Ampliar e fortalecer o protagonismo social continua sendo a meta da Fundação Alphaville em 2022 e o Ceará faz parte da agenda

Integrantes do Programa Jovem Sustentável – Cidadania Digital, em Eusébio – Crédito: Fundação Alphaville

Além da continuidade de ações já estabelecidas, a programação da instituição contempla novos projetos junto às comunidades atendidas em diferentes regiões do país

A implantação da coleta seletiva municipal que reordenou a forma do descarte e recolha do lixo em Eusébio, proporcionou nova possibilidade de geração de renda aos catadores de materiais recicláveis do município. Paralelamente, o Programa Jovem Sustentável – Cidadania Digital (PJS), com oferta de formação profissionalizante a meninos e meninas entre 11 e 17 anos, unindo o ensino de conteúdos do pacote office e outras ferramentas à competências socioemocionais, informações culturais e de educação ambiental, tem transformado a realidade da juventude do  município, especialmente a que vive em situação sócioeconômica desfavorável.

Nessas duas ações – iniciativas da Fundação Alphaville e realizadas em parceria com o poder público da cidade – o principal ponto de convergência é a participação direta da população no apontamento e definição das demandas prioritárias da comunidade. O mesmo ocorreu com o programa de certificação de produtores orgânicos no município de Camaçari/BA, onde a Fundação também atua e foi sinalizada pelos agricultores familiares sobre essa necessidade. Em Guarapari/ES, os encontros entre a população e líderes comunitários do bairro Jabaraí, colaboradores e gestores do projeto Convivência que Constrói, comandado pela Fundação Alphaville, mostrou que a prioridade ali era a instalação de uma lixeira pública e de uma cobertura de ponto de ônibus.

A presença ativa da sociedade nas ações da Fundação não é casual. De acordo com Ricardo Benitez, especialista de Sustentabilidade da instituição, os projetos da entidade priorizam o protagonismo dos moradores em todo o processo de realização. “São as pessoas do local que sabem dizer as necessidades do bairro e o envolvimento da comunidade nas soluções é o que chancela a legitimidade, promove a identidade e garante a continuidade das ações em médio e longo prazo”, explica Benitez.

Em São Paulo, onde fica a sede administrativa da Fundação Alphaville, programas como o Edital PerifaSul levou capacitações, mentoria e formação de rede para regiões vulneráveis social e economicamente, localizadas no Sul da capital paulista. Mais recentemente, a entidade se tornou apoiadora do Movimento Regenerativo Tempo de Plantar, em Votorantim/SP, voltado a ações de sustentablidade ambiental.

O conceito do protagonismo social encampado e defendido pela Fundação desde sua criação, há 21 anos, vai além de dar voz e visibilidade aos grupos populacionais muitas vezes esquecidos pelo poder público. A ideia central é colocar nas mãos dessas pessoas o poder de transformar seus ambientes de vivências comuns e, com isso, fortificar a responsabilidade comunitária em torno do que criam e transformam. “Sempre que a Fundação inicia um novo trabalho, há um longo período de tempo dedicado à compreensão do território em questão e os resultados sempre são construídos coletivamente”, destaca o especialista. “Nossa intenção é a de mostrar à comunidade que, junta, pode mobilizar grandes conquistas”, completa.

Conscientizar para mudar

Todas as intervenções sociais implementadas pela Fundação Alphaville envolvem atividades colaborativas entre os técnicos da instituição, sociedade civil, poder público e sociedade civil, com recorte especial para a população da região de trabalho. Ricardo Benitez ressalta que esse formato de atuação vem do entendimento que a instituição tem de que as cidades são feitas pelas pessoas, que não somente conhecem os problemas cotidianos, como as soluções mais eficazes. “Optamos sempre por um processo democrático na aplicação de nossa metodologia que, num primeiro momento, dissolve as naturais resistências quando as pessoas percebem que têm voz ativa naquela causa. Num segundo momento, conseguimos, dessa forma, resultados mais assertivos”, fala Benitez.

O cronograma de atividades da entidade para 2022 é amplo. Para o Ceará, está previsto o projeto Se Essa Tela Fosse Minha – em homologação pela Lei Rouanet -, para formação de jovens em produção audiovisual. Em Guarapari/ES, está em processo de finalização o projeto de implantação de um jardim de chuva – sistema que vai contribuir com a redução de enchentes -, e a solidificação do projeto Salvamar, de reciclagem de óleo das embarcações. Para Camaçari/BA, o planejamento inclui a conclusão da fase de formação de agricultores familiares na produção orgânica e a retomada do Programa Jovem Sustentável, que também será implantado nas cidades de Aparecida de Goiânia e Trindade/GO. Em São Paulo, está em estruturação o LIGA, edital de formação para organizações de base na cidade, com o objetivo de desenvolver ações em suas comunidades.

“Nossa experiência tem mostrado que a união da iniciativa privada com o setor público tem enorme potencial para transformar realidades sociais desfavoráveis, ao mesmo tempo em que promove desenvolvimento técnico e humano que impactam toda uma comunidade. Somente assim conseguimos atingir nossa missão, que é a de contribuir com cidades mais justas e mais resilientes em todo o país”, pontua Fernanda Toledo, diretora executiva da Fundação Alphaville.

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