Monitor de Secas registra intensificação do fenômeno na BA, PE, PI e RN em setembro. Seca tem abrandamento no Maranhão e fica estável em AL, CE, PB e SE

Áreas com seca avançaram em Alagoas e Pernambuco. Maranhão foi o único estado com recuo da área com o fenômeno. Nos outros sete estados da região, as áreas com seca permaneceram estáveis em relação a agosto

No Nordeste aconteceu o avanço da seca grave na Bahia, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte em setembro, devido à piora nos indicadores do fenômeno, segundo a última atualização do Monitor de Secas de setembro. Por outro lado, no Maranhão houve recuo da seca fraca no norte e da seca moderada no oeste em função das chuvas acima da média nos últimos meses.

Na comparação entre agosto e setembro, Alagoas teve a permanência da severidade do fenômeno. O território alagoano segue com seca grave, moderada e fraca respectivamente em cerca de 17% e 28% do estado. Já a área com seca fraca subiu de 11% para 19% no período. Alagoas também registrou em setembro o menor percentual de área livre de seca entre os estados do Nordeste e entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor de Secas: 36%.

Em setembro, a área com seca grave na Bahia passou de 5% a 10% do estado em comparação a agosto. Desde março deste ano, 100% da Bahia passa por seca. Em setembro a Bahia teve a 3ª maior área total com seca entre as 21 unidades da Federação acompanhadas pelo Monitor: 567 mil km². Apenas Mato Grosso e Minas Gerais tiveram uma área maior com a presença do fenômeno.

Segundo o Monitor de Secas, em setembro o Ceará seguiu com o fenômeno em 100% de seu território, o que acontece desde fevereiro deste ano. Em termos de severidade, a situação permanece estável com cerca de 60% do estado com seca moderada e 40% com seca fraca – os dois tipos menos severos da escala do Monitor. Entre julho e setembro o estado passa pela maior severidade do fenômeno Ceará desde janeiro de 2020, quando 28% de seu território registrou seca grave.

 

Entre agosto e setembro, a área total com seca no Maranhão teve um leve recuo, passando de 69% para 66% do estado. Em termos de severidade, o fenômeno teve um abrandamento com a leve redução da área com seca moderada, que caiu 41% para 36% do território maranhense. Já a seca fraca foi registrada em 30% do estado. Com os demais 34% de sua área livres do fenômeno, o Maranhão teve a condição de seca menos severa do Nordeste em setembro. Em setembro somente o estado e o Ceará não tiveram registro de seca grave.

 

No caso da Paraíba, a área total com seca permaneceu em 100% do estado em setembro – condição registrada desde junho. Entre agosto e setembro, o Monitor verificou uma estabilidade das áreas com seca fraca (38% do território paraibano), moderada (35%) e grave (27%). Essa permanece sendo a condição mais severa do fenômeno no território paraibano desde fevereiro de 2020, quando 46% do estado passaram por seca grave.

 

Pernambuco, entre agosto e setembro, teve a intensificação da seca com o aumento da área com seca grave, que avançou de 1% para 7% do estado. A seca fraca e a moderada foram registradas respectivamente em 27% e 59% do território pernambucano, enquanto 7% do estado ficou livre do fenômeno. Essa é a condição mais severa da seca no estado desde fevereiro de 2020, quando houve seca grave em 36% de Pernambuco. Em termos de área total com o fenômeno entre agosto e setembro, houve um avanço de 88% para 93% do território pernambucano.

 

No Piauí a área livre de seca permaneceu no patamar de 15% de seu território entre agosto e setembro. Com isso, a área total com seca se manteve em 85% do estado. Nesse período, em termos de severidade, houve intensificação do fenômeno com o aumento da área de seca grave de 9% para 21% do território piauiense. A condição do fenômeno verificada em setembro foi a mais severa no estado desde fevereiro de 2020, quando 29% do território piauiense passou por seca grave.

 

Entre agosto e setembro, o Rio Grande do Norte teve um agravamento da seca com o aumento da área com seca grave, que subiu de 52% para 62% do estado – pior condição dentre os estados nordestinos. Esta é a condição mais severa no território potiguar desde janeiro de 2019, quando 12% do Rio Grande do Norte passou por seca extrema, que é a segunda mais severa na escala do Monitor. Desde dezembro de 2020, é registrada seca em 100% do território potiguar.

 

Em setembro foi observada a estabilidade da seca em Sergipe em comparação a agosto. Nesse período, as áreas com seca fraca, moderada e grave permaneceram respectivamente em 53%, 15% e 32% do estado. Essa condição do fenômeno em Sergipe, registrada entre agosto e setembro, é a mais branda desde janeiro deste ano, quando 22% do estado passou por seca grave. Há um ano, desde outubro de 2020, Sergipe registra seca em 100% do seu território.

Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, o Nordeste teve a melhor condição em termos de severidade do fenômeno em setembro, já que foi a única a não ter registro de seca extrema ou excepcional – as duas mais severas identificadas pelo Monitor. Além disso, o Nordeste teve o maior percentual de território livre de seca: 11%. O Sul teve a segunda menor severidade do fenômeno no período, com 3% de seca extrema. As condições mais severas foram registradas no Sudeste e no Centro-Oeste, que tiveram respectivamente 8% e 1% de áreas com seca excepcional – a mais severa.

Em setembro deste ano, em comparação a agosto, em termos de severidade da seca, 13 estados tiveram uma intensificação da severidade do fenômeno em setembro: Bahia, Goiás, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo e Tocantins. No caso do Distrito Federal, a seca voltou a ser registrada, o que não acontecia desde janeiro deste ano. Assim, pela primeira vez, todas as 21 unidades da Federação monitoradas registraram o fenômeno simultaneamente.

No sentido oposto, dois estados tiveram um abrandamento da seca no período: Maranhão e Santa Catarina. Em outros cinco estados, sobretudo do Nordeste, a severidade do fenômeno se manteve estável: Alagoas, Ceará, Paraíba, Paraná e Sergipe. Considerando as quatro regiões acompanhadas pelo Monitor de Secas, a maior severidade observada em setembro aconteceu no Sudeste, que registrou 8% de seca excepcional – a mais severa da escala do Monitor. No sentido oposto, o Nordeste teve a menor severidade de setembro e foi a única região a não ter registro de seca extrema ou seca excepcional.

Entre agosto e setembro, além do surgimento da seca no Distrito Federal, outras três unidades da Federação registraram expansão da área com seca: Alagoas, Pernambuco e Goiás. Por outro lado, a área com o fenômeno diminuiu em outros dois estados: Maranhão e Mato Grosso. Nos demais 15 estados não houve variação do território com seca (Bahia, Ceará, Espírito Santo, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins).

Considerando o recorte por região, o Centro-Oeste teve uma redução da área com seca de 99% para 91%, devido ao recuo significativo da seca fraca em parte do norte de Mato Grosso, que ficou livre de seca. Já no Nordeste, Sudeste e Sul o território com o fenômeno se manteve estável.

Em 13 unidades da Federação, 100% de seus territórios registraram seca em setembro: Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins. Os demais oito estados acompanhados pelo Monitor apresentam entre 63,9% e 97,9% de suas áreas com o fenômeno, sendo que para percentuais acima de 99% considera-se a totalidade dos territórios com seca.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

Com base no território de cada unidade da Federação acompanhada, Mato Grosso lidera a área total com seca, seguida por Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul e Goiás.

As cores do gráfico indicam as regiões CENTRO-OESTESUDESTENORDESTESUL e NORTE.

O Monitor realiza o acompanhamento contínuo do grau de severidade das secas no Brasil com base em indicadores do fenômeno e nos impactos causados em curto e/ou longo prazo. Os impactos de curto prazo são para déficits de precipitações recentes até seis meses. Acima desse período, os impactos são de longo prazo. Essa ferramenta vem sendo utilizada para auxiliar a execução de políticas públicas de combate à seca e pode ser acessada tanto pelo site monitordesecas.ana.gov.br quanto pelo aplicativo Monitor de Secas, disponível gratuitamente para dispositivos móveis com os sistemas Android e iOS.

Com uma presença cada vez mais nacional, o Monitor abrange as cinco regiões do Brasil, o que inclui os nove estados do Nordeste, os três do Sul, os quatro do Sudeste, os três do Centro-Oeste com o Distrito Federal, além de Tocantins. O processo de expansão continuará até alcançar todas as 27 unidades da Federação.

O Monitor de Secas é coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), com o apoio da Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME), e desenvolvido conjuntamente com diversas instituições estaduais e federais ligadas às áreas de clima e recursos hídricos, que atuam na autoria e validação dos mapas. As instituições que atuam no Monitor de Secas em seus respectivos estados são as seguintes:

  • ALAGOAS: Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
  • BAHIA: Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (INEMA)
  • CEARÁ: FUNCEME, Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (COGERH) e Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Ceará (EMATERCE)
  • MARANHÃO: Laboratório de Meteorologia do Núcleo Geoambiental da Universidade Estadual do Maranhão (LABMET-UEMA)
  • PARAÍBA: Agência Executiva de Gestão das Águas do Estado da Paraíba (AESA)
  • PERNAMBUCO: Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC), Instituto Agronômico de Pernambuco (IPA) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA)
  • PIAUÍ: Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMAR)
  • RIO GRANDE DO NORTE: Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN) e Secretaria do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)
  • SERGIPE: Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e Sustentabilidade (SEDURBS)

A metodologia do Monitor de Secas, em operação desde 2014, foi baseada no modelo de acompanhamento de secas dos Estados Unidos e do México. O cronograma de atividades inclui as fases de coleta de dados, cálculo dos indicadores de seca, traçado dos rascunhos do Mapa pela equipe de autoria, validação dos estados envolvidos e divulgação da versão final do Mapa do Monitor, que indica a ausência do fenômeno  ou uma seca relativa, significando que as categorias de seca em uma determinada área são estabelecidas em relação ao próprio histórico da região.

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