Fuja para as montanhas: 10 refúgios para conhecer nas férias

As montanhas são os ecossistemas terrestres mais ricos do planeta, com grande biodiversidade de fauna e flora; ainda é preciso consciencializar a população para a importância da sua preservação

Fonte: Pixabay

Montanhas e morros abrigam 15% da população mundial e cerca de 915 milhões de pessoas dependem das montanhas para garantir o seu sustento. Embora o Brasil seja reconhecido internacionalmente por suas praias, quem quiser aproveitar as férias de verão de forma diferente tem a possibilidade explorar diversos destinos e altitudes. Passeios de montanha não são só para os alpinistas, há opções para vários perfis de viajantes.

Segundo a ONU, 22% da superfície terrestre é coberta por montanhas, que têm papel importante para o crescimento econômico sustentável. Estudos apontam que as regiões montanhosas hospedam mais de um quarto das plantas e animais terrestres e 30% das principais áreas de biodiversidade, sobretudo por serem ambientes resilientes. “O relevo acidentado e íngreme dificulta atividades humanas, que ficam restritas às áreas mais planas”, diz o pesquisador Roberto Fusco, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN).

Mais da metade da população do planeta depende dessas áreas para sobreviver. As montanhas fornecem principalmente água doce, energia renovável e alimentos, recursos que estarão cada vez mais escassos nas próximas décadas. A destruição e degradação dessas paisagens têm aumentado consideravelmente, devido à pressão humana, de forma direta e indireta. A ONU destaca que uma entre três pessoas que moram em regiões montanhosas em países em desenvolvimento enfrenta isolamento e insegurança alimentar.

“Embora o terreno acidentado traga obstáculos para atividades humanas, as diferentes altitudes em uma região montanhosa possibilitam o desenvolvimento de flora e fauna diversificada, enriquecendo a biodiversidade. Além dos serviços ambientais prestados, os ecossistemas de montanha também têm potencial para contribuir com o desenvolvimento socioeconômico. Em regiões montanhosas, a atividade turística pode impulsionar o crescimento local, considerando ainda que a sustentabilidade das montanhas depende de que seu entorno e paisagens sejam preservados”, diz Emerson Oliveira, gerente de Conservação da Biodiversidade da Fundação Grupo Boticário.

Dicas

Antes de visitar uma região serrana ou montanha, busque informações detalhadas sobre seu percurso, nível de dificuldade, necessidade de acompanhamento de guia e equipamentos exigidos e aconselhados. Preste atenção na vestimenta e nos calçados para evitar quedas e proteger o corpo de arranhões e picadas de insetos. Não esqueça da água e de alimentos para o caminho, lembrando sempre de descartar o lixo gerado de forma adequada. Há inúmeras opções de trajetos e durações, mas, se você é iniciante na atividade, comece por destinos próximos da sua cidade e de percurso fácil a moderado.

Veja algumas opções de picos e montanhas que podem ser visitados em diferentes partes do Brasil:

Serra do Mar

A Serra do Mar é uma região montanhosa que se estende por aproximadamente 1.500 quilômetros, ao longo do litoral do Sudeste e Sul do Brasil, de Santa Catarina ao Rio de Janeiro. No Rio de Janeiro, estão localizados alguns dos picos mais altos da serra, como o Pico Maior de Friburgo, com 2.366 metros. Ele fica no Parque dos Três Picos, o maior parque estadual do Estado.

Pico das Agulhas Negras e Prateleiras (Parque Nacional do Itatiaia)

O Parque Nacional do Itatiaia foi o primeiro parque nacional do Brasil. Lá estão o Pico das Agulhas Negras (o quinto ponto mais alto do país, com cerca de 2.790 metros de altitude) e o Maciço ou Pico das Prateleiras (com aproximadamente 2.540 metros de altitude). São dois dos melhores pontos do Brasil para praticar atividades de aventura como escaladas e trekking. A trilha do Pico das Prateleiras é considerada mais fácil, sendo dez quilômetros em percurso bem demarcado. Já a trilha do Pico das Agulhas Negras tem grau de dificuldade mais elevado, pois contém trechos expostos que exigem o uso de cordas.

Travessia Marins–Itaguaré (Serra da Mantiqueira)

Trekking que liga duas das maiores montanhas da região da Serra da Mantiqueira, o Pico dos Marins (2.420 metros de altitude) e o Pico Itaguaré (2.300 metros de altitude). Tem nível de dificuldade de moderado a difícil. Apesar de ter 15 quilômetros de extensão, a variação de altitude e seu terreno rochoso tornam o percurso lento em alguns trechos.

Monte Roraima (Serra de Pacaraima)

Uma pedra gigante e quadrada em meio à paisagem e repleta de quedas de água. O Monte Roraima é um tepui, um monte em formato de mesa bastante característico da região das Guianas. A montanha ainda guarda no seu interior inúmeras cavernas, que se interligam e formam a maior caverna de quartzo do mundo. A altitude do cume é de 2.810 metros e está localizado na Serra de Pacaraima e na tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.

Conjunto Marumbi (PR)

No coração da Grande Reserva Mata Atlântica, na cidade de Morretes, esta cadeia de montanhas é formada por picos entre 600 e 1.500 metros de altitude. Importante área de conservação ambiental, o Parque Estadual garante vistas para a linha férrea histórica e a baía de Paranaguá. O Morro do Rochedinho está entre os percursos para iniciantes.

Pico do Jaraguá (SP)

O maior da metrópole de São Paulo, o Jaraguá está a 1.132 metros de altitude. A formação rochosa conta com remanescentes da Mata Atlântica e fica numa área preservada da Serra da Cantareira, podendo ser acessada por trilhas que levam a uma vista panorâmica para a cidade paulistana.

Pico da Neblina (AM)

É o pico mais alto do Brasil, a 2.995 metros de altitude. Em Santa Isabel do Rio Negro, nas proximidades com a fronteira da Venezuela, está o pico de rochas cristalinas e sedimentares, localizado no Parque Nacional do Pico da Neblina, que tem acesso a partir da reserva dos índios ianomâmis, parceiros de operadoras de turismo para fazer o percurso guiado.

Pedra da Gávea (RJ)

A montanha dentro da Floresta da Tijuca, no Rio de Janeiro, também ganha um título importante: é o maior bloco de pedra à beira-mar do mundo. Acima de seus 842 metros de altura, é possível ver a orla carioca, as Zonas Sul e Norte, além de outras montanhas da Tijuca. Seu acesso é por uma trilha longa e difícil, exigindo bom condicionamento físico.

Pedra do Baú (São Bento do Sapucaí – SP)

Uma das mais icônicas do estado de São Paulo, a Pedra do Baú fica num trecho da Serra da Mantiqueira, entre São Bento do Sapucaí e Campos do Jordão. Formada por granitos e outros minerais, chega a 340 metros de altura, de onde se avistam até 20 cidades nos arredores. Tudo isso após uma jornada de 6 horas de trilha.

Serra do Rio do Rastro (SC)

 

Localizada no sul de Santa Catarina, a Serra do Rio do Rastro é percorrida por uma estrada cênica, com curvas acentuadas e subida íngreme. A paisagem é marcada por Florestas com Araucárias, cachoeiras, paredões rochosos e cânions. A natureza pode ser explorada em diferentes trilhas.

Sobre a Fundação Grupo Boticário

Com 30 anos de história, a Fundação Grupo Boticário é uma das principais fundações empresariais do Brasil que atuam para proteger a natureza brasileira. A instituição atua para que a conservação da biodiversidade seja priorizada nos negócios e em políticas públicas e apoia ações que aproximem diferentes atores e mecanismos em busca de soluções para os principais desafios ambientais, sociais e econômicos. Já apoiou cerca de 1.600 iniciativas em todos os biomas no país. Protege duas áreas de Mata Atlântica e Cerrado – os biomas mais ameaçados do Brasil –, somando 11 mil hectares, o equivalente a 70 Parques do Ibirapuera. Com mais de 1,2 milhão de seguidores nas redes sociais, busca também aproximar a natureza do cotidiano das pessoas. A Fundação é fruto da inspiração de Miguel Krigsner, fundador de O Boticário e atual presidente do Conselho de Administração do Grupo Boticário. A instituição foi criada em 1990, dois anos antes da Rio-92 ou Cúpula da Terra, evento que foi um marco para a conservação ambiental mundial.

 

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