O presidente da Fenae, Sérgio Takemoto, defende que o banco seja tratado como um bem público. “A Caixa Econômica Federal não é de um presidente, de uma família, de um governo. A Caixa é dos brasileiros e deve estar sempre a serviço do país”, afirma Takemoto, ao ressaltar que os empregados da estatal atuam com responsabilidade, ética e honra ao papel social do banco.
De acordo com a reportagem de hoje da Crusoé, o senador Flávio Bolsonaro seria o responsável pelo direcionamento de mais de R$ 50 milhões [de um total de R$ 87,5 milhões] que a Caixa investiu em patrocínios, entre janeiro e agosto deste ano. Já Michelle Bolsonaro tem como foco beneficiar Organizações Não-Governamenais (ONGs) ligadas a igrejas evangélicas. Segundo a revista, uma associação beneficente [“Criança Cidadã”] recebeu dois aportes do banco público: um de R$ 1,75 milhão, em 2019, e outro de R$ 2,2 milhões em abril deste ano.
Na última semana, a Crusoé revelou que pessoas e empresários próximos à família Bolsonaro foram beneficiados ao serem passados na frente da fila de empréstimos da Caixa pelo Pronampe (Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte). A concessão mais célere dos financiamentos ocorreu, conforme mostrou a revista, a pedido da primeira-dama junto ao presidente da Caixa, Pedro Guimarães.
“Infelizmente, nas últimas semanas têm sido amplamente divulgados atos envolvendo a direção da Caixa que não condizem com o princípio da coisa pública, da democracia”, observa Sergio Takemoto. “São denúncias de tráfico de influência, uso indevido dos canais de comunicação da empresa para benefício próprio, autopromoção e obtenção de vantagens. Todos esses casos precisam ser apurados e os responsáveis, devidamente penalizados”, afirma o presidente da Fenae, que acrescenta: “Nós, trabalhadores da Caixa, somos a força-motriz que move a instituição e não podemos tolerar o mau uso e o enfraquecimento deste patrimônio, que é do povo brasileiro. A Caixa Econômica Federal precisa seguir sendo pública, de todos e essencial para o desenvolvimento do país. Não podemos deixar que um mau governo coloque em risco a credibilidade do banco e dos empregados”.