Cinco maneiras de usar a nota do Enem
Bons resultados no exame podem ser usados para programas do governo e seleção em universidades brasileiras e estrangeiras
Depois de muito esforço e dedicação, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) divulgou os resultados do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2021. Com a nota alcançada, estudantes de todo o Brasil podem se beneficiar de programas de incentivo à Educação do governo federal e até concorrer a vagas em universidades estrangeiras.
Seja para conseguir descontos em instituições privadas de ensino superior, ou para garantir uma graduação fora do país, é preciso ficar atento aos prazos e regras de cada objetivo. Para o coordenador do Ensino Médio do Sistema Positivo de Ensino, Wilson Galvão, a nota do Enem é fonte de muitas oportunidades. “Muitos estudantes do Ensino Médio focam sua preparação para passar no vestibular, mas o que eles precisam saber é que o Enem proporciona ainda mais possibilidades”, explica.
Prouni
Criado pelo Ministério da Educação (MEC) em 2004, o Programa Universidade para Todos (Prouni) é uma parceria com faculdades particulares para oferecer bolsas de estudo. Há bolsas integrais e parciais. O Prouni é exclusivo para estudantes que cursaram todo o Ensino Médio na rede pública ou que tiveram bolsa integral em escolas privadas. Também é preciso ter renda familiar per capita de, no máximo, três salários mínimos (ou seja, R$ 3.636).
Na modalidade integral de bolsas, a renda per capita mensal da família deve ser de até 1,5 salário mínimo, o que corresponde a R$ 1.818. Já na modalidade parcial, em que o aluno tem 50% de desconto no valor da mensalidade, essa renda deve ser de 1,5 a três salários mínimos. As inscrições para o programa vão de 22 a 25 de fevereiro, diretamente no site do Prouni.
SiSU
Bastante conhecido, o Sistema de Seleção Unificada (SiSU) existe desde 2010 e é uma forma de conseguir vagas nas universidades públicas brasileiras. Quem faz essa seleção é o próprio Ministério da Educação (MEC). Cada curso, em cada instituição, tem uma nota de corte específica e, para concorrer a uma vaga, é preciso ter alcançado a nota de corte do curso e universidade escolhidos.
Outra exigência do SiSU é que a nota da redação do Enem 2021 tenha sido maior que zero. Além disso, o estudante deve ter feito o exame para valer, e não como “treineiro”. O SiSU recebe inscrições a partir do dia 15 de fevereiro, diretamente pelo site.
Fies
Mais conhecido como Fies, o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior foi criado em 1999, como um meio de ampliar o acesso às universidades. O programa assume parte das mensalidades de instituições privadas ao longo do curso e o estudante só precisa quitar os valores depois de terminar o curso. Qualquer estudante que tenha prestado o Enem a partir de 2010 pode se inscrever no Fies, desde que tenha obtido nota mínima de 450 em todas as cinco áreas do conhecimento e não tenha zerado a redação. A renda familiar mensal per capita deve ser de, no máximo, três salários mínimos, ou R$ 3.636.
Os juros são baixos e variam de acordo com a renda familiar do estudante, com crédito total que vai de 50% a 100% do valor da mensalidade. Para esse primeiro semestre de 2022, o Fies tem 111 mil vagas. As inscrições vão de 8 a 11 de março, no Portal do Fies.
Descontos
Mas a nota do Enem não serve apenas para que o estudante se candidate a vagas pelos programas do governo. Atualmente, muitas universidades particulares aceitam o resultado do exame como critério de seleção para seus cursos, enquanto outras oferecem descontos de acordo com a média atingida.
Nesse caso, como são muitas as instituições espalhadas pelo Brasil que trabalham com a nota do Enem, o candidato precisa entrar em contato diretamente com a faculdade desejada para se informar sobre suas regras e exigências específicas.
Universidades estrangeiras
Por fim, faz alguns anos que universidades estrangeiras, localizadas em diversos países, passaram a considerar a nota do Enem nos processos seletivos. A partir de acordos de colaboração entre o Ministério da Educação brasileiro e essas instituições, o sonho de cursar uma graduação no exterior ficou mais próximo para milhares de estudantes.
São países como a França, Canadá, Portugal, entre outros. Em alguns casos, não é preciso sequer fazer provas de admissão, enquanto, em outros, o estudante precisa obrigatoriamente passar por essa fase. “Na Europa, destaca-se a Universidade de Coimbra, em Portugal. Desde 2014, há um acordo de cooperação internacional entre o Inep e as instituições de ensino portuguesas, que garantem o convênio de mais de 50 faculdades entre Brasil e Portugal. Na América do Norte também há instituições nos Estados Unidos e no Canadá”, ressalta Galvão. Assim como acontece com os descontos nas faculdades particulares brasileiras, o ideal é que o candidato entre em contato com a instituição escolhida para se informar sobre prazos e regras.