Vendas via apps, redes sociais e com pagamentos instantâneos tornam Black Friday mais atraente e mais perigosa
A data, que torna cada vez mais popular o comércio online, requer cuidados para evitar prejuízos
A Black Friday vem se popularizando cada vez mais e muitos brasileiros aguardam ansiosamente por suas promoções imperdíveis. Em 2020, primeiro ano da pandemia, as vendas cresceram em 25% e as compras por e-commerce chegaram a 7,3 milhões de consumidores, segundo dados da consultoria Ebit Nielsen. Ou seja, por não poderem sair de suas casas, os consumidores fizeram suas compras via internet e em 2021 essa preferência tende a se repetir.
A tendência desponta no crescimento de ofertas via redes sociais e na quantidade de lojas no Whatsapp, com páginas no Instagram e Facebook, por exemplo. Dados da pesquisa Social Commerce mostram que 74% da população brasileira utiliza as redes sociais para fazer compras.
Mas não foi só a forma de vender que mudou, o modo de pagamento também foi inovado. Em 2020 foi criada uma das ferramentas de pagamento mais utilizadas no Brasil, o PIX. Em um ano de funcionamento, ele já acumula mais de 100 milhões de usuários e, segundo pesquisas do Sebrae, 61% dos brasileiros afirmam ter realizado ou recebido pagamentos pelo sistema. Essa inovação foi feita para facilitar as transações bancárias com depósitos instantâneos e sem tarifa de transferência.
A ferramenta vem fazendo com que a confiança dos brasileiros cresça na hora de fazer compras online. Segundo a MOB consultoria, 70% das pessoas confiam nos serviços de pagamentos online via PIX. Outros 27% acreditam moderadamente. Com esse visível crescimento de pagamentos via internet e app, é de se esperar que o PIX faça muito sucesso na Black Friday.
Após a criação do PIX, o WhatsApp também criou uma forma de realizar pagamentos, dentro do próprio aplicativo. Por menos popular que seja em relação ao seu concorrente, 10% dos usuários do app já habilitaram os pagamentos, de acordo com pesquisa do MindMiners. Outros 78% dos brasileiros disseram ter conhecimento do serviço.
Mas mesmo com segurança e confiança ainda é preciso muita cautela ao efetuar compras pela internet. Isso porque os golpes são muito comuns. Fraudadores utilizam sites, perfis ou apps de lojas conhecidas para conseguir senhas, dados e enganar consumidores.
Sylvia Bellio, especialista em infraestrutura de TI e CEO da itl.tech, explica como criminosos virtuais aplicam esses golpes: “Eles se utilizam de phishing, que é a captura de dados e informações confidenciais de pessoas ou empresas por meio de mensagens seja por e-mails, redes sociais, WhatsApp. A pessoa se depara com uma oferta muito tentadora e realiza a compra com seus dados, mas ao colocar as informações na plataforma falsa, todos os seus dados são copiados pelos criminosos. A partir disso eles realizam compras em nome da vítima ou até mesmo a chantageiam em troca de dinheiro”.
A especialista separou algumas dicas de como se proteger e evitar que a tão aguardada Black Friday seja marcada por um prejuízo:
– Cuidado com mensagens que solicitam que “forneça” dados ou com links suspeitos: As vendas por apps de mensagens instantâneas cresceram. Se receber uma mensagem de um vendedor novo, é melhor confirmar se o número de contato é o mesmo que consta nos canais oficiais. Principalmente se a mensagem pedir contas bancárias ou solicitar informações pessoais, pois pode-se tratar de um golpe.
Brindes e promoções empolgam e podem atrapalhar a capacidade de julgamento. Os golpistas apostam que, ao receber suas mensagens, a vítima irá reagir rapidamente e clicar em links com vírus sem parar para pensar.
– Ao instalar aplicativos das lojas, leia as avaliações e decida se quer notificações: Boa parte das lojas de varejo possuem aplicativos, mas antes de baixar, confira as avaliações para saber se realmente trata-se do app da loja oficial e, até mesmo, se há reclamações, como por exemplo, sobre a demora na entrega dos produtos. Também é possível desabilitar aquelas mensagens ou notificações push, que aparecem na tela com a logomarca da empresa, oferecendo promoções e que podem causar distração e compras por impulso.
– Verifique a autenticidade das contas em redes sociais: Algumas redes sociais marcam as contas oficiais com um ícone, atestando que são autênticos. Em caso de dúvida, vale a pena entrar em contato direto com a loja por um telefone ou chat de suporte confiável para confirmar quais canais acessar. No Brasil, a lei exige que as lojas virtuais deixem bem visíveis informações da empresa como endereço físico, número de telefone e o CNPJ.
– A autenticação de dois fatores: Habilite um ponto de verificação secundário para logins de contas após o uso da sua senha. Ele envia um código de verificação, para algum celular, ou e-mail, para confirmar se quem está efetuando o login é de fato o dono da conta. Então o hacker pode até ter a senha, mas com a autenticação em dois fatores ele irá precisar mais do que isso.
– Redobre a atenção nos pagamentos digitais: Os pagamentos digitais são muito ágeis, por isso, antes de confirmar as transações via Pix, Whatsapp, QR-Code, NFC, entre outros, é muito importante conferir com atenção o valor da compra e o destinatário. Não caia no risco de confirmar automaticamente. No caso do Pix, verifique a chave fornecida pela loja ou empresa. E como muitas empresas têm a razão social diferente do nome fantasia que aparece nas promoções, vale conferir o CNPJ no site oficial. E se optar por pagamentos mais tradicionais como o cartão de crédito, prefira o cartão virtual, que oferece um código diferente para cada compra online.
– Pesquise a reputação da loja: visite sites de defesa do consumidor para saber como as lojas e seus produtos foram avaliados por outros consumidores. Assim você saberá se é seguro comprar na loja e se o produto que você quer comprar irá chegar evitar transtornos.
– Cuidado com as redes abertas: Só faça compras ou acesse o banco em redes confiáveis. É preciso tomar muito cuidado ao acessar redes gratuitas de internet em locais públicos, porque não há garantia de que estejam protegidas.
– Atualize e proteja seu equipamento: por fim e não menos importante, antes de comprar online, mantenha sempre o equipamento de acordo com as recomendações do fabricante. Isso corrige falhas no sistema que podem evitar possíveis ataques e vírus. Tenha sempre um antivírus de qualidade.