“A busca pela Excelência”
Especialista da FGV indica 10 regras para alcançá-la
Por que algumas pessoas se destacam dentro de uma empresa? Por que são incansáveis na entrega pelo melhor!
As vezes, esse profissional recebe nome de chato, outras de perfeccionista, mas para o especialista em gestão de carreiras, professor Luciano Salamacha, que ministra aulas em MBA’s da ESIC Business School e da FGV, especialista em gestão e carreira, essas pessoas na verdade estão em busca da excelência.
Excelência é uma palavra que vem do latim excellentiae. Ex significa fora ou sobre e cellentiae significa subir, estar no alto. No dicionário excelência tem muitos significados: erguer, ser superior, ter grandeza, grau máximo de perfeição, grandeza, elevação, qualidade muito superior, sinônimos sempre associados ao local supremo de estar algo ou alguém. Podemos também interpretar a excelência em uma escala evolutiva onde “Bom” pode ter um posto a mais a ser alcançado e “Ótimo” é o estado máximo de desempenho. E o excelente? Excelente é psicologicamente, um posto muito alto, inalcançável, onde imaginamos que poucas pessoas possam estar. Mas, é possível alcançar o Olimpo das entregas perfeitas? Para professor Salamacha é possível e indica 10 regras para atingir a excelência.
1- Estabeleça seu próprio padrão de excelência. Quando você determina quais foram as entregas que você desempenhou excelentemente, você terá algo a se apoiar, em que se espelhar. Um histórico todo seu como uma espécie de régua de avaliação. Algumas pessoas elegem níveis muito baixos e outras elegem patamares inalcançáveis, gerando acomodação ou frustração. Por isso, eleja sua própria régua.
2- Na dúvida, eleja um nível mais baixo de excelência para alcançar. Neurocientificamente, se você estabelece um alvo e o atinge, automaticamente sente-se cofiante para elevar o grau de dificuldade. Se estabelecer um nível alto demais e não conseguir, a frustração pode ser decisiva para diminuir a confiança em si mesmo. O fracasso pode ficar no seu histórico negativo, em suas más experiências e, por consequência, pode impedir que tente de novo. A sua régua de excelência se ajustará conforme a escalada na carreira.
Por outro lado, quando você atinge a meta de excelência, mesmo que baixa, um neurotransmissor chamado dopamina manda estímulo para o cérebro com a sensação de recompensa. A mensagem será “sim, eu posso” e a alegria e o prazer impulsionam pra tentar mais vezes, uma espécie de propulsor para novos desafios.
3 – Mire no horizonte e siga. Para que serve a linha do horizonte? Serve pra ser um guia, um objetivo, um norte, uma referência. A linha divisória. A excelência é seu horizonte, ou seja, uma busca eterna. Esteja sempre em busca da superação. A busca pela excelência está conectada a evolução pessoal e profissional.
4 – Venda o seu conceito de excelência . Deixe as pessoas trabalharem por conceito e não por regra. Conceito justifica o porquê de uma conduta, enquanto a regra determina apenas como se deve fazer. Venda os princípios do seu grau máximo de qualidade. Assim você não engessa os padrões de ninguém em busca da própria excelência.
5 – Não julgue as pessoas a sua volta pelo nível de excelência que elas elegeram. Cada um sabe até onde podem alcançar. Saber das suas limitações, seus temores e até onde arriscar é fundamental. Agir com soberba pode anular e prejudicar o esforço de cada um pela busca da excelência individual.
6 – Flexibilize a excelência conforme sua escalada na empresa. Aprenda a declinar de seu padrão de excelência para que os outros desenvolvam seus próprios padrões. Não tente manipular as pessoas à luz do que você chama de excelência. Claro, que colegas e subordinados têm de estar alinhados aos conceitos que você utiliza na sua excelência, mas lembre-se: o grande gestor não é o que engessa as pessoas, mas sim aquele que inspira a evoluírem em busca do melhor resultado.
7- A excelência não é o que você oferece, mas o que o outro percebe. Muitas vezes, um profissional pode estar orgulhoso de ter atingido um alto padrão na entrega de um produto ou serviço, mas esse padrão pode não ser reconhecido pelo cliente como de valor. Excelência tem que gerar valor ou resultado para quem recebe e não apenas para quem elabora ou entrega. Você só saberá o valor do que entrega se conhecer a escala do outro. Conhecer, o receptor da entrega, o cliente é fundamental.
8 – Corrija o percurso. Se perceber algo errado no caminho que você traçou até o topo pare e reveja. Os gargalos impedem o alcance da excelência. È que a busca da excelência parte sempre de um objetivo a ser atingido e, muitas vezes, as condições do ambiente impedem que isso seja alcançado. Logo, um profissional deve agir sempre com flexibilidade em sua busca pela excelência
9 – Nunca perca o padrão de excelência para agradar o cliente, isso é perder a personalidade profissional. Como resolver isso ? Faça três perguntas:
Você está violando os seus valores? Se sim, terá que se questionar. Será que essa pessoa/cliente é importante para mim? Lembre-se que um profissional somente consegue entregar o seu melhor quando a tarefa está alinhada com seus valores pessoais. Em alguns casos, é preciso abrir mão do cliente para manter seus princípios.
A terceira pergunta é: Você sabe qual é o melhor resultado para o seu cliente? Se sim, deixe-o seguro que seu nível de excelência vai elevar o dele e trazer bons resultados. Não sucumba! Isso porque o seu padrão de qualidade pode ainda não ser do conhecimento do cliente e, portanto, não consegue vislumbrar tudo o que você pode entregar.
10- Prepare-se para atingir os resultados que planejou. Por incrível que pareça algumas pessoas sentem-se motivadas para a busca da excelência e acabam não se preparando para reconhecer quando o padrão foi atingido. É importante manter o equilíbrio entre o que ofertou e o que está entregando. Passar do ponto também é um erro a ser evitado.
Depois de todos esses conselhos, o professor Luciano Salamacha alerta: “não importa o que você faça, trabalhe sempre pelo melhor. Porque a busca da excelência é eterna.”
Luciano Salamacha
Luciano Salamacha é doutor em Administração e mestre em Engenharia de Produção. Preside e integra conselhos de administração de empresas brasileiras e de multinacionais, atuando como consultor e palestrante internacional.
É professor da Fundação Getúlio Vargas em programas de pós-graduação, também é professor de mestrado e doutorado no Brasil, na Argentina e nos EUA. Recebeu da Fundação Getúlio Vargas o prêmio de melhor professor em Estratégia de Empresas nos MBA’s, por sete anos seguidos.
É um dos raros professores que fazem parte do “Quadro de Honra de Docentes”, da FGV Management. Luciano Salamacha é autor de livros e artigos científicos publicados no Brasil e no exterior. Foi pioneiro na América Latina em pesquisas sobre neuroestratégia e neurociência aplicada ao mundo empresarial.
Mais informações sobre Luciano Salamacha no site www.salamacha.com.br e no seu canal www.dicadosalamacha.com.br.
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