Lula repercute decisão da ONU: “mostrou a pouca vergonha que foi feita contra mim”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje que o reconhecimento da ONU de que ele foi vítima de julgamento parcial e teve direitos políticos e civis desrespeitados confirma que as acusações contra ele eram mentiras para levá-lo à prisão e impedir a candidatura em 2018.
“A decisão da ONU mostrou a falácia contra mim, a decisão de não me deixar ser candidato, a decisão de me prender. A ONU deu um chute nisso e mostrou a pouca vergonha que foi feita para evitar que eu fosse presidente da República em 2018”, afirmou em entrevista ao vivo à Rádio Jornal, de Pernambuco, na manhã de hoje (29).
Lula disse que seus acusadores induziram a imprensa brasileira a acreditar em mentiras e defendeu que em 2022 as eleições sejam democráticas, diferentemente do que aconteceu há quatro anos.
“Eu agora não tenho que provar mais nada. Quem tem que provar é quem foi mentiroso e me acusou. Esse pessoal que me acusou induziu a imprensa brasileira a acreditar nas mentiras do Moro, nas mentiras do Dallagnol. Eu estou muito tranquilo. Quem tem que me pedir desculpas é quem me acusou falsamente, é quem mentiu a meu respeito, é quem foi leviano comigo”.
A ONU anunciou ontem que seu Comitê de Direitos Humanos reconheceu que o ex-presidente sofreu violações grosseiras nas ações da Lava Jato, com julgamento parcial e incompatível com os padrões nacionais e internacionais do direito.
O organismo internacional acolheu fundamentos de comunicado dos advogados do ex-presidente e reconheceu que as ações do ex-juiz Sergio Moro para tentar incriminá-lo violaram os artigos 9, 14, 17 e 25 do Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, que tratam do direito de todo e qualquer cidadão a um julgamento justo e imparcial, à privacidade e a ter os direitos políticos respeitados.
A ONU determinou que o governo brasileiro dê publicidade à decisão e adote medidas para reparar os danos causados e para evitar que episódios voltem a acontecer contra o ex-presidente e contra qualquer outro cidadão brasileiro. O governo brasileiro tem 180 dias para responder ao organismo internacional que medidas adotará para cumprir a decisão.