Estudo experimental traz novas desagregações para dados de nascimentos e óbitos

  • Técnica de Captura-Recaptura utiliza bases do IBGE e do Ministério da Saúde para apresentar novas desagregações das estimativas de nascimentos e óbitos no Brasil.
  • Dados das Estatísticas do Registro Civil, do IBGE, e do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, são pareadas e harmonizadas para aplicação da técnica.
  • Resultados mostram evolução e melhora do indicador de sub-registro/subnotificação.
  • Harmonização das duas bases é uma recomendação da ONU para os sistemas de estatísticas vitais.
Técnica de Captura-Recaptura utiliza bases do IBGE e do Ministério da Saúde para novas desagregações de nascimentos e óbitos – Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Uma estimativa mais refinada dos eventos vitais: é o que nos apresenta o Estudo de Captura-Recaptura: Estimativas desagregadas dos totais de nascidos vivos e óbitos 2016-2019, divulgado hoje (6) pelo IBGE sob o selo de Estatísticas Experimentais.

A técnica de Captura-Recaptura vem sendo utilizada para calcular as estimativas dos totais dos eventos vitais (nascimentos e óbitos) e seus sub-registros, com base nas Estatísticas do Registro Civil, do IBGE, e as subnotificações, com base no Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC) e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde.

“Trata-se de um trabalho técnico de pareamento e harmonização das duas bases de dados. O avanço metodológico refletido neste estudo é a geração de indicadores de nascimentos e óbitos desagregados por novas variáveis. Como é uma novidade, os resultados serão primeiramente divulgados como Estatística Experimental”, explica o tecnologista da gerência de Estatística e Tecnologia do IBGE, Luiz Fernando Costa.

A previsão é que os dados atualizados para 2020, ainda sob o selo experimental, sejam divulgados em 2022, juntamente com as Estatísticas do Registro Civil.

Indicadores experimentais do estudo

Nascimentos:
– Unidade da Federação de residência da mãe;
– Idade da mãe;
– Local do nascimento;
– Percentual da população municipal de mulheres de 25 a 39 anos de idade que completaram o ensino médio;
– Densidade populacional do município.

Óbitos:
– Unidade da Federação de residência do falecido;
– Sexo e grupos de idade do falecido;
– Local de ocorrência do óbito;
– Causa da morte;
– Percentual da população municipal de 25 a 39 anos de idade que completaram o ensino médio;
– Densidade populacional do município.

“Foi possível observar, em todas as desagregações, evolução e melhora do indicador de sub-registro/subnotificação. Ou seja, com o passar do tempo, o indicador vem apresentando tendência de queda, evidenciando o desenvolvimento e evolução das bases de dados, seja em relação à cobertura, seja no que diz respeito à qualidade das informações”, analisa Costa

Histórico

Desde 1974, o IBGE é responsável pela coleta das informações sobre nascidos vivos, casamentos, óbitos e óbitos fetais informados pelos Cartórios de Registro Civil de Pessoas Naturais.

Além disso, de acordo com as recomendações propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU), um Sistema Nacional de Estatísticas Vitais bem consolidado abrange ainda os registros administrativos da área da saúde sobre nascimentos e óbitos, como observamos no Sinasc e no SIM.

“As Estatísticas Vitais são fundamentais para o entendimento da dinâmica demográfica brasileira, sua evolução no tempo e as mudanças de comportamento da sociedade”, contextualiza Costa.

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