Mais de 86% da população brasileira sofre de ansiedade ou depressão

Para profissional da área, o tratamento precoce pode evitar o avanço da doença e fazer com que as pessoas consigam ter qualidade de vida, melhores resultados em tudo que fizerem, seja profissional ou pessoal. 

*Profissional disponível para entrevistas

Dados da Organização Mundial da Saúde apontam para mais de 260 milhões de pessoas que apresentam algum tipo de problema com a saúde mental. A pandemia do novo Coronavírus só fez esse volume avançar. São transtornos de ansiedade que podem levar a depressão e outras doenças crônicas mais severas.

O Brasil é considerado pela OMS, o país com um dos maiores números de pessoas com transtornos de ansiedade e que necessitam de tratamento de saúde mental, esse volume chega a 86% da população nacional.

O mais assustador é que desse percentual, ao menos 59%, estão com depressão severa.

E um ponto importante de ressaltar é que a ansiedade não tratada, pode levar a um quadro depressivo.

De acordo com o psicólogo Filipe Oliveira, vem ocorrendo aumento de casos de Transtornos de Ansiedade, depressão e Transtorno de Pânico, por que muitos estão sofrendo com o trabalho em home office, sem poder sair de casa para outros fins e sem ter como compartilhar dos seus dias com outras pessoas. Além de pessoas que temem perder o emprego, temem contrair o Coronavírus ou ainda perder algum ente querido para a doença, e infelizmente muitos entes queridos e pessoas próximas foram levados por esse vírus.

“A incerteza do amanhã gera a ansiedade, para todo esse novo momento que o mundo vive é preciso de cuidados e tratamentos para que novas doenças não avancem ou possam surgir em nosso corpo.”

Os efeitos do estresse podem vir por meio de carreiras cheias de cargas e cobranças excessivas. Dados revelam que mais de 20% dos profissionais brasileiros vivem sob pressão extrema e mais de 30% podem ter a síndrome de burnout – as pessoas não conseguem mais ir trabalhar, tem esgotamento mental, crises de pânico e ansiedade só de pensar na rotina. Os dados são da Internacional Stress Management Association (Isma-BR).

Algumas empresas até oferecem equipes de psicólogos para ajudar esses profissionais, porém grande parte não consegue receber esse tipo de atendimento por excesso de trabalho e por não confiar na equipe.

Ainda de acordo com Filipe Oliveira, um tratamento deve começar com confiança. Primeiro a pessoa que está passando por estresse, decepção ou qualquer pressão emocional quer ter alguém em quem possa confiar e se sentir confortável na hora de “abrir o coração” e receber o tratamento.

“Na maioria das vezes se a terapia é iniciada de forma precoce, o paciente consegue progredir em poucas semanas e não avançar mais com uma possível depressão recebendo o acompanhamento do profissional e pode nunca necessitar de um medicamento para inibir o estresse”, ressalta o psicólogo.

“As pessoas ainda tem medo sobre o que vão pensar delas quando dizem que vão para uma sessão com o psicólogo, mas não entendem que todos nós precisamos, em algum momento da vida, de um acompanhamento”.

Mas não são somente os adultos com agendas cheias e pressão do trabalho que vivem essa ansiedade, os adolescentes e jovens estão, mais do que nunca, nessa “onda”.

O adolescente que não tem condições de assistir uma aula presencial, que não consegue aprender de forma remota por sofrer de déficit de atenção ou até por não acreditar que esse vírus recue há tempo dele construir um futuro, uma carreira ou profissão, também precisa de atenção profissional. Tudo isso afeta esses jovens e adolescentes.

“Todos precisam de um renovo, de algo que os faça enxergar fora do que estamos vivendo no momento, para saber que em breve, tudo vai passar e retomaremos às nossas atividades diárias normalmente.”

Segundo o psicólogo Filipe Oliveira, esses adolescentes e jovens são os mais afetados, por não entenderem esse período que vivemos e querem tudo para ontem, a expectativa de tudo acabar logo e a ansiedade em não “perder” anos ou períodos de estudos para conquistarem o que precisam, os levam ao ápice do estresse.

De acordo com dados do Ministério da Saúde, a depressão pode ser caracterizada por uma tristeza profunda, falta de ânimo, pessimismo e baixa autoestima. Entre os sintomas estão a falta de vontade de fazer o que antes era prazeroso e oscilações no humor.

Já o transtorno de ansiedade pode ser caracterizado pelo medo. São preocupações exageradas que levam a pessoa a ficar o tempo todo tensa, sem condições de relaxar. Os sintomas podem ser desde palpitações, sudorese, boca seca, tremores, dores de cabeça, insônia e tonturas.

Mas calma, se você está passando por isso, ou conhece alguém assim, oriente ou busque ajuda, reconhecer e ir em busca de tratamento é o início de um futuro livre desses sintomas e confortável com sua carreira e projetos.

“Seguir um tratamento é possível viver em liberdade e ter como projetar melhor nossas ações para, sem dúvidas, obter os melhores resultados na vida. Sonhar é preciso, respirar e viver de forma mais leve também é possível, por meio de cuidado emocional e um bom acompanhamento psicológico”, frisa o psicólogo Filipe Oliveira, especialista nesses transtornos.

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