Conheça os vencedores do Prêmio Rodrigo 2021

Dez ações serão premiadas com o valor de R$ 20 mil e duas serão reconhecidas com menção honrosa

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) divulgou, nesta sexta-feira (10), o resultado final da 34ª edição do Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade. As ações vencedoras envolvem temas relacionados à memória, gestão do patrimônio, difusão e valorização do saber popular, dentre outros voltados para a preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural do Brasil.

Os contemplados são dos estados do Maranhão, Mato Grosso, Minas Gerais, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Dez das ações selecionadas receberão o valor de R$ 20 mil. Outras duas serão reconhecidas com menções honrosas, com certificado e selo do Prêmio Rodrigo 2021.

Com a conclusão dos recursos contra o resultado provisório da etapa nacional, ficou definida a lista final de vencedores. A escolha dos premiados considerou aspectos como originalidade, vulto e caráter exemplar de cada ação candidata.

“São iniciativas que ajudam a fortalecer e manter vivas a nossa história, memória e cultura. Parabéns a todos os vencedores!”, cumprimenta a presidente do Iphan, Larissa Peixoto.

“É com grande alegria que anunciamos o resultado do Prêmio. Há mais de 30 anos, o concurso reconhece iniciativas de excelência, ao mesmo tempo em que permite conhecer as diversas nuances da cultura brasileira”, destaca o diretor do Departamento de Cooperação e Fomento do Iphan, Tassos Lycurgo. 

Confira as ações vencedoras do 34º Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade:

CATEGORIA 1 –  Iniciativas de excelência na integração entre as dimensões material e imaterial do patrimônio cultural – com resultados no ano de 2019 e 2020

Construindo o Museu que eu quero – Santa Catarina (SC)

Ação educativa que busca fortalecer a conexão do Museu Antonio Selistre de Campos, em Chapecó (SC), com a sociedade. É focada em ouvir o público infantil, o que mais visita o local. A ideia é tornar a história mais próxima da vida cotidiana das crianças, possibilitando a compreensão e identificação com os aspectos culturais dos povos que formaram a região.

Feira da Mandioca de Imbituba – Santa Catarina (SC)

A iniciativa envolve a proteção e salvaguarda do patrimônio material e imaterial presente no Sistema Agrícola e Pesqueiro Tradicional dos Areais da Ribanceira (Saptar), em Imbituba (SC). A feira proporciona um espaço para capacitação, entretenimento e comércio.  Os produtos oferecidos são fruto da integração e relação dos saberes e fazeres, presentes nas práticas agrícolas e pesqueiras em diversos campos:na gastronomia, no artesanato, na religiosidade e nas manifestações artísticas do Saptar.

Musealização da Cultura Material e Imaterial do Antigo Povoado Zabelê – Piauí (PI)

A ação tem o objetivo de coletar, pesquisar, salvaguardar e comunicar a memória e a cultura do antigo povoado Zabelê, localizado no atual Parque Nacional Serra da Capivara (PI). Reúne registros da cultura material e imaterial produzidos pelos moradores num centro de memória nomeado Museu Zabelê (Muzab).

Oficina Modos de Fazer Viola de Cocho – Mestre Alexandre – Mato Grosso (MT)

A iniciativa ensina as principais técnicas, ferramentas e materiais utilizados na construção de instrumentos tradicionais como a viola-de-cocho, mocho e ganzá, presentes nas principais manifestações culturais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Possibilita a compreensão acerca dos fazeres e usos desses instrumentos na construção da identidade cultural pantaneira.

Capelinha de São Benedito – Maranhão (MA)

A ação tem como foco a salvaguarda das manifestações culturais maranhenses, desenvolvidas a partir da revitalização da Praça da Faustina e da construção da Capelinha de São Benedito, localizadas no Centro Histórico de São Luís (MA). Ponto de referência da cultura popular do Maranhão, o local é fonte de difusão do Tambor de Crioula e de atividades que reúnem grupos artísticos locais, turistas, moradores e a comunidade para celebrar a tradição local.

Plano de Gestão do Patrimônio Cultural de Ilhabela – São Paulo (SP) (Menção honrosa) 

A iniciativa é voltada para o desenvolvimento de projetos e ações na pesquisa, proteção e promoção do patrimônio material e imaterial. Possibilita a instrumentalização do poder público para a gestão de seu patrimônio. Envolve a realização de inventários, organização de acervo, ações de Educação Patrimonial, divulgação do patrimônio local e elaboração de norma jurídica na área.

CATEGORIA 2 Iniciativas de excelência na preservação e salvaguarda do patrimônio cultural adaptadas ao contexto da pandemia – com resultados no ano de 2020

Conservação! Videoaulas Atecor – Santa Catarina (SC)

A proposta oferece, por meio das redes sociais, capacitação em conservação de acervos para profissionais que atuam em museus, arquivos, memoriais, bibliotecas e outras instituições semelhantes. O conteúdo é disponibilizado online e gratuitamente, promovendo o distanciamento social ao mesmo tempo em que contribui com a preservação do Patrimônio Cultural catarinense e brasileiro.

Reinado de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia em Santo Antônio do Monte (MG), em 2020, adaptado ao formato de lives – Minas Gerais (MG)

Por meio de ferramentas online, a ação dá continuidade ao Reinado de Nossa Senhora do Rosário, São Benedito e Santa Efigênia, festa tradicional em Santo Antônio do Monte (MG). A iniciativa adaptou os ritos da celebração antes realizados nas ruas, igrejas, bares e residências para um formato que atendeu às normas sanitárias, sem causar prejuízo à festividade.

Patrimônio Cultural e Turismo de Base Comunitária (TBC) – a metodologia do Projeto Tekoá Pirá para a preservação da cultura tradicional da Ilha – Santa Catarina (SC)

Propõe metodologia a partir do Turismo de Base Comunitária para preservação cultural e ambiental do território. O objetivo é permitir a continuidade da salvaguarda participativa da Pesca Artesanal da tainha no Campeche, em Florianópolis (SC), durante o período de isolamento social. 

Arquitetura Neocolonial em Santa Catarina: do erudito ao popular – Santa Catarina (SC)

A iniciativa desenvolve material técnico acerca da produção da arquitetura neocolonial e seus impactos na construção da identidade das cidades de Santa Catarina (SC). O trabalho considera a popularização desse estilo em todo o estado, tendo como área de inventário piloto a capital Florianópolis.

Festa de Sant’Ana de Caicó – Patrimônio Cultural Brasileiro – Rio Grande do Norte (RN)

O Fórum “Festa de Sant’Ana de Caicó – Patrimônio Cultural do Brasil” reuniu gestores, pesquisadores e comunidades para debater a relevância da celebração potiguar registrada como Patrimônio Cultural do Brasil. Realizado por meio de plataforma virtual, o evento promoveu o debate em torno do que é patrimônio imaterial e a importância do envolvimento da sociedade nas ações de salvaguarda.

Canteiro Aberto EnCena – Theatro Sete de Abril – Rio Grande do Sul (RS) (Menção honrosa)

A iniciativa buscou integrar a comunidade de Pelotas (RS) no restauro do Theatro Sete de Abril, um dos mais antigos em funcionamento no país. Teve como objetivo a participação ativa da sociedade na preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural. Por meio de apresentações online envolvendo arte, expressões culturais e tradicionais da região, movimentou e democratizou a cena cultural em meio à pandemia de covid-19.

O Prêmio Rodrigo

O Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade reconhece ações de preservação e salvaguarda do Patrimônio Cultural brasileiro. É realizado desde 1987 e se consolidou como o principal concurso do país voltado para a valorização do Patrimônio Cultural. Em sua 34ª edição, o prêmio faz homenagem ao Patrimônio Cultural do Nordeste, mas contempla propostas de todo o território nacional. O edital deste ano premia ações que se adaptaram ao contexto da pandemia. Além disso, os conceitos de patrimônio material e imaterial foram integrados em uma única categoria.

Histórico do Prêmio

O nome do Prêmio é uma homenagem ao advogado, jornalista e escritor Rodrigo Melo Franco de Andrade, nascido em 1898, em Belo Horizonte (MG). Entre 1934 e 1945, período em que Gustavo Capanema era ministro da Educação, Rodrigo integrou o grupo formado por intelectuais e artistas herdeiros dos ideais da Semana de 1922, quando se tornou o maior responsável pela consolidação jurídica do tema Patrimônio Cultural no Brasil. Em 1937 esteve à frente da criação do Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Iphan, que presidiu por 30 anos.

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