A Ciência precisa se comunicar melhor com a sociedade para fazer frente às fake news e negacionismo

Nova edição da Revista O Biólogo destaca como a divulgação científica passou a ter um papel vital

Não bastasse a crise sanitária, enfrentamos um outro tipo de pandemia, a das informações inverídicas sobre a Ciência, que servem como combustível para movimentos negacionistas. Neste contexto, a difusão científica passou a ter um papel literalmente vital, que é discutido em profundidade na recém-lançada edição da tradicional revista O Biólogo, do Conselho Regional de Biologia da 1ª Região (CRBio-01).

Nunca se falou tanto em Ciência. E nunca se negou tanto o conhecimento científico. A eclosão da pandemia de Covid-19 há dois anos – um dos eventos mais notáveis da história recente da humanidade, que já causou a morte de cerca de 6 milhões de pessoas no mundo, inclusive cerca de 650 mil no Brasil – trouxe a Ciência para o centro do debate.

Ao mesmo tempo, o surgimento de um movimento mundial negacionista, com expressiva base de apoio no nosso país, em particular a mobilização contra a vacina para a Covid-19, jogou luz sobre um dos “calcanhares de Aquiles” da Ciência e da Biologia: a dificuldade de comunicar os conhecimentos para a sociedade de forma efetiva.

“No caso das vacinas, há movimentos mundiais contrários fundamentados em teorias da conspiração absurdas. A difusão do conhecimento científico tem importância enorme para o entendimento de questões tão complexas como uma pandemia ou o funcionamento das vacinas”, ressalta a Dra. Iracema Schoenlein-Crusius, presidente do CRBio-01 e pesquisadora científica do Instituto de Pesquisas Ambientais (IPA) de São Paulo.

Na reportagem da revista, o Dr. João Feijão, presidente da Associação dos Pesquisadores Científicos do Estado de São Paulo (APqC), relata o crescente entendimento entre pesquisadores sobre a necessidade da comunicação com a sociedade, apesar de ainda haver resistências.

A Profª. Dra. Sabine Righetti, pesquisadora do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor) da Unicamp, analisa na matéria a “briga” entre o jornalismo científico e as fake news.

A reportagem apresenta trabalhos relevantes de difusão de informações da Ciência por meio de extensão universitária, ONGs, publicação de e-books gratuitos, atividades em escolas, museus e sindicatos, treinamento de professores e consultoria para licenciamento ambiental.

A edição também mostra como a tecnologia digital, a mesma que cria condições para a proliferação das fake news, vem sendo utilizada de forma positiva para a divulgação científica e educação ambiental.

Henrique Abrahão Charles, professor do ensino fundamental e analista ambiental em Macaé (RJ), tem mais de 420 mil inscritos em seu canal de YouTube “Biólogo Henrique: o Biólogo das Cobras”.

Fabiano Soares, o “Biólogo Zero”, empreendedor em Porto Alegre (RS), produz vídeos sobre pragas urbanas e posta no Instagram, TikTok e Youtube.

Gabriel Annunciato, estudante de Biologia, mantém um perfil de divulgação científica no Instagram, alimentado por seus vídeos e fotos sobre insetos, animais e plantas.

Uma escola em São Paulo (SP), diante das restrições a aulas presenciais durante a pandemia, criou uma linha de cursos online para o ensino de Botânica para o público em geral.

startup da Dra. Mayla Valenti desenvolveu o BoRa, um aplicativo para celular que potencializa a experiência de visitantes em zoológicos, parques, aquários, jardins botânicos e trilhas.

A versão virtual da edição no 59 de O Biólogo pode ser acessada pelo link https://bit.ly/3K0YGI2

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