Com taxa de 11,0%, desemprego fica estável no primeiro trimestre de 2022 no Ceará

A taxa de desocupação, no mercado de trabalho do Ceará, foi estimada
em 11,0% no trimestre encerrado em março, ficando estável frente ao
trimestre anterior. Também houve estabilidade no número de
desempregados, que totalizou 419 mil pessoas. Já a população ocupada,
estimada em 3,4 milhões, caiu 3,9% na mesma comparação, o que
significa 138 mil pessoas a menos com emprego. Os dados são da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua),
divulgada hoje (13) pelo IBGE.

De acordo com os analistas do IBGE, a estabilidade da taxa de
desocupação é explicada pelo fato de não haver crescimento na busca
por trabalho no trimestre. O cenário é diferente daquele apresentado nos
outros trimestres encerrados em março, quando, pelo efeito da
sazonalidade, havia aumento da procura por trabalho.

“Se olharmos a desocupação em retrospecto, pela série histórica da
pesquisa, podemos notar que, no primeiro trimestre, essa população
costuma aumentar devido aos desligamentos que há no início ano. Este
trimestre encerrado em março se diferiu desses padrões”, afirma Helder
Rocha, supervisor da disseminação das pesquisas. A taxa de
desocupação é a menor para um trimestre encerrado em março desde
2016, quando foi de 10,9%.

A queda dos trabalhadores por conta própria na comparação com o
último trimestre foi de 6,8%, o que representa a saída de 60 mil pessoas
dessa categoria, todos eram trabalhadores sem CNPJ. “Os empregados
sem carteira no setor privado ficaram estáveis, depois de dois trimestres
em expansão. No trimestre encerrado em março, essa queda no trabalho
por conta própria respondeu pela redução no total da população
ocupada”, comenta o supervisor.

Impactada por essa retração, a taxa de informalidade chegou a 53,3%,
após redução de 0,6 ponto percentual. O número de informais caiu 5,1%,
totalizando 1,8 milhão. A participação dos trabalhadores por conta
própria sem CNPJ nesse recuo foi de 67%.

Outras categorias que diminuíram, em números absolutos, foi a dos
empregados no setor privado com e sem carteira de trabalho assinada,
que foram estimados em 1,5 milhão de pessoas. Frente ao trimestre
encerrado em dezembro, a diminuição foi de 3,6%, ou de 57 mil pessoas.
A outra categoria foi a dos empregadores, estimados em 121 mil pessoas
e que reduziu 29 mil pessoas frente ao último trimestre do ano passado.
As baixas nas ocupações dessas categorias também impactaram na
queda do número de pessoas ocupadas.

Em relação aos setores analisados pela pesquisa, observou-se redução
em Informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias,
profissionais e administrativas e na Agricultura, pecuária, produção
florestal, pesca e aquicultura, no seu contingente de trabalhadores na
comparação com o trimestre anterior. O número de empregados desses
segmentos caiu 12,8% e 12,5%, respectivamente, ambos totalizaram
menos 83 mil pessoas ocupadas. Os outros setores ficaram estáveis
nessa comparação.

“A queda no número de ocupados na Agricultura ocorreu principalmente
entre trabalhadores por conta própria e empregados sem carteira, que
representam parcela relevante dos ocupados nessa atividade. O declínio
na informalidade neste trimestre pode ser associado à redução desses
trabalhadores na agricultura”, analisa.

Com a retração no contingente de ocupados, comparativamente ao
último trimestre do ano passado, o crescimento da população fora da
força de trabalho foi de 4,9%, o que equivale a uma adição de 170 mil
pessoas. Já a força de trabalho potencial, estatisticamente estável,
variou negativamente 6,4%, ou menos 40 mil pessoas. Esse grupo reúne
aqueles que não estavam ocupados nem procuravam uma vaga no
mercado, mas tinham potencial para se transformarem em força de
trabalho. No mesmo período, 5 mil pessoas ingressaram no contingente
de desalentados.

Rendimento fica estável frente ao trimestre encerrado em dezembro
O rendimento médio real foi estimado em R$ 1.738, estável (-3,5%) em
relação ao trimestre encerrado em dezembro. “De modo geral, quando a
participação dos trabalhadores formais aumenta, o rendimento médio da
população ocupada acompanha a variação, entretanto, tem-se no Ceará
mais da metade das pessoas ocupadas em empregos informais”, explica
o supervisor. Na comparação com o trimestre encerrado em março do
ano passado, a variação do rendimento médio foi (-9,2%).

A massa de rendimento mostrou-se estatisticamente estável frente ao
trimestre anterior. Ela foi estimada em R$ 5,7 bilhões, ficando estável
também na comparação com o mesmo período do ano anterior.

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.

0 Compart.
Twittar
Compartilhar
Compartilhar