algumas dicas para uma boa gestão de finanças pessoais. “Tomar crédito consciente e não movido por impulso; ter uma reserva financeira para lidar com imprevistos; evitar opções com altas taxas de juros, como cartão de crédito e cheque especial; planejar seu orçamento atual e futuro para o pagamento de parcelas; e renegociar suas dívidas com seus credores são sugestões que podem fazer toda a diferença para não incorrer na inadimplência”, aconselha Kawauti. Brasil tem 62,01 milhões de negativados; Norte é a região com maior proporção de inadimplentes O mês de fevereiro fechou com aproximadamente 62,01 milhões de brasileirosnegativados, o que representa 40,1% da população acima dos 18 anos. No Sudeste, região que compreende o maior contingente populacional, o número de negativados chegou a 26,63 milhões ou 39,9% da população adulta local. O contingente também é grande no Nordeste, com 16,27 milhões de inadimplentes ou 39,8% da população adulta. No Sul são 8,42 milhões de consumidores com CFP restrito ou 36,9% da população local — a menor entre as regiões. Já no Centro-Oeste, o volume de negativados é de 4,98 milhões, o que corresponde a 41,8% dos residentes da região. No Norte, os negativados somam 5,72 milhões, sendo a maior proporção adulta local, com 46,9%. Mais da metade dos consumidores entre 30 e 39 anos está inadimplente Quanto à estimativa por faixa etária, a maior frequência de negativados continua neste mês, assim como em janeiro deste ano, entre os que têm idade de 30 e 39 anos. Em fevereiro, mais da metade da população nesta faixa etária (51,1%) estava com o nome inscrito em alguma lista de devedores, somando um total de 17,59 milhões. Outro destaque é a proporção significativa de inadimplentes com idade de 25 e 29 anos (43,4%), da mesma forma que acontece na população idosa, considerando-se a faixa etária entre 65 a 84 anos, em que a proporção é de 32,8%. Já entre os mais jovens, com idade de 18 a 24 anos, a proporção cai para 16,5%. |
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Metodologia O indicador de inadimplência do consumidor sumariza todas as informações disponíveis nas bases de dados às quais o SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas) têm acesso. As informações disponíveis referem-se a capitais e interior das 27 unidades da federação. A estimativa do número de inadimplentes apresenta erro aproximado de 4 p.p., a um intervalo de confiança de 95%. Baixe a íntegra do indicador e a série histórica em https://www.spcbrasil.org.br/ |